Aposta perigosa #nasdaq100
Parece
que não tem jeito: o mercado resolveu apostar que o Fed não consegue manter
suas promessas de não subir os juros por achar injustificado o temor da
inflação.
Vou
dar um exemplo. Na semana passada, o Fed se reuniu para definir a política
monetária a ser seguida, e o mercado, baseado nos mercados de títulos e juros, já
apontava claramente que não estava satisfeito com as promessas feitas. Ao
findar a reunião, o Fed não apresentou nenhuma indicação de mudança naquilo que
havia dito antes.
Ao
mesmo tempo, aqui no Brasil foi diferente. O BCB decidiu iniciar um ciclo de
alta de juros e ainda deixou explícito que mais altas virão à frente. Ou seja,
o banco central seguiu a indicação do mercado.
Certas
ou erradas, foram duas medidas distintas, sendo a necessidade de subir juros até
menos clara, aqui no Brasil.
Voltando
ao mercado americano, o histórico é muto negativo para o mercado, como mostra
artigo de Liz McCormick e outros na Bloomberg.
Uma
aviso a todos os traders de títulos que apostam em um aumento da taxa do
Federal Reserve logo no próximo ano: desde 2008, os mercados subestimam a
paciência do Fed até elevar os custos de empréstimos de zero.
Depois
que o Fed baixou tanto as taxas, durante a crise financeira anterior, os
traders de derivativos do mercado monetário estabeleceram um histórico de exagerarem
na antecipação de uma alta de juros, de acordo com o JPMorgan Chase & Co.
No final de 2008, mostra a análise do banco, eles já previam vários aumentos
nos dois anos seguintes, embora o Fed demorasse até 2015 para promover um
aperto.
Esse
padrão pode estar acontecendo novamente — os especuladores mais experientes nas
taxas de juros estão olhando para trilhões de dólares em estímulo e uma
campanha de vacinação acelerada e concluindo que não há nenhuma maneira de que
as taxas possam permanecer tão baixas sem que a inflação saia de controle.
Swaps e futuros agora refletem quase 0,25% de aperto no final do próximo ano, e precificam três aumentos desse tamanho de 0,25% cada, até o final de 2023.
É claro que o Fed nem sempre manteve seus planos para a trajetória das taxas. Mas os estrategistas de Wall Street alertam que o resultado provável desta vez é que o mercado, no final das contas, vai piscar primeiro. É um jogo do medroso que traz riscos para ambos os lados, não apenas para os operadores com recursos em risco.
Para
o Fed, o impasse ameaça complicar todo o seu quadro político. O perigo é que
sua mensagem de paciência continuará impulsionando os rendimentos do Tesouro de
longo prazo, já perto de suas máximas em um ano, e eventualmente apertar as
condições financeiras, sacudindo as ações ou aumentando os custos de
financiamento corporativo.
"O
mercado tem seus preços e percepções, e o que vai acontecer pode ser diferente
— e tem sido", disse Alex Roever, chefe de estratégia de taxas dos EUA no
JPMorgan. O mercado vem testando o Fed "tentando incentivar a primeira alta.
Mas os diretores do Fed não parecem querer nada disso.”
O
Fed disse na semana passada que manterá as taxas perto de zero até que o
mercado de trabalho atinja o emprego máximo e a inflação esteja a caminho de moderadamente
superar 2% por algum tempo. O diretor Lael Brainard disse esta semana que a
abordagem indica "paciência
resoluta." O
presidente Jerome Powell também disse que quer ver os dados reais de inflação,
e em depoimento esta semana minimizou o risco de que o
crescimento estimule pressões de preços indesejadas.
Isso
não debelou a angústia inflacionária dos investidores, que afetou a maioria dos
vencimentos do Tesouro. A venda desses títulos tem sido particularmente aguda
na chamada barriga da curva, como a nota de cinco anos — que está intimamente
ligada à trajetória do Fed para além desse horizonte.
Pontos
de análise
Os
traders podem ter suas razões para esperar que suas apostas de alta
de taxas deem certo. Nas projeções divulgadas na semana passada, 7 dos 18 diretores
do Fed previram taxas mais altas até o final de 2023, em comparação com 5 de 17
em dezembro. Alguns previram um movimento já em 2022, e o presidente do Fed de
Dallas Robert Kaplan, disse que ele está nesse grupo.
O Fed de Powell quer
que o mercado de títulos ouça três mensagens
Ainda
assim, a projeção mediana do Fed é que as taxas permaneçam como estão até 2023,
então para alguns analistas o movimento foi muito longe, rápido demais.
"Os
mercados em geral antecipam o futuro, mas a nova estrutura do Fed é deliberadamente
voltada para o passado, e Powell deixou claro que eles serão guiados por dados
realizados e não previsões", disse Guneet Dhingra, chefe de estratégia de
taxa de juros dos EUA no Morgan Stanley. "Alguma desconexão entre os
mercados e a política do Fed é compreensível, mas o grau de desconexão agora é
simplesmente gritante. É mais provável que o mercado venha ao Fed do que o Fed
venha ao mercado."
Dado
que o manual do Fed recomenda afunilar sua compra de títulos antes de elevar as
taxas, como eventualmente fez após a crise de 2008, o aperto está muito longe,
disse Dhingra. Ele recomenda apostar em novas curvas, especificamente entre
rendimentos de 5 e 30 anos, na previsão de que as expectativas de aperto
desaparecerão.
Até certo ponto, o próprio mercado está dizendo ao Fed que pode se contentar em apenas monitorar o tumulto dos títulos por enquanto. As condições financeiras, uma forma de olhar para o nível global de estresse nos mercados, mantiveram-se estáveis diante do aumento dos rendimentos. As ações não estão longe de máximas recordes, por exemplo.
No JPMorgan, o pensamento é que o Fed se mantém estável até 2024. Assim, o banco se alinha com a visão do Morgan Stanley, prevendo que o futuro acerto de contas virá com o recuo final dos traders em relação a suas apostas no aperto.
Por
enquanto, o mercado de títulos está em uma encruzilhada depois de absorver um
trecho difícil, com a queda de preços nos vencimentos mais longos em meio a
expectativas crescentes de inflação. A perspectiva do mercado para o
crescimento dos preços ao consumidor na próxima década subiu este mês para
2,34%, máxima dos últimos oito anos.
"Uma
coisa com a qual o Fed também tem que ter cuidado é que é muito difícil fazer
com que o mercado cumpra completamente tudo o que eles querem na parte anterior
da curva quando há um ciclo de baixa na parte mais longa", disse Alan
Ruskin, estrategista-chefe internacional do Deutsche Bank AG.
A
situação atual é muito diferente das anteriores, com todos os programas fiscais
e monetários implementados, além da pandemia que impacta a atividade. Mesmo
assim, o histórico não é favorável aos traders — afinal, não dá para se comparar
à bala de um banco central como o Fed. Por outro lado, se o Fed estiver errado
e teimar em manter a política atual, o estrago será grande nos ativos.
O
grande problema é que vai demorar para saber quem está com a razão. No curto
prazo, a inflação deve subir tanto pelo efeito da alta dos preços das
commodities como pelo efeito calendário — no ano passado, a inflação foi
negativa no segundo trimestre.
É
importante também considerar os custos da aposta contrária. Para quem quiser
ficar vendido nos títulos longos, a taxa de empréstimo está ao redor de 4%
a.a., e o dinheiro da venda será remunerado a 0%. Fazendo uma conta simplificada,
alugando um título de 10 anos que rende 1,7% a.a., e considerando os custos
acima para uma operação que dure um ano, a taxa de juros no vencimento deveria
ser superior a 2,35% a.a. para se ter algum lucro. Por dois anos, essa taxa vai
a 3.18%.
Talvez
os traders imaginem que irão sair antes desses prazos. Se for isso, eles terão
que jogar mais gasolina no fogo!
No post quando-bolsa-esta-cara, fiz os seguintes comentários sobre o Nasdaq100: ...” O intervalo entre 13.300 e 13.600 é de suma importância nesse momento — é fundamental que a bolsa ultrapasse esse nível para validar meu cenário. Mas não apenas isso: o shape tem que ser condizente com uma onda 3. Passando esse estágio, a confirmação só virá com o índice ultrapassando 13.900. Podem estar certos de que, se isso tudo ocorrer, estaremos com posição nesse mercado” ...
A bolsa nasdaq100 ameaçou ir para a região que nos interessa. Os movimentos de ontem e hoje, porém, fizeram com que a onda 2 em amarelo fosse remarcada.
Por
enquanto não existe um estrago muito grande, apenas um recuo do ponto inicial,
se a alta se materializar.
Busquei traçar um mapa da mina, como se diz, para que o leitor entenda como estou me posicionando. Isso poderá ser observado no gráfico a seguir.
Primeiro vamos nos fixar na área inferior em verde: Até o limite de 12.200 é aceitável uma reclassificação da onda II em amarelo, só mudaria o objetivo a ser atingido na alta. Caso o nasdaq100 se infiltre abaixo de 12.200 vou ter que rever a onda 2 em verde. Quero ressaltar que, mesmo nessa situação, não elimina a previsão de alta num prazo mais longo.
A
favor de que a mínima tenha sido atingida hoje é o fato de que ficou muito
próxima da retração “ideal” apontada em verde com 12.569. Entretanto, no curto
prazo, vou ficar observando se um movimento em 5 ondas vai se suceder. Caso
isso ocorra, a sugestão de compra será dada em breve. Nessas condições, eu
espero o atingimento do primeiro objetivo em 14.600.
É
essa a forma diligente de buscar encontrar um ponto de entrada quando uma
correção está em andamento. São necessárias algumas premissas básicas e outras
obrigatórias, como um movimento em 5 ondas, lembrando que são condições necessárias,
mas não suficientes — se fosse certeza, não precisaria escrever o Mosca com
detalhes, bastaria dar a ordem e contabilizar o lucro!
O
SP500 fechou a 3.909, com alta de 0,52%; o USDBRL a R$ 5,6501, com alta de
0,53%; o EURUSD a € 1,1766, com queda de 0,41%; e o
ouro a U$ 1.727, com queda de 0,42%.
Fique
ligado!
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