Sem torcida #Ibovespa
Não
se fala em outra coisa nos mercados a não ser inflação. Parece que o tema do Mosca
viralizou. Aqui no Brasil temos uma vantagem (vantagem?): a pandemia
e os movimentos recentes do Judiciário polarizam as notícias. Ontem o Jornal
Nacional ficou 32 minutos, cronometrados no relógio, com a fala de Gilmar
Mendes e Lewandowski sobre a condenação do ex-juiz Sergio Moro. Naturalmente,
deixei sem som para não me irritar, mas certamente esse assunto não era de
interesse do grande público com tamanho detalhe. Por que então estaria a rede
Globo interessada em desclassificar a Lava Jato?
Mas voltando ao cerne da questão mais importante a ser acompanhada nos próximos meses, hoje foi publicado o índice de inflação americano – CPI. O resultado veio em linha com o consenso subindo 0,4% a.m. e elevando para 1,7% a.a. em 12 meses. Por outro lado, o resultado subtraindo os itens mais voláteis foi de 1,3% a.a.
À primeira vista, esse resultado é tranquilizador, porém um detalhe da coleta pode deixar os analistas cautelosos "A coleta de dados em fevereiro foi afetada pelo fechamento temporário ou operações limitadas de certos tipos de estabelecimentos. Esses fatores resultaram em um aumento no número de preços considerados temporariamente disponíveis e inseridos"
Investidores
e economistas estão divididos sobre as perspectivas de inflação, com alguns
prevendo uma onda de aumento de preços impulsionada por uma demanda mais forte
e estímulos pandêmicos, enquanto outros dizem que as forças que contêm pressões
de preços há anos — da tecnologia à demografia — ainda estão em vigor.
A
partir dos dados de março, o chamado "efeito base" aumentará a taxa do
CPI, porque quedas acentuadas nos preços no início da pandemia influenciarão os
cálculos ano a ano. Isso significa que mesmo aumentos de preços bastante
pequenos durante o mês provavelmente farão com que a medida anual salte acima
de 2%.
Os mercados continuam apontando para juros mais elevados no futuro, inclusive desafiando as promessas do Fed. Powell tem aparecido na mídia dizendo aos investidores que podem esquecer altas de juros por um bom tempo. O tempo dirá se está certo.
Além
do “patrão”, várias publicações dos membros do Fed na mídia apontam no mesmo
sentido.
O
Facebook do Fed destaca comentários notáveis sobre os principais tópicos dos
membros desde a última reunião do FOMC. Alguns temas se destacam:
■ As autoridades enfatizaram que a
política monetária permanecerá acomodatícia e as compras de ativos continuarão
pelo menos no ritmo atual por "algum tempo". Os presidentes do Fed,
Daly e Bostic, observaram que não esperam redução gradual das compras de ativos
este ano, e os presidentes do Fed Bullard e George disseram que é muito cedo
para discutir essa medida.
■ As autoridades do Fed reiteraram sua
disposição de tolerar uma superação da inflação acima de 2% e observaram que
não estão preocupados com um aumento temporário em 2021, impulsionado por
efeitos básicos ou gargalos temporários, desde que as pressões inflacionárias
subjacentes permaneçam contidas. Vários presidentes do Fed não esperam que o
pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão causasse superaquecimento.
■ Muitos membros acreditavam que a
vacinação levaria a um crescimento muito mais forte em 2021 e que os riscos
negativos haviam diminuído.
■ Muitos elementos do Fed indicaram que
não estão preocupados com a recente alta das taxas de longo prazo, uma vez que
as condições financeiras mais amplas permanecem acomodatícias. Vários disseram
que estariam preocupados com um aperto persistente nas condições financeiras
mais amplas ou desordenadas do mercado.
Os
dados de inflação publicados hoje podem ter acalmado o Fed. Devem dormir
tranquilos por mais um mês.
Pelo sim pelo não, os mercados da bolsa gostaram do resultado, e mesmo com todas essas questões, apontam para altas. O mercado decidiu rolar para frente essa questão.
No post http://aescolha-inteligente, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “ Como destacado no gráfico abaixo, o intervalo onde se poderia esperar uma reversão do Ibovespa seria entre 106.000/102.500” ...
Desde a última publicação a bolsa brasileira apresentou uma recuperação interessante, que foi revertida quando da publicação do Ministro Fachin sobre a nulidade das condenações do Lula. Como resultado, não há nenhuma definição de tendencia no curto prazo.
Indiquei na figura acima os níveis a serem acompanhados: abaixo de 108 mil a correção provavelmente ainda estará em andamento e a bolsa poderia atingir o intervalo exposto acima, para depois eventualmente começar a subir; acima de 116 mil, a chance de alta se eleva consideravelmente.
Infelizmente,
a bolsa brasileira não apresenta no momento as mesmas condições que as
internacionais — também, eles não têm um Judiciário como o nosso! E não só isso
....
O
SP500 fechou a 3.898, com alta de 0,60%; o USDBRL a R$ 5,6680, com queda de
2,30%; o EURUSD a € 1,1925, com alta de 0,23%; e o ouro
a U$ 1.724, com alta de 0,55%.
Fique
ligado!
Interessante que a possibilidade do Lula candidato fez até o BC trabalhar. Hoje venderam mais de um u$ 1bi mesmo com o mercado em queda.
ResponderExcluir