Escolha inteligente #Ibovespa

 


Eu tenho postado em excesso o conceito de portfólio aos leitores. A principal razão tem a ver com a mudança que ocorreu no mercado brasileiro, essa mudança é caricaturada no mercado como as “viúvas do CDI”. Para quem lê o Mosca com frequência, o abandono dos investimentos em CDI foi feito há mais de 3 anos fuja-do-cdi.

Naquele momento eu orientava a troca de aplicações atreladas ao CDI por investimentos indexados à inflação, e até com ativos pré-fixados que chegaram render 14% a.a. – bons tempos! O BCB no ano passado, em função da pandemia, levou a taxa SELIC a impensáveis 2% a.a.

Com a elevação da dívida pública, por conta do déficit do governo gerado no ano passado, e principalmente as trapalhadas do presidente que resolveu dar uma de populista, criou-se uma desconfiança pela solvência futura do país, esse cenário é típico de elevação dos juros para os vencimentos de títulos longos.

Mas na vida de um investidor existirão momentos em que se é mais agressivo e outros mais conservador, tornando-se primordial a gestão de seu Asset Allocation – Alocação de ativos.

Um estudo feito no mercado americano provou que 87% do retorno de uma carteira depende da classe de ativo que esse se encontrava, e apenas 13% dos ativos específicos. Em outras palavras, é mais importante saber se você deve estar na bolsa do que escolher um fundo top de bolsa.

Vou trazer hoje um artigo publicado pela Bloomberg por Brian Chappatta, apontando a preferência do investidor americano pelos ETF.

Considere a diferença gritante nos fluxos de fundos. Os ETFs tiveram um recorde de US$ 502 bilhões em 2020, de acordo com dados da Morningstar Inc., enquanto os investidores retiraram US$ 289 bilhões de fundos mútuos abertos, quebrando facilmente o recorde de US$ 169 bilhões de 2018. É o quarto ano nos últimos seis que os fundos sofreram resgates. "Mas é muito cedo para descartar os fundos mútuos como um veículo de investimento", escreveram os analistas da Morningstar Tony Thomas e Supreet Grewal em um Relatório.

Isso é verdade quando se olha para o próximo ano, ou cinco anos, ou provavelmente 10 anos. A gestão de fundos mútuos é um negócio massivo, com grandes quantidades de recursos passivo, fluindo a cada ano através de 401(k) planos de aposentadoria. 1 Os ETFs não têm sido visto como alternativa por uma série de razões, desde seu tratamento tributário até a inércia burocrática. Os fundos mútuos não desaparecerão de repente - mas o ponto em que eles perdem sua vantagem patrimonial para os ETFs está bastante próximo.

A melhor maneira de mostrar isso é a "taxa de crescimento orgânico" dos ETFs dos EUA e fundos mútuos abertos. Essa métrica, de fato, reflete o crescimento anual dos dois veículos de investimento.


Simplesmente não há competição - e não tem sido perto por um bom tempo.

Os ETFs, são questionados pela frase "ciclo da desgraça da iliquidez", quando sua conveniência teria um custo alto durante períodos de estresse de mercado, especialmente para fundos que possuem investimentos ilíquidos. Isso, é claro, é precisamente o que aconteceu em março de 2020. Em certo momento, cerca de 70 ETFs de renda fixa negociaram com pelo menos 5% de desconto no seu valor patrimonial líquido, e 16 negociados com desconto de 10% ou mais.

Isso certamente soa como uma coisa ruim. Mas há razões para pensar que esta é realmente uma estrutura mais segura do que fundos mútuos, mesmo que os choques de preços possam parecer extremos.

As cotas de fundos mútuos de ponta são diariamente precificadas pelo seu valor patrimonial líquido - NAV. Para os fundos de ações, isso é simples, dado que as ações negociam em uma bolsa e há um preço aceito. Isso não é tão fácil para fundos de renda fixa, porque muitos títulos vão passar dias ou até semanas sem negociação. Os analistas da Morningstar tentaram quantificar o quão subjetivos os preços dos títulos corporativos podem ser e descobriram que em março de 2020 levou essa precificação a novos patamares, "com grandes grupos de títulos mostrando percentuais de spread de preços entre quatro e nove pontos percentuais e ainda numerosos preços de bonds ainda maiores do que isso".

Esse tipo de precificação, na verdade, funcionou para mascarar a volatilidade subjacente na carteira — exatamente o tipo de oscilações selvagens que estavam em exibição nos ETFs. O descontos enormes para a NAV para alguns ETFs de renda fixa provavelmente refletiu melhor a verdadeira demanda no mercado, dado que os ETFs realmente mudaram de mãos a um preço acordado, ao contrário da maioria dos títulos. Isso não poderia durar para sempre; eventualmente, os fundos mútuos de renda fixa teriam que refletir o mercado em seus preços de bonds.

Mas os ETFs poderiam teoricamente ter sobrevivido por semanas ou meses enquanto negociavam abaixo de seu NAV. Isso acontece o tempo todo entre fundos fechados, afinal. Os fundos mútuos abertos, por outro lado, estão inteiramente à mercê dos fluxos. Se eles são atingidos por uma onda repentina de resgates, não têm escolha a não ser vender alguns de seus ativos no mercado aberto para levantar dinheiro - mesmo que esse mercado esteja quase totalmente quebrado.

Parte inferior do formulário

Se o Fed não tivesse intervindo, estou confiante de que um ciclo vicioso teria durado semanas, se não meses, e poderia ter tirado alguns fundos mútuos ou pelo menos forçado alguns a limitar os resgates. Mais uma vez, isso volta para a estrutura. Se você sabe que um gestor de fundos precisará vender ativos para levantar dinheiro e antecipar que eles vão derramar seus títulos mais líquidos de alta qualidade para fazê-lo, fazendo com que o valor do fundo afunde, então há uma clara vantagem em ser o primeiro a sair da porta. É claro que os investidores também poderiam debandar os ETFs, mas em vez de ter que vender imediatamente títulos a preços mais baixos, os ETFs podem simplesmente negociar com um desconto que provavelmente se autocorrigirá eventualmente.

O último prego no caixão para fundos mútuos pode ser o fenômeno Cathie Wood. Durante anos, os ETFs têm sido mais ou menos sinônimos de indexação de baixo custo, enquanto os investidores estelares se apegaram a fundos mútuos. Wood, fundador da Ark Investment Management, mudou tudo isso com estratégias gerenciadas ativamente focadas em buzzwords como "inovação" e "próxima geração". As pessoas estão claramente dispostas a pagar pelo desempenho — OS ETFs com taxas de administração de 61 a 80 pontos-base tiveram seu melhor mês de todos os tempos em janeiro, recebendo cerca de US$ 16 bilhões, de acordo com Eric Balchunas, da Bloomberg Intelligence. Isso não estava longe de entradas em ETFs que cobram 10 pontos-base ou menos. Agora, os ETFs ativos estão surgindo em todos os lugares, mesmo em indústrias dominantes de fundos mútuos, como títulos municipais.

Com a pressão vindo de todos os lados, não é de surpreender que o setor está se solidificando. Mas essa consolidação é mais sobre aumentar a sobrevivência do que uma aposta em reviver os fundos mútuos.

Juntando tudo, vale a pena contemplar um mercado sem fundos mútuos em muitas de nossas vidas. Mais uma vez, há razões estruturais profundamente enraizadas para que isso não aconteça da noite para o dia. Mas uma década sem crescimento enquanto os mercados corriam para novos máximas tende a um futuro difícil. É um mundo de ETF agora.

É difícil comparar o mercado americano ao brasileiro, cujo primeiro tem uma cultura enraizada para ações. Essa é na minha opinião porque o mercado de ETF ainda engatinha por aqui. Mas será uma questão de tempo para que esse tendência ocorra no Brasil.

Mas para os leitores do Mosca não precisamos esperar tanto tempo para usar essa forma de investimento, pelo menos no que se trata de ações. Existem 2 ETF nessa classe que merece destaque: BOVA11 e SMAL11, o primeiro uma cópia do Ibovespa e o segundo uma carteira de segunda linha que se baseia no indice-small-cap-smll-composicao-da-carteira composto por mais de 100 ações.

Qual a vantagem? Primeiro que a taxa cobrada no ETF é muito inferior as cobradas nos fundos mútuos e segundo que não tem prazo de carência para resgate, isso pode fazer muita diferença quando se quer rapidez na saída.

No logo prazo, a economia feita nas taxas de administração irá mais que compensar eventuais ganhos acima do Ibovespa que os fundos mútuos pretendem. Isso quando eles não perdem do índice, o que aconteceu com a grande maioria depois de um prazo mais longo.

Em relação aos ETF de renda fixa por aqui, acredito que o caminho seja mais longo, pois existe apenas alguns ETF sem muita liquidez.

No post você-sabe-o-que-e-NFT?, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...”  é fundamental que o nível de 111.650 seja mantido. Porém, essa é uma condição necessária, mas não suficiente, pois é fundamental que a marca de 118.000 seja ultrapassada” ...



O mercado além de não ultrapassar 118.000 caiu abaixo de 111.650, o que me tornou cauteloso. Depois de uma análise mais profunda cheguei a duas possibilidades, uma mais construtiva e outra menos.

Vou apresentar a mais construtiva e deixar a menos caso a primeira acabe sendo invalidada.

Em todo caso, a bolsa brasileira não apresenta um cenário de longo prazo tão atraente como as bolsas americanas, o que reforça minha tese que, mais e mais, o investidor brasileiro deveria procurar investimentos em ações fora do Brasil.



Como destacado no gráfico acima, o intervalo onde se poderia esperar uma reversão do Ibovespa seria entre 106.000/102.500. Antes que meu amigo pergunte, abaixo desse nível ainda não fica invalidado o cenário de alta, porém já vai entrando numa zona de perigo.

Tudo indica que esteja numa correção. Agora se o índice começar a cair mais forte, o segundo cenário citado acima ganha força.

Não sugiro nenhuma posição no mercado nesse momento. Vamos aguardar maior clareza numa reversão se ela acontecer!

No final da tarde o dólar sofreu forte reversão do movimento de alta, razão pela qual resolvi liquidar a posição. O motivo principal é por estar dentro de uma correção onde inúmeras configurações podem se formar. Vou explicar melhor na próxima publicação do dólar. É provável que esteja se formando um triangulo conforme gráfico a seguir.



O SP500 fechou a 3.820, com queda de 1,3%; o USDBRL a R$ 5,6231, com queda de 0,95%; o EURUSD a 1,2063, com queda de 0,22%; e o ouro a U$ 1.714, com queda de 1,35%.

Fique ligado!

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