Tech perde a liderança #Ouro
Em
junho do ano passado, no post a-logica-do-nasdaq explanei porque o
índice de maior peso em empresas de tecnologia estavam performando melhor que o
restante do mercado. Essa preferência seguiu todo esse período com pequenas
oscilações entre eles.
Mas
essa preferência vem se modificando motivada pela visão do mercado que a vacina
vai propiciar o retorno da economia a normalidade. E como diversos setores como
Entretenimento e Lazer foram muito prejudicadas, suas ações agora deveriam
retornar a múltiplos maiores.
Um
trabalho feito por Michael Batnick mostra o que ocorreu recentemente com esses
segmentos.
A
pandemia classificou o mercado de ações em vencedores e perdedores rapidamente.
Vamos falar sobre o primeiro grupo.
A
economia fechou, mas nossas vidas não pararam. Eles migraram de todos os
lugares para lugar nenhum. E como estávamos confinados à quatro paredes de
nossas casas, estocamos de desinfetantes (Clorox), e temos toalhas de papel
suficientes para durar uma vida inteira (Costco). Mais tempo em casa
significava mais baterias e mais mantimentos (Walmart). Também significou
melhoria da casa (Home Depot).
Essas
empresas relataram números como nunca vimos antes, e suas ações responderam.
Mais precisamente, essas ações estavam bombando, e mais tarde descobrimos que
os fundamentos apoiaram o movimento ascendente. Mas não demorou muito para o
mercado descontar tudo.
Home Depot e Clorox atingiram o pico em agosto. Walmart e Costco atingiram o pico em dezembro. Todas essas ações foram caindo e agora estão abaixo da média móvel de 200 dias. Por quê? Porque suas ações já refletiam os bons números, e agora estão refletindo resultados mais difíceis daqui para frente. O mercado sabia antes de nós. Sempre acontece.
O outro grupo de ações que se beneficiou da pandemia ficou conhecido como as ações de ficar em casa. Zoom substituiu o escritório, Peloton substituiu a academia, Teladoc substituiu o médico, e Overstock, bem, compramos um monte de coisas da Overstock. Enquanto o antigo grupo de ações em casa caiu cerca de 15-25%, este grupo de “vencedores” caiu de 35 a 50%. Por quê? Porque suas ações já refletiam os bons números, e agora estão refletindo resultados mais difíceis daqui para frente. O mercado sabia antes de nós. Sempre acontece.
Em
19 dias, Wynn caiu 70%. Em 20 dias, a Delta perdeu 63% de seu valor. Em 18
dias, Simon Property caiu 70%. E em 19 dias, Carnival Cruise caiu 80%.
O
mercado de ações levou três semanas para descontar os números catastróficos que
certamente ocorreriam. Os cassinos reagiram em março, cruzeiros e shoppings em
abril, e as companhias aéreas em maio.
Essas ações caíram e começaram a subir à medida que os casos e as mortes ainda estavam explodindo. Por quê? Porque suas ações já refletiam os números terríveis que estão por vir, e agora estão refletindo resultados melhores daqui para frente. O mercado sabia antes de nós. Sempre acontece.
Fora o lazer e as viagens, outro grupo de ações que foram destruídas foram as mais sensíveis à economia. Capital One, John Deere, Exxon Mobil e Alcoa podem dizer tudo o que você precisa saber sobre a saúde da economia americana. Estão todas bombando. E todos elas atingiram as mínimas poucos dias uma das outras.
As coisas pioraram enquanto essas ações estavam se recuperando. Mesmo com a situação da Covid-19 piorar ainda mais depois disso, o mercado viu que as coisas acabariam melhorando.
O
mercado de ações sempre vê coisas antes de nós. E o mercado de ações geralmente
está certo. Pelo menos a maior parte do tempo.
No
post caverna-2021, levantei uma hipótese na qual a recuperação não seria da
forma como o mercado espera, embora reconheça que essa possibilidade seria
observada daqui algum tempo, 1 a 2 anos. Mesmo assim, alguns segmentos não
deverão retornar aos níveis anteriores. Nessas situações essa preferência atual
pelas empresas “perdedoras” poderá retroceder em detrimento das ações de
tecnologia.
No post http://david-versus-golias-ouro, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” aguardo uma mini alta que levaria o metal a U$ 1.899 (on sale!) para em seguida uma queda a níveis de U$ 1.668/U$ 1.658, onde provavelmente vou sugerir um trade de compra” ...
O ouro chegou perto do nível de U$ 1.899, nessa recuperação, a máxima atingida foi de u$ 1.875 – bola azul. Daí em diante o movimento descendente ganhou tração. Estamos bastante próximos de um possível ponto de reversão apontado no gráfico abaixo em U$ 1.684, que caso não se sustente o próximo seria em U$ 1.628.
Não vou sugerir nenhum trade por enquanto, até que os gráficos nos apontem uma situação de bom risco x retorno.
O
SP500 fechou a 3.768, com queda de 1,34%; o USDBRL a R$ 5,6693, com alta de
0,89%; o EURUSD a € 1,1971, com queda de 0,75%; e o
ouro a U$ 1.699, com queda de 0,69%.
Fique
ligado!
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