Nem jurando por Deus #SP500
Esta
semana, o Fed e o BCB irão anunciar sua política monetária ao mercado na quarta-feira
— não combinaram! Por aqui parece certo uma elevação de 50 pontos base, levando
a taxa SELIC a 2,5% a.a., e o BC provavelmente indicará que não vai ficar por aí,
com novas altas acontecendo durante o ano. O Mosca estima que a taxa
deverá parar entre 4% e 4,5% a.a. A pressão dos alimentos e comodities está
afetando os índices inflacionários.
Já
o Fed terá um bom trabalho para convencer os investidores de que não irá elevar
os juros por um bom tempo, e que a inflação sofrerá uma elevação temporária,
mas no longo prazo permanece dentro da meta de 2% a.a.
Um
artigo do jornalista Conor Sen na Bloomberg aponta para a dificuldade dessa reunião.
A
linguagem do presidente Jerome Powell em discursos recentes enfatizou que os
fatores necessários para justificar o aumento das taxas serão muito diferentes
do passado. No novo quadro espera-se que os resultados econômicos sejam
alcançados antes de aumentar as taxas, em vez de depender de modelos que não previram
corretamente a inflação nas últimas décadas. Mesmo que os formuladores de
políticas acabem aumentando as taxas em 2023, é improvável que eles indiquem essa possibilidade esta
semana.
A
melhor maneira de o Fed mostrar compromisso com seu novo quadro está no Resumo
das Projeções Econômicas que divulgará com sua declaração política na
quarta-feira. Não seria surpreendente uma perspectiva cautelosa que enfatize os
riscos e incertezas em torno da reabertura econômica.
Mas,
em vez disso, o Fed deveria ser tão otimista como o mercado em relação ao
crescimento, e mesmo assim manter seu discurso sobre o timing de
qualquer aumento de taxa. É só com um otimismo igual ou maior que o dos
investidores, enquanto mantém sua posição política atual, que Powell pode
convencer os investidores de que ele está determinado a deixar a economia em
alta para alcançar os objetivos do Fed.
A
alta do rendimento do título de 10 anos — cerca de 0,7 % desde as projeções do
Fed em sua reunião de dezembro — faz sentido, dado tudo o que aconteceu desde
então. O Congresso aprovou duas rodadas de alívio fiscal — US$ 900 bilhões
em 27 de dezembro — e o Plano de Resgate Americano de US$ 1,9 trilhão, que o
presidente Joe Biden assinou na semana passada. Infecções, internações e mortes
por covid-19 caíram substancialmente desde meados de janeiro, e mais de dois
milhões de doses de vacinas por dia estão sendo administradas nos EUA.
A
questão para o Banco Central e para os mercados é como o que começou como um
aumento das taxas de juros de longo prazo se espalhou para taxas de juros de
curto prazo, com a taxa do título de 3 anos subindo 0,15 % entre 10 de
fevereiro e 12 de março. Isso pode não parecer muito, mas implica que o mercado
espera que o aumento das taxas de juros possa estar chegando muito mais cedo do
que o Fed faz supor. Seu Resumo de Dezembro das Projeções Econômicas prevê manutenção
de taxa zero até o final de 2023, mas os mercados futuros atrelados às taxas de
juros de curto prazo já precificaram múltiplos aumentos em 2023 e chances
crescentes de um aumento em 2022.
Uma
grande razão pela qual os investidores estão dispostos a lutar contra o Fed é
que Wall Street se tornou muito mais otimista sobre o crescimento econômico do
que a previsão mais recente do Fed, que prevê um crescimento real do Produto
Interno Bruto de 4,2% para os EUA em 2021. A última previsão de 8% do Goldman Sachs Group é quase o
dobro disso, e muitos outros bancos de Wall Street aumentaram suas perspectivas
para um número entre 5% e 7%.
No
contexto da linguagem cautelosa contínua do Fed e sua postura política frouxa,
os investidores que acreditam que a perspectiva de crescimento do Banco Central
é muito conservadora também podem supor que, quando os formuladores de
políticas eventualmente chegarem à visão mais otimista do mercado, eles vão adiantar
o momento de elevar as taxas de juros.
O
Fed poderia contrariar esse pensamento, lançando uma previsão de crescimento
mais otimista — por exemplo, um crescimento real do PIB dos EUA em 2021 —
enquanto mantém sua postura política frouxa. Isso sinalizaria seu acordo com o
otimismo do mercado, sem se afastar da orientação sobre as taxas que vem
comunicando ao público.
Como
o Fed tem dito consistentemente — apesar da contínua luta do mercado com a
ideia —, a exigência para aumentar as taxas de juros é muito maior do que era
na década de 2010. O objetivo agora é o máximo emprego, que leva em consideração
uma série de indicadores não capturados pela taxa de desemprego principal,
incluindo a desigualdade racial no desemprego.
Conseguir
apenas isso não seria suficiente para aumentar as taxas de juros. Os
formuladores de políticas também precisariam ver a inflação acima da meta de
2%, com a expectativa de que ela permanecesse nesse nível ou mais. Mesmo assim,
antes de elevar as taxas, o Fed precisaria primeiro reduzir seu programa de
compra de ativos — algo que indicou não planejar para um futuro próximo.
O
Banco Central ainda não demonstrou nenhuma disposição para adiar o aumento das
taxas de juros de longo prazo, talvez satisfeito como essas taxas mais altas
esfriaram parte do aumento das ações especulativas de tecnologia sem apertar as
condições financeiras globais. Mas não há garantia de que isso continue,
especialmente se os investidores acreditarem que o Fed está dando aprovação
tácita aos investidores que precificam aumentos de taxas em 2022 e 2023.
Para
evitar esse cenário, o Fed deve comunicar claramente que, embora compartilhe o
otimismo do mercado sobre o crescimento, só esse forte crescimento não é
suficiente para que ele comece tão cedo a elevar as taxas novamente.
Uma pressão na inflação que irá ocorrer nos próximos meses se refere ao “efeito da base”. No ano passado, quando a pandemia ganhou força ao redor do mundo e os lockdowns se sucederam, a taxas de inflação ficaram negativas. Agora esse efeito vai impactar a inflação anual por alguns meses, como mostra o gráfico a seguir.
Uma pesquisa feita pelo Bank of America com os gestores de fundos globais aponta que o maior risco atual para seus pontos de vista não é mais a Covid-19 e sim a inflação, bem como o risco de o Fed diminuir ou até zerar a compra de títulos nos mercados.
E, por último, a aposta no nível da inflação que se pode extrair dos títulos do governo de 5 anos está na casa de 2,5%. No gráfico a seguir, o que chama a atenção é a velocidade com que ocorreu essa alta — que não está dando mostras de parar.
Por tudo isso, o Fed terá muita dificuldade em convencer o mercado a não se preocupar com a inflação, argumentando que a economia ainda tem muita capacidade ociosa no emprego e estudos recentes mostram que esse é o indicador importante. Vai ser uma tarefa árdua, e acredito que mesmo que Powell jure por Deus que não vai subir os juros, o mercado não vai acreditar — só o tempo dirá quem está certo.
No post ho-falso-negativo, Fiz as seguintes observações sobre o SP500: ...” caso se confirme o cenário mais otimista, as altas serão expressivas e sem poder tomar fôlego, pois devemos entrar na fase mais aguda de alta. O gráfico a seguir dá uma dimensão da projeção para a primeira fase” ...
O mercado não deu nenhum refresco para que pudéssemos entrar, ou melhor, o refresco foi um gole de Coca-Cola, com um recuo de 1%. Para calibrar o nível de entrada, torna-se necessário acompanhar janelas menores de tempo — eu uso 1 hora e a de 15 minutos. Também efetuei algumas alterações nas ondas — esta é uma atitude rotineira.
Acredito
que a alta que se encontra agora em curso deve levar o SP500 a testar o nível
psicológico de 4.000. Segundo meus cálculos, isso deveria acontecer ao redor de
4.015 — se ultrapassar, vou ter que recalcular. A ideia seria aguardar o término
da onda 1 em verde, onde se sucederia uma correção.
A
correção com os parâmetros acima deve acontecer entre 3.940 – 3.860, região
onde provavelmente vou dar uma sugestão de compra. Existe um outro cenário onde
a correção poderia se estender até 3.700, mas não é minha opção base.
- David, você já está perdendo parte da alta,
por que não entra agora já que o mercado vai subir forte segundo você?
Eu
tenho que me preocupar com a planilha semanal de resultados, conjugando o risco
x retorno. Como você pode notar acima, eu preciso me precaver caso o cenário de
queda maior aconteça. Sendo assim, meu stop loss não pode ser de 3.975
(preço atual) até 3.700, pois equivale a 7,5%. No longo prazo, pode até ser que
essa retração seja de menor impacto, mas o objetivo do Mosca não é arriscar
tanto assim num trade.
O
SP500 fechou a 3.962, com queda de 0,16%; o USDBRL a R$ 5,6246, com queda de
0,31%; o EURUSD a € 1,1902, com queda de 0,23%; e o
ouro a U$ 1.731, sem variação.
Fique
ligado!
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