Realidade desafiadora #usdbrl
Nunca
vimos um mercado de baixa como o que acabamos de viver. Nada chega perto quanto
à rapidez de seu início e de seu término.
Um
artigo de Michael Batnick no Irrelevant Investor faz uma comparação com outros
momentos.
Em apenas 19 dias, o Dow estava 20% abaixo de suas máximas. Em 22 dias, estava 30% abaixo. E em apenas 27 dias, tudo acabou, a mínima tinha ocorrido. Chamar isso de incomum é um eufemismo. Você pode ver no gráfico abaixo que a maioria dos mercados de baixa levam literalmente centenas de dias para atingir o fundo.
Todo esse mercado de baixa terminou em menos de 200 dias. O mercado atingiu o pico em fevereiro, e em novembro estava em novas máximas históricas.
Estamos
agora a 268 dias do topo em fevereiro de 2020. Eu queria comparar este mercado
de queda com todos os outros para ter uma melhor noção de como este foi
diferente.
Acabamos de viver a segunda mais forte reação acima das mínimas, exceto pela Grande Depressão. 268 dias após a mínima em 1932, o Dow subiu 136%. Mas considerando que havia caído 89%, ainda estava 75% abaixo das máximas!
O que torna este último mercado de queda verdadeiramente único é que o Dow está 16% mais alto que o pico anterior. Nenhum outro mercado em baixa na história recuperou todas as suas perdas tão rapidamente.
O ano passado foi diferente de todas as outras recessões por razões óbvias que não precisamos mencionar.
O
que vale a pena explorar é porque essa recuperação pode indicar o caminho a
seguir daqui em diante. O que foi incomum pode se tornar a norma?
Você
pode não concordar com a resposta da política econômica, mas ela funcionou. Enviar
dinheiro diretamente para empresas e pessoas físicas ajudou a desacelerar o
declínio econômico e acelerar a recuperação. Já que funcionou desta vez, não
haveria uma enorme pressão política para fazê-lo novamente da próxima vez?
Certo, desta vez foi diferente, mas daqui para frente, por que não seguiríamos
o manual do Covid? E se o mercado antecipar essa reação, acho que vale a pena
considerar que os mercados de queda nunca mais seriam os mesmos.
A
resposta política é apenas uma parte disso. A outra razão pela qual os ciclos
de mercado de queda podem encurtar é a velocidade com que as informações e os
mercados circulam nos dias de hoje. Isso provavelmente é comparar maçã com
laranja, mas em um mundo onde a Dogecoin pode fazer o que está fazendo, por que
deveria levar centenas de dias para o mercado de ações descontar o pior?
Adoro
estudar o passado, mas isso não diz o que acontecerá no futuro. A única coisa
que a história revela claramente é que as coisas estão sempre mudando.
Entendo
os argumentos de que seria razoável supor que os governos agiriam da mesma
forma para evitar um sofrimento desnecessário. Afinal, se a bolsa vai cair
temporariamente e depois subir, por que não encurtar esse tempo? Mas não
acredito que se possa fazer um paralelo dessa crise com as outras “normais”. Uma
recessão ocorre normalmente por algum excesso que acontece na economia, e se o
governo entrar nessa situação para evitar quebradeira, vai perpetuar uma serie
de empesas fantasmas — isso não é saudável.
Na
recessão do Covid-19, ocorreu um colapso instantâneo ocasionada por um fator
exógeno; não existia antes nenhum exagero visível nos setores e nas empresas.
Nessa situação, a atuação dos governos foi providencial; a alternativa teria
sido um desastre até difícil de se imaginar.
Em
outros tipos de recessão, a queda e recuperação das bolsas têm que ser mais
lentas para que o mercado dimensione o estrago, e isso não sabe de forma tão
rápida.
A título ilustrativo, e com a relevância das vendas ao varejo na economia americana, vejam a comparação com o que ocorreu em 2008. Pelos motivos que expus acima, tenho evitado observar esses gráficos que associam o que ocorre hoje com outras situações. Assim como esses gráficos mostram, não tem nada a ver.
Acredito que essa recessão será única!
No
post riscos-inesperados, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...
“a correção poderá se dar de diversas formas,
através de novas altas (área de triangulo demarcado em azul), ou ainda quedas
para níveis distintos do que eu esperava (retângulo em amarelo)” ...
Cheguei a uma outra configuração técnica para o dólar que indica uma chance maior de queda, desta forma posso sugerir um trade de venda, caso haja uma pequena retração a um nível interessante. Em todo caso, trabalho com uma probabilidade maior de queda.
O objetivo passa a ser um pouco inferior ao que eu vinha trabalhando, agora a R$ 4,93/ R$ 4,88.
-
David, você gosta de provocar os economistas dizendo que eles trocam de opinião
como trocam de camisa, mas agora fez a mesma coisa!
Fico
feliz de ter alguém para me policiar, isso garante que não haja deslize. Nesse
caso, não considero a mesma situação por dois motivos: a direção foi a mesma; e
estamos numa correção. Mas já vou adiantando que em correções poderá haver
alguma semelhança em alguns momentos.
O
SP500 fechou a 4.163, com queda de 0,52%; o USDBRL a R$ 5,5482, com queda de 0,72%;
o EURUSD a € 1,2036, com alta de 0,44%; e o ouro a U$
1.770, com queda de 0,37%.
Fique
ligado!
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