Jogando na defesa
O mercado aguarda ansiosamente a posse do “Já-Presidente”
Donald Trump, o motivo é duplo: movimentos contrários à Trump, organizam planos
de protestos por todo país com a possibilidade de distúrbios. Sua popularidade
é uma das mais baixas para o início de um governo; do ponto de vista do mercado,
fica a expectativa de alguma menção em seu discurso de posse em relação ao
comércio com a China, esta é a maior preocupação do momento.
Como citei ontem, o Presidente Chinês deu seu recado em
Davos, mas imagino que eles - os chineses - não estão de braços cruzados. Fico
pensando qual seria o seu plano B. Uma ação que pode ameaçar os EUA e porque
não todo mercado financeiro é o volume de títulos americanos detidos pela
China. São trilhões de dólares que se colocados à venda, de forma maciça,
forçaria a taxa de juros a subir de forma descontrolada, provavelmente levando
a economia mundial à recessão.
Mas não acredito que usem essa arma de imediato, talvez
ameaças nesse sentido caso o troglodita tome medidas que possam afetar a China
de forma mais profunda. Entre um extremo e outro, o mercado ficará muito atento
nas próximas semanas. O mais provável é que a China jogue na defesa, aguardando
possíveis ações dos americanos.
Na verdade, o protecionismo já vem crescendo nos últimos
anos. O país que mais implementou medidas nessa direção foi o EUA, como se pode
verificar na figura abaixo.
O futuro assessor do Presidente americano, Anthony
Scaramucci, reforçou as palavras de Trump referente ao dólar. De forma a não
apontar os culpados, disse que um dólar forte é ruim para as empresas americanas.
Será que o novo governo intensificará a guerra cambial? Se isso acontecer falta
combinar com o FED! Por sinal, imagino que seus membros devem estar
apreensivos.
Mas como estão reagindo os mercados chineses? A moeda traça uma
trajetória compatível com as das principais moedas, que recentemente passa por uma apreciação.
Já a bolsa de valores não acompanhou o movimento das outras
e vem caindo desde o anuncio de Trump, num movimento que tecnicamente indica
baixa.
Já o mercado imobiliário, depois de um período de
valorização que se iniciou em 2015, encontra-se estabilizado num patamar ainda
elevado de apreciação.
Diferentemente do México onde a moeda está em queda livre
desde a vitória de Trump (gráfico a seguir invertido), os ativos chineses não sofreram
esse impacto de forma mais clara. Mas isso poderá mudar nas próximas semanas.
Por outro lado, os mercados estão relativamente complacentes e de certa forma
animados com as mudanças que imaginam serão adotadas pelo novo governo. Se
houver alterações não “Market friendly” os
preços serão impactados.
O euro não conseguiu romper a barreira de 1,05 e agora se
encontra próximo a 1,07. No post alto-risco, propus o trade para venda da
moeda única quando estivesse abaixo de 1,05. Isso acabou acontecendo no dia
15/12 e na sequencia atingiu a mínima de 1,034 em duas ocasiões conforme
apontado no gráfico abaixo.
Mesmo tendo sido estopado minha visão não se modificou,
ainda espero novas quedas para o euro. O gráfico a seguir, com uma visão de
mais médio prazo, mostra a reação das últimas semanas. Uma parte desse
movimento se deve ao excesso de posições vendidas que acabaram sendo liquidadas
com as recentes declarações do “Já- Presidente” sobre o dólar.
No momento não tenho nada a sugerir, e apenas
indicativamente, se o euro ultrapassar 1,09, o processo de queda será postergado.
Por outro lado, uma queda abaixo de 1,05 deverá desta vez levar o euro para a
paridade, ou quem sabe, abaixo disso.
Quero enfatizar que a moeda única se
encontra numa fase madura de queda e que em algum momento deverá ocorrer uma
reversão, ocasionando altas conforme mencionei no post no final do ano passado euro-uma-ideia-de-jerico: ...”eu
projeto que o euro vai reverter em algum momento, ou seja, voltara a subir. A
moeda única se encontra em seu último estágio de queda, frisando que essa é uma
afirmação com uma visão de longo prazo. Aviso aos navegantes, vamos comprar
euro em algum momento, e ele vai subir bastante” .... Nunca percam esse ponto de vista.
O SP500 fechou a 2.271, com alta de 0,18%; o USDBRL a R$ 3,2307, com alta de 0,60%; o EURUSD a 1,0630, com baixa de 0,76%; e o ouro a US$ 1.204, com queda de 1,02%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário