BCB entricheirado
Hoje foi publicado o IPCA -15 do mês de junho que capturou o
impacto da greve dos caminhoneiros em maio. A variação foi de 1,11% no mês
quando a expectativa era de 0,90%. Com isso, a taxa em 12 meses passa a ser de
3,68%, vindo de 2,70% do mês anterior. Um alta de respeito para uma economia
que não apresentava nenhuma inflação por um período longo.
O vilão ficou por conta do grupo Alimentação e Bebidas, mais
afetado pela paralização de maio, com variação de 1,57%. Naturalmente outro
grupo que apresentou pressão foi o de Transportes com alta de 1,95%, onde o
Combustível jogou fogo na gasolina, subindo 5,94%. Já não bastasse todos esses
aumentos, a alta do item energia elétrica, por conta da mudança da bandeira
tarifária amarela para vermelha, cuja variação foi de 5,44%.
Esses efeitos tendem a se diluir nos próximos meses, com a
taxa mensal retornando a nível mais comportado em julho e agosto. Ao se
observar os núcleos de inflação, esses seguem bastante comportados, o que
implica numa perspectiva de inflação abaixo da meta neste ano, mesmo com o
choque deste mês.
O Copom decidiu manter a taxa de juros em 6,5% a.a.,
revelando uma preocupação mais forte com a evolução do cenário externo, e já
alertando para os efeitos da greve dos caminhoneiros poderá ter na inflação e
atividade econômica.
Em seu comunicado, reafirma que não agira automaticamente a eventuais
alterações no câmbio. Apenas na medida que afetarem a inflação esperada do
próximo ano.
Também alerta que os choques reduzem a probabilidade de a
inflação ficar muito abaixo da meta. No cenário com as projeções do mercado,
mesmo com a deterioração cambial, e considerando que os juros subam para 8%
a.a., seu efeito faria a inflação cair 0,5% a.a., que seria abaixo do centro da
meta. Ambos cenários permitem que o BC tenha espaço para trabalhar sem a
necessidade de subir os juros.
Uma mudança em relação ao comunicado anterior é que, não
indicou quais seriam seus próximos passos. Essa postura difere da anterior, em
que sinalizava a manutenção nas próximas reuniões.
Fiquei bastante satisfeito com as recentes decisões de nosso
banco central. A primeira da qual ainda não havia comentado, é sua atuação no
mercado cambial. Diferentemente da gestão anterior onde a atuação se devia
exclusivamente a problemas internos, pois o governo anterior manipulou diversos
preços administrados com intuito de promover uma queda dos juros
artificialmente. Agora o motivo vem de forças externas atingindo
indiscriminadamente os países emergentes. Em seguida, sua postura pragmática em
relação ao efeito mencionado acima adicionado aos efeitos da greve na atividade
econômica e na inflação, na condução da política monetária.
Não haveria outra atitude a tomar em situações como essa, a não ser, não dar nenhuma indicação de seus movimentos futuros, afinal,
como pode ele saber o que vai acontecer nos mercados internacionais.
Por outro lado, a situação brasileira é bastante
confortável, com um volume de reservas expressivos aliado a uma dívida externa
diminuta, basta esperar a manada para se defender.
Entretanto, não bastasse esses eventos exógenos, as eleições
batendo a porta sem uma definição de quem poderá ser o futuro Presidente, e um
governo atual muito fraco, só uma bola de cristal ajudaria.
Não sou um especialista em táticas militares, porém poderia
fazer um paralelo da seguinte forma: O BCB está no alto do morro, bem armado e
entrincheirado. Se o mercado quer atacar, vai ter que gastar muita “bala”.
A análise técnico será do Ibovespa. Inicialmente veja os
comentários do post pensamentos-fora-da-realidade: ...“ Nosso stoploss deveria nos proteger de uma eventual
queda adicional, no curso do movimento em questão. Caso isso não ocorra, o
próximo ponto seria ao redor de 69.000 e abaixo disso, vou ter que reestudar se
minha sugestão de compra para o longo prazo continuará válida” ...
Fomos stopados nesta semana e o índice se aproxima do
próximo nível de 69.000. No post acima acrescentei o seguinte: ...” o próximo ponto
seria a 69.000. Caso esse último nível seja violado as coisas ficam muito
complicadas. Numa análise superficial, esse caso indicaria uma mudança de
direção na bolsa, de alta para baixa, no longo prazo” ...
Vou apresentar o gráfico de mais longo prazo para que possam
ter uma ideia do porque a bolsa poderia passar de um movimento de alta para um
de baixa.
O gráfico e autoexplicativo, o Ibovespa está contido entre
duas linhas paralelas desde 2008. Depois de ter atingido a máxima de 85 mil em
fevereiro deste ano, iniciou um movimento de queda, de forma abrupta, levando o
índice para próximo de 70 mil, uma queda de 18%. Como podem notar pelas minhas
marcações tenho dúvidas em como formatar esse período tecnicamente.
Observando num prazo mais curto espero uma correção. Mas isso não seria um indicador que trouxesse animo para o índice
atingir novas altas. As perspectivas se alteraram para que, no mínimo, se encare
uma correção mais longa. Mas nada do que estou adiantando aqui deve ser levado
a ferro e fogo, sendo assim, vamos acompanhar o curto prazo, com muita cautela.
O gráfico a seguir aponta para o movimento esperado no curto
prazo. Caso a bolsa se recupere para 73,5 mil - 75 mil, e depois tombe abaixo
dos 69.000, provavelmente mudarei minha recomendação de alta para baixa. Caso o
índice continue a subir e principalmente acima de 80 mil pontos ficaremos felizes,
existe uma luz ao final do túnel.
Não estou muito otimista, as chances se voltam mais para a
queda que para a alta, várias forças atuam nesse sentindo, tanto internas como
externas.
Fico pensando como as coisas podem mudar tão rapidamente, em
fevereiro deste ano qualquer banco que se visitasse defendia com unhas e dentes
que boa parte do portfólio deveria ser alocada em bolsa, afinal com juros tão
baixos como a bolsa poderia não subir? Em menos de 4 meses, esse discurso mudou
completamente, agora orientam seus clientes a ficar no CDI. Para justificar essa mudança radical tem
uma boa desculpa, a alta dos juros no exterior, ou a ameaça de Ciro Gomes.
O Mosca já tinha
identificado uma exaustão no curto prazo, razão pelo qual fomos apertando nosso
stoploss. Operei a queda inicial como se fosse uma correção de curto prazo. Foi
um erro, pois parece que, ou é uma correção de mais longo prazo, ou quem sabe uma
mudança de direção mais estrutural.
Não preciso ficar vermelho, nem tampouco dar desculpas, sei
que essa possibilidade sempre existe, por isso uso o stoploss.
Se na Copa do Mundo estamos presenciando tantas zebras,
basta ver o chocolate que levou a Argentina da Croácia, porque não nos mercados? O futuro é incerto, essa é uma premissa que jamais devemos nos esquecer.
Mais vale o dinheiro no bolso que teimar por uma ideia.
Cuidado Brasssssssssssssssssil !!!!!!
No post de ontem o-bitcoin-é-seguro? eu havia proposto um
trade do euro: ...” surge uma opção de trade bastante oportunista, caso a moeda
única suba um pouco, a € 1,17, mas desde que, não negocie abaixo de € 1,15
antes disso” .... Embora a moeda única não tenha negociado abaixo de €
1,15, vou cancelar esse trade. Explico melhor amanhã o motivo.
O SP500 fechou a 2.749, com queda de 0,63%; o USDBRL a R$
3,7623, com queda de 0,26%; o EURUSD a € 1,1612, com alta de 0,35%; e o ouro a
U$ 1.267, sem variação.
Fique ligado!
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