O futuro dos jovens
Para quem tem filhos da geração milennium vai entender
melhor minhas colocações a seguir. Tenho observado que os filhos têm uma
atitude sobre o presente e o futuro muito diferentes da minha quando tinha essa
idade. Quando eu tinha 30 anos, já ocupava cargo de bastante responsabilidade,
era o tesoureiro do Banco Francês e Brasileiro. Mas isso não caiu do céu,
trabalhava muito mais que as 8 horas estabelecida pelo contrato de trabalho.
Me recordo que logo depois de formado, fiz uma tabela onde
projetei meu salário para os próximos 5 anos. Meu primeiro salário foi de U$
1.000 e queria chegar aos U$ 5.000. A cada trimestre acompanhava a evolução e refletia
quais deveriam ser minhas promoções para que vislumbrasse atingir essa meta.
Converso bastante com meus filhos e noto diferenças
importantes, Primeiro que os jovens hoje em dia, valorizam os momentos;
enquanto na minha geração buscava economizar as sobras do salário, eles
preferem gastar em bons restaurantes e viagens. Suas poupanças são para o
presente e não para o futuro. Outra diferença que posso notar na frase
frequentemente dita, quando precisam trabalhar até tarde ou nos finais de
semana “não quero isso para minha vida”.
Na fase de vida que estou, percebo a importância de ter uma
reserva, acumulada durante minha vida profissional. É verdade que quando jovem,
não pensava muito distante, mas sabia que era importante ter uma poupança. Isso
não parece ser de nenhuma preocupação para a geração milennium.
Um artigo publicado pela Bloomberg compara as gerações milennium
com a de seus pais, e traçam as principais consequências.
A mediana americana nascida na década de 1980 - o berço da
geração dos milennials - tinha uma riqueza familiar 34% menor do que a das
gerações anteriores na mesma idade, informou o Federal Reserve Bank de St.
Louis no mês passado. E todos os dados mostram que provavelmente vai piorar.
Enquanto os afluentes baby boomers agradecem aos anos de
mercados em alta, que lhes propiciou pagar suas hipotecas e conquistar gordas
carteiras de investimentos, a geração milennium, e a próxima geração Z, estão
sobrecarregadas de dívidas estudantis e salários estagnados. Eles só podem
contribuir com o mínimo para seus planos de aposentadoria e se esforçam para
encontrar casas a preços acessíveis dentro da distância de seus trabalhos.
Por um tempo, a Geração X também estava perdendo, graças à
crise financeira de 2008. Mas seus membros conseguiram compensar a maior parte
do déficit nos anos seguintes, aproveitando a mais longa expansão econômica em
décadas.
Por alguma razão, esse período de tremendo crescimento mal
ajudou os millennials. O Fed de St. Louis chamou essa anomalia de “uma
oportunidade perdida, porque a apreciação do patrimônio provavelmente não será
tão rápida no futuro próximo”. Essa é uma péssima notícia para pessoas de vinte
e trinta anos que podem ter esperado recuperar o atraso.
Até 2034, a Previdência Social não poderá pagar todos os
benefícios. Qualquer solução que retifique suas finanças provavelmente exigirá
mais impostos e mais cortes de benefícios - todos saindo dos bolsos de
trabalhadores mais jovens. Os boomers, que estão saindo da força de trabalho em
massa, já estarão confortavelmente sentados quando a música parar ou sair da
cena.
Resolver o seguro saúde não é a única questão em que os
americanos mais jovens têm prioridades diferentes das dos mais velhos. O
presidente dos EUA, Donald Trump, foi eleito com votos de americanos mais
velhos favorecendo cortes de impostos e menos governo, enquanto jovens
eleitores se engajaram com o senador Bernie Sanders, que apoia a reconstrução
de programas sociais e o estabelecimento de saúde nacional.
As pessoas ainda vivem muito mais que seus pais. Um homem
que tem “cronologicamente” 65 anos, na verdade é mais como um homem de 55 anos,
da perspectiva de 1957. Com os anos extras, uma carreira mais longa não
significa necessariamente uma aposentadoria mais curta.
Os americanos em idade de aposentadoria já estão trabalhando
em números recordes. Seja por escolha ou por necessidade, devido ao tédio ou
medo. 33% dos que têm entre 65 e 69 anos estão no mercado de trabalho,
juntamente com 19% daqueles com idades entre 70 e 74 anos.
No entanto, o conselho de aposentadoria de “apenas trabalhar
por mais tempo” pode parecer sem eco aos ouvidos dos mais jovens, especialmente
quando as promessas americanas de avanço, segurança financeira e propriedade de
casa para todos que trabalham duro - se transformaram em mito.
E quanto à economia em expansão em 2018? Isso não ajudará a
facilitar o caminho para jovens poupadores? Os salários não refletem a melhoria
da economia. Os rendimentos por hora ficaram inalterados em relação a maio do
ano anterior. E de acordo com uma pesquisa do Fed, quatro em cada dez
americanos disseram que seria difícil conseguir U$ 400 para uma despesa
emergencial.
O artigo leva em consideração a situação dos jovens
americanos que são diferentes dos nossos jovens. Mas é tão diferente assim? Não
aparenta, pois embora não existe o mesmo número de aposentados, consequência do
efeito denominado baby boomers, o problema da previdência e do desemprego são
muito piores aqui que nos EUA. Talvez a diferença é que no Brasil não são
publicadas estatísticas sobre esses assuntos.
Tenho a impressão que nossos filhos enfrentarão uma velhice
em condições piores que as nossas. Com uma poupança inferior a necessária,
consequência de um menor esforço de acumulo de recursos acrescido a uma maior
expectativa de vida, terão que se enquadrar num padrão de vida mais modesto.
No post o-teu-cabelo-não-nega, fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ...” A minha ideia é vender dólar a R$ 3,80 com um stoploss a
R$ 3,92, almejando um objetivo de resultado a R$ 3,65/R$ 3,60. Vocês devem
fazer ½ do tamanho normal, pois se trata de um trade especulativo e contra a
tendência reinante. Se tudo acontecer como o previsto, será interessante
analisar o que acontecerá ao redor da região apontada acima – R$ 3,60/3,65” ...
Nada aconteceu em termos de mudança de níveis que alterasse
minha ideia. Passados alguns dias, me sinto confortável em colocar um trade
fazendo uma pequena alteração no ponto de entrada. A proposta é a venda de
dólar a R$ 3,86 com um stoploss a R$ 3,92, onde buscaríamos um objetivo inicial
ao redor de R$ 3,65. Gostaria de enfatizar que essa posição deve ter a ½ do
tamanho normal, por se tratar de um trade contra a tendência de médio prazo.
O Jornal Valor publica uma matéria apontando um volume de U$
48 bilhões de apostas na alta do dólar. Essa situação é diametralmente oposta a
que existia no começo do ano, onde boa parte dos investidores institucionais
estavam mais otimista com os mercados emergentes.
Hoje o custo de “carregar” posições compradas em dólar é
muito inferior as que existiam em 2015, pouco antes do impeachment da Dilma.
Acredito que essa pressão sobre os emergentes deva perdurar
por um tempo, mas é importante frisar que, hoje praticamente só existe o BCB na
ponta vendida do dólar. Como aconteceu no início de 2016, quando ficou mais
claro que Dilma sairia, o dólar iniciou um movimento de queda trazendo as
cotações de R$ 4,25 para R$ 3,10 num espaço pouco maior que 6 meses. É muito
incomodo ficar contra a autoridade monetária, quando essa detém um volume
expressivo de reservas. Para que quem está comprado ganhe, é necessário que se
observe saídas efetivas de dólares.
O SP500 fechou a 2.717, com queda de 1,37%; o USDBRL a R$
3,782, sem variação; o EURUSD a € 1,1701, com alta de 0,39%; e o ouro a
U$ 1.265, com queda de 0,20%.
Fique ligado!
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