Política embaralhada
Nesses poucos dias que estive fora, muita agitação aconteceu
no mercado brasileiro. Além da greve dos motoristas, a situação política ficou
mais confusa do que já estava. Realmente ninguém consegue ter ideia de quem
será o próximo presidente, porém algumas evidencias existem: primeiro a de que
o candidato do PSDB, Geraldo Alkmin, ao continuar a situação atual, será um
fiasco; segundo, Ciro Gomes parece despontar como a opção de esquerda; e por
último, Marina Silva permanece na rabeira, também pudera, nem aparecer na mídia
consegue!
A beira do início da Copa do Mundo, poderemos ter boas notícias.
O banco Goldman Sachs, como de costume, prepara uma pesquisa extensa nesse
assunto, e como resulatdo de mais de um milhão de simulações, chegou à
conclusão que o Brasil é o favorito para conquistar o título. Normalmente,
quando isso acontece, o governo é beneficiado, mas dado o descrédito total atualmente
existente, não sei quem se beneficiaria.
Em todo caso, acredito que nos próximos 30 dias o foco será
o futebol. Vamos Brasssssssssil!
O Presidente Trump deu uma faturada na física e na jurídica,
ao assinar uma carta com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong, para implementar
a desnuclearização da Coreia. Embora vários pontos ainda não estão claros como:
a falta de verificação dos esforços de desnuclearização; o papel da China no
processo; o fim dos exercícios conjuntos com a Coreia do Norte.
A resposta de Trump para a maioria dos críticos foi que o
processo está apenas começando e que leva tempo para desnuclearizar. Com
respostas evasivas buscou afirmar e negar o exercício conjunto com a Coreia do
Norte. Aproveitando o vácuo, Pequim disse que esse é "precisamente o
objetivo que a China sempre buscou e trabalhou duro, e que como parte do acordo
final, a China também inclui a retirada de Tropas dos EUA da península coreana,
eliminação dos exercícios militares da US-ROK e desmantelamento dos sistemas de
defesa de mísseis conjuntos da US-ROK.
A China também inclui a retirada das tropas norte-americanas
da península coreana, a eliminação dos exercícios militares norte-americanos e
o desmantelamento dos sistemas conjuntos de defesa antimísseis
norte-americanos.
Somente o tempo dirá quão efetivo será esse acordo, bem como
seus desdobramentos em termos de relações entre a China e os EUA, que é o que
realmente importa. Mas como no longo prazo estaremos todos mortos, Trump faturou
no curto prazo aproveitando para dar um conselho a Kim Jong “Ao invés dos
misseis você poderia ter os melhores hotéis do mundo”
Foi publicado o CPI - índice de inflação nos EUA, que
atingiu 2,8% a.a., ficando dentro das estimativas do mercado. Ao se retirar
combustíveis e alimentos - core, o
índice publicado foi de 2,2% a.a. Os elementos de maior pressão foram os
relativos a aluguéis e moradias, que voltaram a subir, apontando para 3,5% a.a.
Já os salários reais continuam a decepcionar com um crescimento de 0% em bases
anuais.
Amanhã o Fed se reúne, e tudo indica que mais uma alta de
juros de 0, 25% será anunciada. Como ainda faltam mais 6 meses para o termino
do ano, a grande questão é se haverá alguma alteração nas suas projeções. Até
agora, o Fed havia sinalizado mais uma alta nesse ano, enquanto, há algum tempo,
o mercado especulava em mais duas altas de 0,25%. Segundo o Credit Suisse, a inflação
depois desse aumento temporário deveria se estabilizar próximo de 2% a.a.
A análise de mercado hoje não poderia deixar de ser o dólar,
embora o Ibovespa também foi bem machucado no último mês. No post insatisfação-no-limite, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Preciso
enfatizar que, embora eu tenha apontado o nível de R$ 3,80 com crítico, não
significa que as cotações não possam subir mais, mesmo ainda num processo de
correção. Quando destaquei, quis dizer que seria o mais provável reverter a R$
3,80. Se ultrapassar, não posso afirmar que meu call passa a ser de alta do
dólar” ... ...” até não atingir e ultrapassar o nível de R$ 4,25, o dólar
poderá recuar toda essa alta, a única menção que devo fazer é que, acima de R$
3,80 fico mais desconfiado dessa hipótese” ...
...”marquei no gráfico quais seriam os níveis que se poderia
esperar em breve. O primeiro no intervalo ao redor de R$ 3,85 < R$ 3,83 a R$
3,87>, se ultrapassado R$ 3,95, em seguida R$ 4,02” ...
“ ...se esses níveis acabarem acontecendo, é que
provavelmente o cenário local e/ou internacional deveria piorar
significativamente. Do ponto de vista psicológico, o nível de R$4,00 poderá
ter um impacto bastante negativo, o que as vezes indica exaustão do movimento”
...
Para quem lê o Mosca, não
pode ter sido pego de surpresa. Honestamente, eu mesmo fiquei surpreso ao ler o
post acima, os movimentos obedeceram com precisão. Mas não é magia ou bola de
cristal, é sim a análise técnica que mais uma vez se mostrou acurada.
Mas vocês devem estar curiosos para saber se o Mosca vai sugerir comprar ou vender
dólares. Pois bem, estou mais inclinado a vender o dólar. Mas não será uma
ordem fixa, depende como as cotações se comportarão nos próximos dias. Em todo
caso, não seria nos preços atuais de R$ 3,72. Vejam a seguir minhas ideias.
Caso o comportamento acontecer de acordo com o gráfico
acima, tenderia a vender entre R$ 3,80 – R$ 3,85, com um stoploss a R$ 3,90.
O fechamento da semana anterior é encorajador nesse sentido,
ao terminar na menor cotação da semana, o que em análise técnica é conhecido
como key reversal week. Por outro
lado, não posso descartar mais uma alta acima da máxima atingida de R$ 3,967.
Também pode ser que, o movimento no curto prazo continue em
queda, e caso tombe abaixo de R$ 3,64, aumenta muito a chance da reversão colocada
acima, estar em curso.
Bem coloquei as possibilidades de curto prazo, e embora não
tenha definido nada muito concreto, deixei claro que estou trabalhando com a
possibilidade de queda, sem ainda definir em qual nível. Fiquem de olho nos
próximos dias para mais detalhes sobre o dólar.
Na viagem que fiz, com um fuso horário negativamente
defasado do Brasil, ao acordar, as notícias do dólar era o assunto do café da
manhã. Estávamos em sete casais numa viagem de bike, e todos muito antenados no
assunto.
Na última quinta-feira, quando o dólar esteve a centavos de
R$ 3,97, duas observações dos meus amigos chamaram a minha atenção: Um deles falou
que se o dólar caísse a R$ 3,60/R$ 3,70 entraria comprando. Comentei que caso
acontecesse, ele provavelmente mudaria de opinião. No outro caso, meu amigo
lembrou as palavras de seu saudoso pai, o Charlecão “quem dorme com dólar
acorda feliz”. A alegria nesse caso vai durar pouco. Reforço que frases como
essa tem validade por um tempo determinado.
O mais importante de tudo é lembrar que o compromisso é com
o bolso, tanto faz se o dólar sobe o cai. Às vezes é melhor dormir com dólares,
outras com real, euro, libra e etc ... estando na ponta certa, vai sempre
acordar feliz!
O SP500 fechou a 2.786, com alta de 0,17%; o USDBRL a R$
3,7159, com alta de 0,19; o EURUSD a € 1,1743, com queda de 0,30%; o ouro a
U$ 1.295, com queda de 0,30%.
Fique ligado!
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