Crédito em excesso dá congestão



O FMI elaborou um estudo interessante sobre crédito e crescimento econômico. Os governos tendem a compensar desacelerações da economia facilitando o crédito. Isso aconteceu com muita frequência nos países desenvolvidos depois da recessão de 2009, até de forma extremante exagerada. Aqui no Brasil, o governo do Lula, resolveu adotar a mesma estratégia, e deu no que deu, depois de 3 anos vivemos a pior recessão da história.

Todos nós ouvimos sobre colesterol bom e colesterol ruim. Muitas coisas boas provavelmente não farão mal a você. Muito do material ruim pode levar a um ataque cardíaco.

A mesma ideia se aplica aos booms de crédito - períodos em que o montante de empréstimos aumenta muito rapidamente. O crescimento econômico mais lento ou mesmo uma recessão podem seguir um boom negativo. Separar esses dois tipos em tempo real pode ajudar os formuladores de políticas a frear um crescimento ruim antes que seja tarde demais.

O estudo em questão mostra o impacto de um boom negativo, no crescimento econômico nos anos seguintes. Mas antes de aprofundar nos detalhes, deveríamos fazer uma pergunta básica: quais as consequências de um crescimento ruim?

A resposta: é alimentada pelo otimismo excessivo entre os investidores. Quando a economia está indo bem e todo mundo parece estar ganhando dinheiro, alguns investidores assumem que os bons tempos nunca terminarão. Eles assumem mais riscos do que podem razoavelmente esperar.

Então, como se pode saber quando assumir riscos está ficando fora de controle? Uma maneira é olhar para o risco da alocação de crédito. A pesquisa mostra que, quando o crédito cresce rapidamente, as empresas em que a dívida se expande mais rapidamente tornam-se cada vez mais arriscadas em relação àquelas com as expansões mais lentas da dívida, o que representa riscos negativos para o crescimento no futuro.

Outro método é olhar para o mercado de títulos para ver quanto do dinheiro que as empresas e os governos estão tomando emprestado consiste em dívidas de alto rendimento – High Yield, também conhecidas como títulos de alto risco. (Esses são títulos que oferecem rendimentos mais altos para compensar o maior risco de inadimplência). Quanto maior a proporção de dívida de alto rendimento, maior o nível de risco no sistema financeiro.
Para ajudar a prever como os booms ruins podem afetar o crescimento, analisou-se dados sobre dívidas emitidas por governos e empresas não financeiras em 25 economias avançadas. Definimos um boom como um período de crescimento mais rápido do que o normal no crédito em relação ao PIB. Então, analisa-se quanto do crescimento do crédito consistia em dívidas de alto rendimento.

Conclusão: booms de crédito marcados por uma parcela crescente de junk bonds foram seguidos por um menor crescimento econômico nos três a quatro anos seguintes. Quando o alto rendimento da dívida aumenta em um desvio padrão - uma medida estatística de quanto um número difere da média em um conjunto de números - o crescimento do PIB nos próximos três anos é negativo em 2 %.

O resultado sugere que, quando o crédito está crescendo rapidamente, os formuladores de políticas devem prestar atenção para saber quanto desse crescimento é alocado para empresas mais arriscadas, como aquelas que emitem dívida de alto rendimento. Embora são necessárias mais pesquisas sobre esse tópico, as etapas para solucionar o problema podem incluir maiores exigências de capital e outras medidas para restringir o crescimento do crédito, além de, reduzir os padrões de empréstimos de forma mais ampla.

Ao se observar esse trabalho um país vem à mente de imediato: A China. É de conhecimento de todos que esse país se utiliza largamente do crédito para que sua economia busque crescimentos expressivos. Isso é feito através de créditos, onde uma boa parcela se encontra no balanço dos bancos. Esse trabalho teve um endereço certo.

Uma estatística interessante sobre a dívida dos emergentes, apontou que, com uma correlação elevada, os juros são mais altos quanto mais jovem é sua população. O gráfico a seguir aponta para essa conclusão. Notem que o mesmo não é verdade para os países desenvolvidos onde a correlação é baixa. Se existir credibilidade nesse dado, o Brasil tenderia a taxas menores nos próximos anos, pelo envelhecimento da população.

No post o-bitcoin-é-seguro? fiz os seguintes comentários sobre o euro:  …”como podem notar, o primeiro nível é € 1,1735, e está próximo dos preços atuais. Caso não sustente, o próximo seria a € 1,145 e finalmente € 1,120, sendo esse último o menos provável” ... ...” Numa visão de mais curto prazo, surge uma opção de trade bastante oportunista, caso a moeda única suba um pouco, a € 1,17, mas desde que, não negocie abaixo de € 1,15 antes disso” ...
Acabei cancelando o trade pois existia uma possibilidade, aonde o euro poderia atingir um nível acima do stoploss, para em seguida, cair. No gráfico acima, de médio prazo, grifei os limites da correção que está em curso – em cinza; na parte superior ao redor de 1,185 e na parte inferior 1,15. Nesse momento a moeda única encontra-se a 1,16.

Ao observarmos um gráfico de mais curto prazo, fica mais evidente o processo corretivo. O motivo pelo qual não me envolvo no “meio” desse intervalo, é que posso ser estopado antes da queda começar.

 
Tecnicamente a correção poderia atingir o nível de 1.205, sem que com isso comprometesse a expectativa de queda, não seria o mais provável. O que se pode esperar é uma correção até 1,185 ou mesmo 1,195.

Como estamos buscando um retorno não muito expressivo o ponto de entrada pode fazer toda diferença.

- David, se você está tão convencido da queda, vende é coloca um stoploss mais alto, qualquer problema recupera quando cair.
Estar confiante, não é necessariamente estar convencido. Ninguém tem certeza de nada, ninguém! Comentei diversas vezes que, para ser um bom investidor, é fundamental preservar o capital, e não colocar em risco só porque parece obvio.

Assim, nesse caso, vou propor 2 opções, onde uma cancela a outra:

1)      Vender euro a 1,185 com stoploss 1,1980, desde que, não negocie antes disso abaixo de 1, 1505.

2)      Vender euro a 1,1500 com stoploss a 1,1650.

Não tente buscar uma lógica racional, pois o argumento é totalmente técnico.

O SP500 fechou a 2.699, com queda de 0,86%; o USDBRL a R$ 3,861, com alta de 1,67%; o EURUSD a 1,1551, com queda de 0,79%; e o ouro a U$ 1.251, com queda de 0,56%.

Fique ligado!

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