Europa sem esperança
Ontem foi a vez do ECB tirar o ânimo dos mercados financeiros ao anunciar que reduzira a injeção de recursos, passando dos atuais € 30 bilhões para € 15 bilhões a partir de setembro, com termino previsto em dezembro. Quanto a taxa de juros nem pensar em mexer antes de um ano. Só para lembrar os leitores, a remuneração paga pelo ECB aos depósitos dos bancos está em – 0,40% a.a.
Depois de terminado o prazo da colocação dos recursos, se
comprometeu a renovar os vencimentos dos títulos de sua carteira pelo tempo
que for necessário. A figura a seguir apresenta o balanço consolidado com a
previsão para o futuro, feita pelo Nordea Bank.
O mercado esperava uma atitude mais corajosa do ECB mas parece que o “Mini Mario” sentiu as dores de seu país, assolado por uma situação política muito complicada, e resolveu manter a aposta de calibrar a política monetária europeia pelos países mais fracos. O euro levou um tombo de respeito caindo 1,7% no dia, uma das maiores quedas num único dia dos últimos anos.
Ontem a tônica foi de valorização do dólar sentida em todas as moedas do G7, e sanguinária nas moedas dos mercados emergentes, onde a Argentina de nossos Hermanos, liderou com a queda do peso argentino em mais de 6%. Como diria um colega, vender essa moeda é como bater um pênalti sem goleiro. A seguir o índice que engloba toda as moedas emergentes. A sensação é de que o mercado resolveu apostar no único país que apresenta crescimento atualmente, os EUA.
O índice de surpresas publicado pelo Citibank vem apresentando queda nas principais regiões econômicas onde da Europa lidera com folga.
Um artigo publicado pela Bloomberg mostra o desinteresse das
pessoas com o bitcoin. O motivo talvez seja o encilhamento dos atuais
detentores. “O registro histórico do Bitcoin sugere que suas maiores altas são
feitas graças à especulação, e não a qualquer progresso real na utilidade ou
tecnologia. A alta do Bitcoin de U$ 6.500 para U$ 19.000 no final de 2017, foi
alimentada pela crença de que o preço só iria subir. Não houve evidência de
qualquer aumento da adoção no mundo real”.
O que é pior, uma análise feita com os possuidores da moeda
digital aponta que os grandes detentores venderam suas posições para os
pequenos, deixando o “mico” em suas mãos.
O Mosca comentou em diversos posts que o bitcoin se enquadrava no prospecto de uma bolha, e que como todas as outras situações, não se sabe o momento que irá estourar. Desde o final de 2017, o Bitcoin já caiu 67% e encontra-se agora num nível técnico sugerindo uma nova queda, caso o nível de U$ 6.000 seja rompido. Conforme havia comentando, as bolhas tendem a se estabilizar em patamares equivalentes entre 10% a 20% do preço máximo, o que no caso do Bitcoin situa-se ao redor de U$ 2.000 a U$ 4.000.
No post caminhoneiros-os-oportunistas, tracei três cenários possíveis expressos no gráfico a seguir:
Recomendo que os leitores releiam essas hipóteses no post
acima. Desde essa última publicação, a mínima atingida foi de 2,76%, em seguida,
ocorreu uma recuperação levando os juros a atingir 3% na última quarta-feira. Não
existe uma definição clara entre as três hipóteses, qual se poderia esperar.
Estou dividido entre a “opção 1 – Last Kiss”, ou “opção 2 – banho de agua gelada”. Como poderemos
saber? Caso os juros recuem abaixo de 2,75% o último cenário ganha mais força,
por outro lado, se ficar contido até esse nível e ultrapassar o nível de 3%
poderemos ter novas altas, antes que uma correção maior aconteça.
- David, parece
bastante confuso!
Tem razão, provavelmente esse é o espelho do mercado, pois o
Fed reafirmou nessa semana sua intenção de subir os juros mais rapidamente, assim,
como poderiam recuar os juros implícitos nos títulos de 10 anos?
No post de ontem estou-vendo-fantasmas, coloquei minhas
ideias que levanta muitas dúvidas sobre o futuro da economia americana. Hoje
pela manhã, o FMI publicou seus cenários para a economia mundial onde o PIB
americano seria ainda inferior ao do FED, como se pode ver a seguir. Ainda
enfatizei para acompanhar os juros de 10 anos como indicador importante sobre
futuro.
Essas questões colocam forças em ambos os sentidos, que
estão espelhados nos juros de 10 anos.
Felizmente saímos de nossas posições bem antes desse momento
e estamos aguardando maiores definições para propor algum tipo de trade. Nesse
momento é melhor assistir os jogos da Copa do Mundo com um olho no monitor,
pois jogos muito disputados parecem ser a tônica desse Campeonato.
A negociação do ouro hoje deixa dúvidas sobre a tendência de
alta do metal no curto prazo, em função disso, estou cancelando a outra ordem de
compra que havia sugerido no post o-grande-teste: ...” a outra metade a U$ 1.260, colocando um
stoploss em ambas a U$ 1.230”...
O SP500 fechou a 2.779, com queda de 0,10%; o USDBRL a R$ 3,7305, com queda de 1,96%; o EURUSD a € 1,1605, com alta de 0,33%; e o ouro a U$ 1.279, com queda de 1,71%.
Fique ligado!
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