Caminhoneiros: Os oportunistas
O Brasil praticamente parou ontem consequência da greve dos
caminhoneiros. Filas imensas nos postos de gasolina me fizeram lembrar dos anos
80 quando o governo, ao anunciar aumento dos preços da gasolina que passava a vigorar no dia seguinte,
enormes filas se formavam nos postos para abastecer no preço velho. Uma
vantagem de pequena valia! Mas as de ontem eram de pessoas que precisavam do
combustível para suas atividades do dia a dia.
Vou fazer uma análise mais detalhada sobre essa situação para verificar quem é o culpado por tamanho transtorno. Comecemos pela origem, o
preço do petróleo. Abaixo, se pode observar a evolução dos preços do óleo, nos
mercados internacionais somente em 2018.
Notem que, até abril, o petróleo não mostrava uma tendência clara,
somente após essa data a alta se tornou mais direcional, causando uma elevação
de 25% no preço do barril, num intervalo curto de tempo.
Outro indicador que tem impacto direto no preço dos
combustíveis é a taxa de câmbio, entre o dólar e o real. Semelhante ao que
aconteceu com o petróleo, o dólar permaneceu estável até abril, subindo 20% a
partir daí.
Ao se arranjar esses dois componentes, que foram na mesma
direção, quase que em uníssono, ocasionou uma elevação significativa dos preços
dos combustíveis. Desta forma, não teria como os preços da gasolina e do diesel
não sofrerem aumentos.
Agora vamos analisar a Petrobras. Desde que Pedro Parente
assumiu esse pepino gigante, transformou um centro de corrupção numa companhia organizada,
que visa o interesse de seus acionistas. Neste intuito adotou uma política de fixação
de preços diária, que leva em consideração a cotação do óleo no exterior e a
taxa de câmbio. Como se pode esperar de qualquer empresa de commodities. Neste
quesito cumpriu o que é certo, elevando os preços de acordo com o que aconteceu
nos mercados.
O único ponto que se poderia questionar é o fato da
Petrobras ser um monopólio. Nas últimas décadas a privatização dessa empresa
encontrou resistências políticas, pois parte dos brasileiros acredita que “o
petróleo é nosso”, slogan da década de 70. Um pensamento muito antigo para os
dias de hoje. Por outro lado, é inegável que, um monopólio deve ter suas ineficiências.
Mas se é este o problema dos caminhoneiros, por que não lutam
pela privatização da Petrobras?
Chegamos ao último elo da cadeia os caminhoneiros. Ao
realizar a greve, que diga se de passagem, foi muito bem organizada, parando o Brasil
de norte a sul, a mesma foi orquestrada por quem? Duvido que seja os
caminhoneiros autônomos. Sou levado a crer que, foram os empresários do setor,
que se aproveitaram de um governo para colocar a faca em seu pescoço.
Eu tenho uma pergunta simples a esse grupo: Por que
não aumentaram o preço de seus serviços? Não seria o justo, o esperado, em
situações como essa? Não sei a resposta, nem vou especular, mas seria a forma
correta de agir numa economia liberal, de mercado.
Mas resolveram trilhar pelo caminho mais lucrativo obrigando
o governo a criar um subsidio, para que possam se beneficiar. Fiquem tranquilo,
a população brasileira não irá esquecer. Em algum momento receberão o troco
pelo seu oportunismo. Agora muito estupido os candidatos que postaram a favor
deles. Acredito que perdem votos achando que chutar um morto – o governo, dá
votos nesse caso.
O Mosca já tem o
seu veredito, a Culpa não é da Petrobrás, e como consequência, não e do governo,
mas foi quem pagou a conta!
No post o-grande-risco-do-bitcoin, fiz os seguintes
comentários sobre os juros de 10 anos: ...” chegou a hora de tomar cuidado e elevar os stoploss.
Como anotei abaixo, existem 2 pontos onde pode haver uma reversão, o primeiro é
ao redor de 3,0% e o outro a 3,3%” ... ....” Uma parte da nossa posição nos
juros de 10 anos, já foi para o bolso, e continuamos com a outra metade. Vamos
subir novamente o stoploss para 3%” .... Ontem fomos executados na posição
renascente.
Missão cumprida! Essa posição permaneceu por 6 meses, sendo
uma das mais longas da história do Mosca.
Daqui em diante, alguns cenários poderão acontecer os quais discuto a seguir:
1)
Last
Kiss (30%)– Como se pode notar no gráfico acima, as cotações entraram
no retângulo de longo prazo, que conteve os juros desde 2012. Neste caso, os
juros deveriam permanecer por um tempo curto, com uma queda máxima de 2,89%,
para em seguida voltar a subir até 3,3%.
2)
Banho de água gelada (50%)– As posições
que apostam na alta de juros são enormes, maiores volumes ever. E faz sentido, se o FED continuar com suas intenções não
teria porque os juros dos títulos de 10 anos renderem menos de 3%. Mas essa
situação é como um Gorila sentado, para movimentar precisa de muita força. Se
por algum motivo: os dados piorarem; ou quem sabe, Trump inventa uma nova – bem
provável! Poderiam frustrar esse pessoal, que seriam obrigados a liquidar suas
posições.
Neste caso, os juros poderão
ficar alguns meses corrigindo, onde espero os níveis mínimos entre 2,81% -
2,70%.
3)
False
break (20%) – Não respeitando a taxa mínima do cenário acima, existe um
intervalo que chamo da terra de ninguém, que corresponde a 2,70% - 2,57%.
Abaixo disso, é bem provável que os juros estarão novamente dentro da área do
retângulo para ficar muito mais tempo. Pode se esperar que, atinjam 1,40% a.a.
Um horror!
- David, agora que
você voltou aquela velha mania de tudo é possível– se não subir vai cair, o que
você sugere?
Hahahaha ..., você ainda não se acostumou? Já me antecipando
a sua pergunta, note que coloquei uma percentagem ao lado de cada cenário, essa
é a probabilidade que aponto para cada uma delas. Naturalmente, conforme o
mercado evolui, esses níveis vão se alterando. No momento não tenho nenhuma
sugestão a dar, a não ser observar os próximos dias.
Como venho frisando ultimamente, esse é um dos dois mercados
que devemos acompanhar com muita atenção, pois pode indicar o que esperar para
o futuro.
O SP500 fechou a 2.712, com queda de 0,24%; o USDBRL a R$
3,662, com alta de 0,34%; o EURUSD a € 1,1661, com queda de 0,51%; e o ouro
a U$ 1.301, com queda de 0,26%.
Fique ligado!
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