Soros com o dedo no gatilho
Todos já devem ter ouvido falar de George Soros. Seu maior
feito aconteceu em 1993, quando depois de uma acertada posição contra a libra
esterlina, ganhou U$ 1,3 bilhão colocando o BOE de joelhos. Nesse tipo de
posição não tem “bonzinho”, cada declaração tem um objetivo claro, o bolso.
Mas hoje ele não tem mais a mesma visibilidade que tinha no
passado, tanto é que, recentemente fechou seu fundo e resolveu se dedicar ao
filantropismo além de escrever diversos livros com suas ideias.
Em um discurso proferido na terça-feira em Paris, George
Soros alertou que o mundo poderia estar à beira de outra crise financeira
devastadora, à medida que as crises da dívida ressurgem na Europa e o
fortalecimento do dólar pressiona tanto os países emergentes quanto os
desenvolvidos.
E a Europa, com a Itália arrastando as preocupações sobre a
possível dissolução do euro, está de novo em voga. Pressões políticas como a
dissolução de sua aliança transatlântica com os EUA acabarão por se traduzir em
danos econômicos. Atualmente, a Europa enfrenta três problemas prementes: a
crise dos refugiados, a política de austeridade que impediu o desenvolvimento
econômico e a desintegração territorial - não apenas o Brexit, mas também a
ameaça de que países como a Itália sigam o exemplo.
Mas no curto prazo, a decisão dos EUA de retirar-se do
acordo com o Irã está forçando a aliança da Europa com seu mais importante
parceiro ocidental, assim como o fortalecimento do dólar está restringindo as
condições financeiras em todo o mundo.
...” até recentemente, poderia se argumentar que a
austeridade estava funcionando: a economia europeia melhora lentamente e deve
simplesmente perseverar. Mas, olhando para frente, a Europa agora enfrenta o
colapso do acordo nuclear com o Irã e a destruição da aliança transatlântica,
que fatalmente afetará negativamente sua economia e causará outros
deslocamentos” ...
.... “A força do dólar já está precipitando uma fuga das
moedas dos mercados emergentes. Podemos estar caminhando para outra grande
crise financeira. O estímulo econômico de um Plano Marshall para a África e
outras partes do mundo em desenvolvimento deve entrar em vigor exatamente na
hora certa. Foi isso que me levou a apresentar uma proposta pronta para
financiá-lo” ...
Para escapar da crise, “precisa se reinventar”.
"Os Estados Unidos, por sua vez, exacerbaram os
problemas da UE. Ao se retirar unilateralmente do acordo nuclear de 2015 com o
Irã, o presidente Donald Trump efetivamente destruiu a aliança transatlântica.
Isso pressionou ainda mais uma Europa já sitiada. .... “Aumentando a urgência,
não é mais uma linguagem figurativa, alegar que a UE está em perigo existencial
é uma realidade óbvia” ...
A única maneira de evitar um colapso total, explicou Soros,
seria um "Plano Marshall" de 30 bilhões de euros (US $ 35,4 bilhões)
para a África, que Soros acredita, ajudaria a conter o fluxo de imigrantes para
a Europa, algo que Soros finalmente admite. É um dos maiores problemas que a
Europa enfrenta.
"Podemos estar caminhando para outra grande crise
financeira", disse Soros explicitamente.
A alternativa, afirma Soros, é ainda mais a
"desintegração territorial" da UE, uma vez que, os países que
sofreram em grande parte como resultado da união monetária contemplam a saída.
Para evitar isso, Soros diz que a Europa deve reconhecer e lidar com as falhas
do sistema do euro. Talvez o mais evidente seja o fato de o euro ter criado um
sistema de devedores e credores em dois níveis.
.... “Eu pessoalmente considerava a UE como a personificação
da ideia de uma sociedade aberta. Foi uma associação voluntária de estados
iguais que se uniram e sacrificaram parte de sua soberania pelo bem comum. A
ideia da Europa como uma sociedade aberta continua a inspirar-me” ...
.... “Mas desde a crise financeira de 2008, a UE parece ter
perdido o rumo. Adotou um programa de contenção fiscal, que levou à crise do
euro e transformou a zona do euro numa relação entre credores e devedores. Os
credores definiram as condições que os devedores tinham que cumprir, mas não
conseguiam cumprir. Isso criou uma relação que não era nem voluntária nem igual
- o oposto do credo em que a UE se baseava” ...
Essa sua afirmação sobre a Europa e EUA não é nova, em
relação a esse último não se pode esquecer que nas eleições americanas, Soros
foi um dos grandes doadores de Hillary Clinton, e como consequência crítico de
Trump.
Essas declarações talvez tivessem um impacto diminuído em
outro momento, porém com a situação na Itália piorando a cada dia, assim como a Espanha se junto aos problemas, parece fazer mais eco agora. O que não se sabe
é se Soros está vendido ou não no euro, a moda antiga.
No post terminou-na-vespera, fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: ...” Minha sugestão é de comprar o índice Bovespa no nível
de 76.500 com um stoploss a 72.000. Não sei o que vai acontecer para a bolsa
continuar em queda até atingir esse nível” ... ...” a análise se baseia em
dados técnicos, e o cotidiano se sucedendo, e não ao contrário. Pode parecer
ridículo, mas vocês já tiveram amostras em situações semelhantes, onde alguma
previsão feita com essa ferramenta, de repente algo inesperado acontece
levando as cotações para o nível projetado” ...
Ontem a bolsa caiu no estilo do passado, mais de 4%. Naturalmente
o fato de Nova York estar fechado deve ter amplificado esse movimento, atingindo a mínima a 75.300. Como diziam os operadores do passado “ jorrava sangue
pelo monitor”.
Participei de uma conferência telefônica, de uma
instituição financeira, nela se percebeu muita cautela, onde o otimismo que
existia há dois meses foi substituído por ceticismo. Essa postura não é única,
o próprio noticiário induz nessa direção. Isso se traduz com diminuição de
posições em geral, o que é bom para quem não tem, que é o nosso caso.
No gráfico a seguir, anoto os pontos onde possivelmente
poderá ocorrer uma reversão. Mas existem muitas variáveis que podem influenciar,
e agora a pressão poderá vir de fora.
Nosso stoploss deveria nos proteger de uma eventual queda
adicional, no curso do movimento em questão. Caso isso não ocorra, o próximo
ponto seria ao redor de 69.000 e abaixo disso, vou ter que reestudar se minha
sugestão de compra para o longo prazo continuará válida.
Um dos ativos que causaram a greve dos caminhoneiros foi a
alta no preço do petróleo, como comentei recentemente. Acontece que os preços
do óleo tiveram uma queda de 10% nos últimos 5 dias, como se pode verificar no
gráfico abaixo.
Depois de toda essa bagunça não se sabe como a Petrobras ira
estabelecer sua política de preços, porem o problema já é 10% menor hoje.
A partir de quinta-feira, dia 31/05 até o dia 12/06 o Mosca não será publicado. Estarei fora acompanhando o mercado de forma discreta. Caso haja algum fato ou
reposicionamento urgente publicarei excepcionalmente. Amanhã a publicação será
“light”. Fica a recomendação de um diretor financeiro de banco “ pode comprar
barato e vender caro”. O pior que ele me dizia sério! Hahaha ...
O SP500 fechou a 2.689, com queda de 1,16%; o USDBRL a R$
3,7255, com queda de 0,22%; o EURUSD a € 1,154, com queda de 0,70%; e o ouro a
U$ 1.299, com alta de 0,13%.
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