O grande risco do bitcoin
Talvez o leitor imagine que o grande risco do bitcoin é que
saia da moda e suas cotações sofram quedas. É também, porem o maior risco para
o bitcoin, e por que não dizer as crypto moedas, e seu elevado consumo de
energia.
Acredito que mesmo não sendo especialistas no assunto, vocês
já tomaram conhecimento que a transferência entre detentores dessas moedas, e
feito através de uma rede privada. Através de verificações em cadeias “carimbam”
as operações, tornando-as segura. Nesse processo são necessários elevados
investimentos em infraestrutura, além do consumo de energia. Como recompensa,
esses mineradores recebem bitcoins por esse serviço.
Enquanto as negociações eram marginais e existiam poucos
mineradores, esse era um negócio lucrativo, pois o descasamento de moeda (*)
era altamente favorável.
(*) O
conceito de descasamento é usado nos negócios em geral, significa que o ativo
de uma empresa, ou seu faturamento, sofrem flutuações de preços, que são
diferentes do passivo, ou seus custos. No caso especifico, a receita do
minerado está indexado ao preço do bitcoin, enquanto sua despesa basicamente ao
custo de energia e mão de obra.
Um estudo realizado por um especialista no assunto, Alex de
Vries, aponta para o risco existente no negócio de mineração e como
consequência o bitcoin.
A eletricidade que é despendida no processo de mineração de
Bitcoin tornou-se um tópico de grande debate nos últimos anos. É um processo
que torna o Bitcoin extremamente dependente por princípio, já que a moeda exige
uma enorme quantidade de cálculos para seu objetivo final de processar
transações financeiras sem intermediários (peer-to-peer).
O combustível primário para cada um desses cálculos é a
eletricidade. Estima-se que a rede Bitcoin consuma pelo menos 2,55 gigas watts
de eletricidade atualmente e potencialmente 7,67 gigas watts no futuro,
tornando-a comparável a países como a Irlanda (3,1 gigas watts) e a Áustria
(8,2 gigas watts). Os modelos econômicos nos dizem que o consumo de
eletricidade do Bitcoin irá gravitar em direção ao último número. Uma análise
das estimativas de produção de minas de Bitcoin sugere que esse número já
poderia ser alcançado em 2018.
Cerca de 26 trilhões de operações são realizadas a cada
segundo e sem interrupção pela rede Bitcoin (Figura abaixo). Ao mesmo tempo, a
rede Bitcoin está processando apenas de 2 a 3 transações por segundo (cerca de
200.000 transações por dia). Isso significa que a proporção de cálculos para
transações processadas é de 8,7 quintilhões para 1 na melhor das hipóteses. O
combustível primário para cada um desses cálculos é eletricidade.
Tentar medir a eletricidade consumida pelas máquinas de
mineração da Bitcoin, produzindo todos esses cálculos continua sendo um desafio
até agora. Mesmo que se possa estimar facilmente o poder computacional total da
rede Bitcoin, ela fornece apenas poucas informações sobre as máquinas
subjacentes e seu respectivo uso de energia.
Um hashate de 14 terahashes por segundo pode vir de um
único Antminer S9 consumindo mais de meio milhão de dispositivos Playstation-3
rodando em 40 MW. Também não é possível observar o número exato de dispositivos
conectados. Estima-se que a rede Bitcoin tenha cerca de 10.000 nós conectados,
mas um único nó na rede pode representar uma ou várias máquinas.
Ainda assim, estimar o consumo de energia da rede Bitcoin
usando a eficiência para diferentes hardwares tem sido uma abordagem comum há
anos. Em particular, as informações sobre a potência computacional total da
rede podem ser usadas na determinação de um limite inferior para o consumo de
eletricidade do Bitcoin.
Uma estimativa de consumo é muito grosseira, em primeiro
lugar porque a rede não contém um único tipo de máquina, mas também porque não
leva em conta os requisitos de refrigeração. Essas instalações provavelmente
terão mais gastos de energia. Com cada uma das máquinas gerando tanto calor
quanto um aquecedor portátil, o gasto adicional de eletricidade para
simplesmente se livrar de todo esse calor pode ser potencialmente
significativo, dependendo de fatores como o clima e a tecnologia de
resfriamento escolhida.
O artigo descreveu vários métodos que são usados
atualmente para determinar o consumo de eletricidade atual e futuro da rede
Bitcoin. Com a rede Bitcoin processando apenas 200.000 transações por dia, isso
significa que a eletricidade média consumida por transação é igual a pelo menos
300 kWh e pode exceder 900 kWh por transação até o final de 2018.
Esse artigo, realizado por um especialista no assunto, traz
um problema importantíssimo para a sobrevivência das moedas digitais. O que
esse relatório não aborda é a viabilidade desse negócio. Hoje em dia, cada
minerador recebe 12,5 bitcoins sempre que é bem-sucedido em quebrar da chave. Assim,
consegue calcular dentro de um modelo estatístico, quais são suas receitas e
despesas.
Mas essa receita mudará drasticamente no futuro em função de
3 fatores: a remuneração paga em bitcoins diminui significativamente no tempo,
segundo a regra de seu criador, o aumento no número de competidores nessa área;
e por último a própria cotação do bitcoin.
Entrar num negócio cuja receita é declinante, somente se
justifica se o volume crescer suficientemente para compensar essa queda. Outro
fator que age negativamente, é que a economia de escala é inversa, pois quanto
mais cresce o número de transações, mais se gasta em energia, além da
concorrência para se ter o sucesso na quebra da chave.
Agora, se a cotação do bitcoin continuar a cair, a
atratividade dos mineradores também cai, fazendo com que haja um grande número
de abandonos. Isso pode criar um ciclo vicioso que levaria o bitcoin para
níveis totalmente desinteressantes do ponto de vista dos mineradores. A única
solução nesse caso seria a cobrança de uma taxa por transação.
Será que os apaixonados pelas crypto moedas podem imaginar
não ter ninguém (ou cobrando elevados custos) para liquidar? Naturalmente,
existe um exagero da minha parte, porém se esses receios crescem, a garantia de
não ter nenhum governo que interfere nesse negócio, pode ser um tiro pela
culatra.
No post alguém-pensa-no-longo-prazo, fiz os seguintes
comentários sobre os juros de 10 anos: ...” chegou a hora de tomar cuidado e elevar os stoploss.
Como anotei abaixo, existem 2 pontos onde pode haver uma reversão, o primeiro é
ao redor de 3,0% e o outro a 3,3%” ... ...” Vamos elevar o stoploss para 2,90%,
realizar metade da posição caso atinja 3,07%, e o restante continuar” ... ...”
a taxa ainda pode subir acima de 3%, e saímos da posição. Em seguida, o mercado
entraria num período de correção levando os juros para o nível de 2,70% (a ser
melhor calculado) ” ...
E finalmente houve o rompimento do nível de 3%. Mesmo quem
não acompanha esse mercado ficou sabendo, afinal esse é o argumento para
justificar a alta sem parar do dólar contra as moedas dos emergentes, inclusive
o real, que está ganhando uma configuração mais preocupante. Esse será o
assunto de segunda-feira, mas posso antecipar que não vai me surpreender, se o
BCB entrar mais pesado no mercado. Não é inside
information, é lógica.
Uma parte da nossa posição nos juros de 10 anos, já foi para
o bolso, e continuamos com a outra metade. Vamos subir novamente o stoploss
para 3%, como está anotado abaixo no gráfico.
Conforme apontei acima, vamos buscar o nível de 3,3% e aí
vou cair fora.
Vejo as pessoas muito preocupadas ultimamente, mas eu sinceramente
não estou. Não entendo porque tanto pânico, se os juros americanos ainda estão
baixos. Por enquanto, os juros sobem pelo bom motivo, e o que está acontecendo
é um ajuste de preços relativos. Agora vou ficar muito preocupado se subir pelo
mal motivo, a inflação. Por enquanto o ouro está comportado, mas estamos de
olho nele. Let´s the market speak!
O SP500 fechou a 2.713, com queda de 0,26%; o USDBRL a R$
3,7394, com alta de 1,17%; o EURUSD a € 1,1767, com queda de 0,22%; e o ouro
a U$ 1.291, com alta de 0,14%.
Fique ligado!
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