Insatisfação no limite



Hoje é feriado de Memorial Day, assim, os principais mercados mundiais, New York e Londres ficarão fechados. Em dias como este, pouco movimento é esperado. Em compensação no Brasil vivemos um novo dia de manifestações que aumentam com o passar do tempo.

As concessões feitas pelo governo aos caminhoneiros, motivou diversos grupos (e não são poucos), a promover bloqueios em rodovias, ou avenidas de grande acesso. Será que tem alguém satisfeito? Provavelmente ninguém.

Vivemos esses dias o reflexo de um governo que detém o limite de baixa em termos de popularidade. Mas não é só isso em meu entendimento, a cisão que se formou basicamente entre a direita e a esquerda, é o pano de fundo de tantas manifestações, uma raiva contida em cada cidadão.

Outro dia, ao ler o jornal pela manhã, recordei como em tempos atrás, ficava estimulado quando anunciava-se uma nova descoberta, ou da criação de uma nova empresa, eram sinais de de vida. Hoje em dia, diria que raramente isso acontece, e mesmo quando ocorre fica em segundo plano. Uma sensação de desesperança está no ar.

O que estamos observando é uma insatisfação da população que se encontra dividida. Não sei como isso vai acabar, e o que é pior, nenhum dos candidatos a presidência terá condições – apoio, para que grandes mudanças sejam efetivadas. Tenho a impressão que em algum momento, o radicalismo prevalecerá até que a ordem seja reestabelecida.

Mas não é só por aqui, basta ver o que aconteceu na Itália, onde o primeiro ministro escolhido, entra a coligação mais maluca que eu tenho conhecimento, os radicais de esquerda com os radicais de direita, pediu demissão depois de 5 dias no cargo. Especula-se que uma nova eleição será chamada. Notem que as últimas aconteceram muito recentemente.

Meus comentários serão sobre os dados econômicos americanos, onde parece que a economia está ganhando impulso (se ninguém atrapalhar!). O gráfico a seguir mostra os dados de PMI e sua relação com o PIB.


Os economistas estão projetando um PIB acima de 3% nesse trimestre enquanto o GDP now, produzido pelo FED de Atlanta, se encontra nos 4%. Não haveria porque se preocupar com esse resultado.


O próprio FED acredita nisso. Um levantamento efetuado com todas as declarações de seus membros, aponta o crescimento do uso da palavra Strong Economy ao mais elevado nos últimos 25 anos.

Mas a inflação ainda mostra sinais de muita tranquilidade, permanecendo abaixo do objetivo traçado pelo FED. O gráfico a seguir apresenta um quadro interessante. Ao analisar a correlação entre os preços pagos pelas industrias comparados ao PCE – medida de inflação usada pela autoridade monetária. Em verde o que acontecia no passado, em vermelho mais recentemente. É nítido que houve uma mudança estrutural.


No post mercados-emergentes-bola-da-vez, fiz os seguintes comentários sobre o dólar:  ....” Preciso enfatizar que, embora eu tenha apontado o nível de R$ 3,80 com crítico, não significa que as cotações não possam subir mais, mesmo ainda num processo de correção. Quando destaquei, quis dizer que seria o mais provável reverter a R$ 3,80. Se ultrapassar, não posso afirmar que meu call passa a ser de alta do dólar” ... ...” até não atingir e ultrapassar o nível de R$ 4,25, o dólar poderá recuar toda essa alta, a única menção que devo fazer é que, acima de R$ 3,80 fico mais desconfiado dessa hipótese” ...

Com a situação dos país fora da normalidade acrescido das pressões externas, o real sofreu diretamente esses impactos, com as cotações voltando ao nível de R$ 3,70. O gráfico de mais longo prazo mostra o que se poderia esperar.

 
Marquei no gráfico quais seriam os níveis que se poderia esperar em breve. O primeiro no intervalo ao redor de R$ 3,85 < R$ 3,83 a R$ 3,87>, se ultrapassado R$ 3,95, em seguida R$ 4,02.

Se esses níveis acabarem acontecendo, é que provavelmente o cenário local e/ou internacional deveria piorar significativamente. Do ponto de vista psicológico, o nível de R$4,00 poderá ter um impacto bastante negativo, o que as vezes indica exaustão do movimento.

Em todo caso, como frisei acima, somente acima de R$ 4,25 o movimento de queda do dólar poderá ser confirmado. Mas como anotei no gráfico, acima de R$ 3,80 entramos numa área de “perigo”, onde não recomendo nenhuma aposta em qualquer direção. 

O USDBRL fechou a R$ 3,7261, com alta de 2,05%; o EURUSD a 1,1626, com queda de 0,21%; e ouro a U$ 1.297, com queda de 0,27%.

Fique ligado!

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