A realidade se impõe
Na última semana o Mosca
teceu críticas mais ácidas ao banco central brasileiro. No post bcb-deveria-atacar, argumentei sobre a necessidade de dar mais atenção a
atividade econômica e menos a inflação, pois essa última se mantem baixa e estável
por um bom período.
Hoje foi publicado o IPCA-15 de maio que mede a inflação nos
primeiros 15 dias do mês. O seu resultado de 0,15% ficou abaixo de todas as
expectativas dos analistas. É verdade que a alimentação ainda é o maior fator
de contenção do índice inflacionário, mas não é só ela, como se pode verificar
a seguir.
A taxa em 12 meses recou para 2,70% a.a. Vale notar que,
esse nível é abaixo do limite mínimo estabelecido pelo governo como meta. Para
quem não está familiarizado com esses indicadores, quando isso acontece, é
esperado que a autoridade monetária baixe os juros para trazer a inflação à média
estabelecida de 4,5%.
Outro fator extremante importante é o grau de difusão que
indica como os aumentos de preços são propagados nos outros itens. Como se pode
notar, depois de ter atingindo a mínima em junho de 2017, recuperou nos meses
seguintes e agora está novamente muito próximo do primeiro, indicando uma baixa
propagação de preços entre os setores.
A Rosenberg notou em seu relatório ...”ao se observar a
inflação nas diversas medidas de núcleo, que eliminam os itens mais voláteis,
como os alimentos e os combustíveis, indicam que o movimento inflacionário
benigno observado ao longo de 2017 se acentuou neste início de 2018” .... Ou
seja, a inflação não só não está subindo, mas como continua em queda. A sua
projeção para o IPCA de 2018 encontra-se agora em 3,5% no ano.
Naturalmente a desvalorização cambial recente ainda não foi
observada nos preços, porém, dado a sua pequena magnitude e o estado da
economia atual, seus efeitos na inflação devem ser pequenos, além de
temporários.
Na ata da última reunião do COPOM, o BCB indicou que os
juros deverão permanecer no patamar de 6,5% a.a. por um tempo, e a maioria das
empresas de consultoria trabalham com os juros nesse nível até o final de 2018.
Em se mantendo as condições atuais, considerando que no
exterior os juros não subam pelo mal motivo, e nenhum desastre aconteça nas
eleições – leia-se Ciro Gomes como presidente, é possível que o próximo
movimento seja para baixar juros e não para subir como o mercado precifica nos
contratos futuros. Vamos aguardar, em todo caso, reafirmo que a melhor opção de
investimento existente agora são os títulos pré-fixados.
No post o-grande-teste, fiz os seguintes comentários
sobre o ouro: ...”
Tenho que confessar que essa situação me incomoda, afinal estou regateando
no preço” ... ...” Do ponto de vista técnico ainda falta uma “quedinha”
para que o movimento completasse como o livro texto” ... ... “No gráfico a
seguir aponto os níveis que sugiro compra de ouro. Vou dividir a ordem em duas
tranches, a primeira metade a U$ 1.285 e a outra metade a U$ 1.260, colocando
um stoploss em ambas a U$ 1.230” ...
Esse é mais exemplo como a disciplina é fundamental em
finanças. Acima frisei o incômodo que eu sentia naquele momento, tinha a
impressão que perderia o bonde, ou teria que pagar mais caro. Na verdade, naquele
dia eu estava ansioso. Mas a razão prevaleceu e conseguimos executar ontem a
primeira ordem à U$ 1.285.
Como ainda existe um trade pendente, o gráfico abaixo é num
intervalo mais curto – 240 minutos. Se observa um possível triangulo se
formando.
Em azul tracei o que se esperaria, caso esse triangulo se
materialize, o que levaria o ouro a uma queda, com cotação próxima de U$ 1.260,
nível esse suportado por dois cálculos distintos. Depois disso, espero um novo
ciclo de alta, essa é a nossa aposta. Vejam que grifei em rosa, no nível aproximado de
U$ 1.270, que pode ser outro candidato para a reversão. Caso essa última opção
aconteça, nossa segunda ordem não seria executada.
Como estamos sujeitos a várias hipóteses, já contatei os
indianos, que são apaixonados pelo ouro, para combinar tudo! Hahahaha ...
O SP500 fechou a 2.733, com alta de 0,32%; o USDBRL a R$
3,6278, com queda de 0,44%; o EURUSD a € 1,17, com queda de 0,67%; e o ouro a
U$ 1.293, com alta de 0,15%.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário