PIB padrão Chinês



O PIB americano do 1º trimestre foi revisado para 2% a.a., abaixo da última publicação que estava em 2,2%. Esse dado poderia causar preocupação aos economistas, porém não foi o que aconteceu, pois, as perspectivas para o trimestre que termina hoje são ótimas.

A economia dos EUA está acelerando, pelo menos por enquanto. A Macroeconomic Advisers, que executa um dos modelos de previsão mais sofisticados, está projetando uma taxa de crescimento de 5,3% no segundo trimestre. Esse seria o ritmo mais rápido em quase 15 anos. O estreitamento do déficit comercial, a redução de impostos combinada com mais gastos do governo, o ressurgimento do consumo e o investimento decente das empresas estão sustentando o que parece ser uma forte recuperação do crescimento. O modelo GDPNow do Fed de Atlanta mostra uma taxa de crescimento de 4,5% um pouco menos robusta e essas estimativas saltam à medida que novos dados chegam, mas no geral a economia parece estar em pé firme na metade do ano.


Mas esse ritmo pode durar?

O crescimento foi de aproximadamente 2% em média durante a atual expansão, e já existiram falsos sinais econômicos antes - o PIB avançou 5,2% no segundo trimestre de 2014, para em seguida, voltar rapidamente à média.

O que poderia dar errado?

1.       Uma queda acentuada do déficit comercial pode ter sido pontual, causado em parte pelo clima e por um salto insustentável nas exportações.

2.       O investimento empresarial não se acelerou - seis meses após o corte nos impostos corporativos - e a política pode pesar nas decisões de gastos.

3.       Os consumidores estão gastando, mas não economizando, o crescimento global parece instável e a economia dos EUA não está realmente arquitetada para expandir em um ritmo tão acelerado.


Contrapondo esse cenário mais otimista o índice de surpresas calculado pelo Citibank, adentrou em território negativo mais recentemente, talvez influenciado pelas últimas investidas de Donald Trump que cria muita incerteza aos empresários. Acredito que será importante a observação do PIB no próximo trimestre, no intuito de saber se a economia está tomando um caminho mais estável. Não fosse as ideias malucas de seu presidente, o mundo poderia estar em condições de crescimento bem melhores.


Um outro fator que não se pode deixar de considerar é o aperto monetário em curso na economia americana. Esse aperto vem de duas fontes distintas: a primeira pela diminuição da posição de títulos detidos pelo Fed; e a outra a ampliação do déficit americano ocasionado pela redução de impostos. A projeção elaborada pelo Deutsche Bank a seguir, dá conta da necessidade de colocação de títulos, com volumes crescentes a ser adquirido pelo mercado, nos próximos dois anos.


No post eficiência-suplanta-arte, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” Estou dividido entre a “opção 1 – Last Kiss”, ou “opção 2 – banho de agua gelada”. Como poderemos saber? Caso os juros recuem abaixo de 2,75% o último cenário ganha mais força, por outro lado, se ficar contido até esse nível e ultrapassar o nível de 3% poderemos ter novas altas, antes que uma correção maior aconteça” ...

Os juros estão lentamente caminhando para testar o nível apontando acima de 2,75%, deixando ainda sem definição em qual dos cenários essa correção poderá se encaixar.

A verdade é que desde 2012, há seis anos, os juros estão contidos num intervalo entre 1,5% a 3% a.a., com várias tentativas de rompimento de um lado e de outro. A grande diferença é que, até 2017, as altas eram impulsionadas por temores do mercado quanto aos movimentos do Fed ou receios de inflação/deflação. Desde então, a autoridade monetária começou a se mexer subindo os juros, que agora se encontram em 2% a.a.

Os leitores que acompanham o Mosca sabem que a barreira dos 3% seria difícil de romper. Mesmo com todas evidencias de ser um nível ainda baixo, quando comparados com a projeção do Fed em alcançar 3,5% a.a., no ano de 2020. Como isso é possível? O mercado não compra a ideia que a economia americana esteja tão solida assim, e aposta que uma recessão deveria acontecer num horizonte próximo. Se essa hipótese não se concretizar, existe um bom espaço para alta dos juros, o que não deve ser muito bom para nós.



O SP500 fechou a 2.718, sem alteração; o USDBRL a R$ 3,8765, com alta de 0,40%; o EURUSD a 1,1683, com alta de 1,00%; e o ouro a U$ 1.352, com alta de 0,33%.

Fique ligado!

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