Na zona de tiro



Desde que as moedas digitais ganharam destaque na imprensa, o Mosca postou inúmeros artigos sobre esse assunto. Mas sem dúvida, no post bitcoin-bolha, declaro claramente minha opinião sobre o bitcoin. É uma bolha!

No post bitcoin-piramide-digital, descrevi as razões pela qual acreditava que o bitcoin era um típico movimento de pirâmide. Isso ainda não havia concretizou exatamente, pois seria desejável que seu preço atingisse a cotação entre U$ 4,0/ U$ 2,0 mil, equivalente a 10% / 20% de seu valor máximo.

O Wall Street Journal publicou uma matéria sobre esse assunto do qual transcrevo parte a seguir.

A cripto moeda caiu abaixo de US $ 4.000 no fim de semana. Isso significa que o bitcoin perdeu quase um terço do seu valor em sete dias, uma das piores quedas semanais já registradas. A moeda digital já caiu cerca de 80% desde o pico de quase US $ 20.000 no ano passado.


Muitos especuladores fugiram do mercado, como observado pela queda dos volumes de negociação.

Agora, outra preocupação surgiu: os mineiros da cripto moeda, os equipamentos que resolvem equações complexas para gerar novas moedas digitais, parecem estar perdendo o interesse. A quantidade de esforço computacional gasto pelos mineradores, conhecida como taxa de hash, começou a cair.

A taxa de hash subiu durante a maior parte do ano, mesmo com os preços de criptografia caindo, sugerindo que as pessoas continuaram otimistas de que os preços se recuperariam. Mas caiu drasticamente nas últimas semanas, de acordo com a Blockchain, uma empresa de serviços e dados de carteira criptografada. Isso sugere que menos mineradores estão entrando na rede.

Moedas digitais rivais, como ripple e ether, também caíram acentuadamente. O valor total do mercado de cripto moedas está em torno de US $ 130 bilhões, abaixo do recorde acima de US $ 800 bilhões em janeiro.

O humor azedo contrasta com o de um ano atrás, quando as cripto moedas capturaram a imaginação dos investidores individuais à medida que os preços subiam vertiginosamente.
O mais interessante são os argumentos dos participantes desse mercado, onde existe uma divisão clara do que acreditam que o bitcoin ainda vai se recuperar, enquanto os outros jogaram a toalha.

Mas qual a opinião do Mosca? Não sou comprador ainda, pois tecnicamente não existe indicação para tanto, porém a moeda digital entrou na zona de tiro como chamei o intervalo entre U$ 2.0 a U$ 4,0 mil, aonde uma mínima normalmente acontece.

Mas uma vez um ativo entra no gosto dos investidores fazendo com que as suas cotações fujam de qualquer lógica. Notem que, mesmo pessoas bem informadas, aderem a essa tendência com justificativas coerentes, contendo um racional. Os preços sobem de forma meteórica até que num determinado momento começam a cair, sem um motivo aparente.

O bitcoin não foi a primeira bolha nem será a última, a ganancia vai preponderar novamente em algum momento. Para se proteger desses momentos, sugiro que o investidor faça uma análise desprovida de emoção e verifique se existe algum motivo econômico que justifique evoluções de preço tão expressivas, num intervalo de tempo curto. Além disso, nunca se esqueçam do lema do Mosca dinheiro não é capim!

No post bola-para-frente, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...”  No gráfico abaixo tracei um intervalo onde deveria correr uma reversão, entre R$ 3,85 e R$ 4,00. Mas não consigo dizer a priori em qual nível devermos entrar vendendo dólares. Naturalmente, quanto mais próximo dos R$ 4,00, menor o risco em função do stoploss a ser definido” ...


Hoje o dólar entrou firme nesse intervalo o que justifica a proposta de um novo trade no dólar vendendo a R$ 3,97 com um stoploss a R$ 4,07. O objetivo, a ser melhor calculado, seria ao redor de R$ 3,50, ou caso não se sustente, a R$ 3,30.


Caso o dólar ultrapasse o nível de nosso stoploss, aumentam as chances de novas altas acima de R$ 4,25. Isso não significa que o Mosca vai apostar no dólar nesse nível, e sim que as chances são maiores. Por enquanto trabalho com uma queda no nível apontado acima, para em seguida o dólar atingir novas máximas. Porém isso deve demorar alguns meses.

Imagino que os defensores do Bolsonaro devem estar perplexos com o movimento do dólar após as eleições. Mas não para quem é leitor do Mosca. A isso é o que eu chamo de buscar “colar” um cenário que combina com as projeções técnicas (como o dólar pode subir se a equipe do Bolsonaro é ótima, aceita pelo mercado?), não dá certo!

Eu me deparo nessa situação todas as segundas-feiras quando participo do Comitê de Investimento da Rosenberg. Observo que meus colegas buscam uma lógica para minhas previsões, mas não existe essa lógica, pois ou você usa um método ou o outro.

No meu caso, uso a análise técnica como base da minha análise, vocês são testemunhas que todas minhas previsões são acompanhadas de um gráfico. A análise fundamentalista é de alguma utilidade quando existem cenários técnicos alternativos, oferecendo um caminho que é mais provável dentre esses. Mas em seguida, deleto essa informação, pois caso eu esteja errado, não quero ficar torcendo para que aconteça um determinado cenário macroeconômico. Posso dizer que não é fácil, existe uma tendência natural de agir assim – “colar” um cenário. Disciplina!

O SP500 fechou a 2.672, com alta de 1,52%; o USDBRL a R$ 3,9345, com alta de 2,77%; o EURUSD a 1,1328, sem variação; e o ouro a U$ 1.221, sem variação.

Fique ligado!

Comentários