Aonde está Wally? Ou melhor, a inflação!



Hoje foi publicado o IPCA do mês de outubro ficando abaixo das expectativas dos analistas em 0,45%, a mediana de expectativas da Bloomberg indicava alta de 0,56% – menor do que a variação de 0,48% registrada no mês anterior. Na comparação em 12 meses, o índice segue estável, passando de 4,53% para 4,56%. De volta a comparação na margem, destaque para o arrefecimento do grupo de Transporte, reflexo de menores variações no subgrupo de combustíveis e do item passagem aérea. Na contramão, destaque para a aceleração do grupo Alimentação e Bebidas.


Destaque para a continuidade do processo desinflacionário do grupo de serviços na comparação em 12 meses, que reflete com defasagem a deterioração econômica da crise recente.

Outros fatores acompanhados pelo Mosca, suportam a tese que a inflação se mantem em níveis baixos. Os preços livres estão estáveis há diversos meses apontando uma inflação ao redor de 2,5% a 3%. Outro indicador que mede a disseminação dos preços, Difusão, encontra-se em níveis baixos relativos a série histórica, ao redor de 55%, indicando quase nenhuma propagação de aumentos em outros itens.



O dado de outubro corrobora a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros nos próximos meses, haja vista a ausência de pressão relevante no curto prazo. Para o mês de novembro, a Rosenberg projeta uma pequena deflação.

Agora com o risco de uma catástrofe econômica eliminado, onde poderíamos ter uma situação econômica pior que o atual, com a vitória de Bolsonaro, a situação passa a ser melhor que a atual. Desta forma, as intenções da nova equipe econômica, ou melhor da equipe de um só homem, Paulo Guedes, o prêmio Brasil começa a retomar a níveis anteriores as eleições.

Não sabemos ainda se Ilan Goldfjan continuará no comando do Banco Central, o que seria mais uma ótima notícia. A independência do BCB anunciada por Guedes, culminaria com a possibilidade de o juro real no Brasil iniciar um processo de queda, uma vez que, foi isso que ocorreu nos países que adotaram esse procedimento. Naturalmente, a reforma da Previdência é fundamental nesse sentido também.

Não encontro ninguém achando que a taxa SELIC poderá cair no futuro, por sinal, a maioria dos analistas esperam uma alta para o próximo ano ao redor de 8%. Os argumentos é que, com o aquecimento da demanda, seria necessário subir os juros. Será mesmo? Não seria esse um pensamento do passado?

Ainda existem muitas dúvidas do que essa equipe vai conseguir mudar, as intenções são bastante ambiciosas e nem todos os políticos estão alinhados com o Bolsonaro. Mas como comentei acima, vai ficar melhor, não sabemos quanto melhor.

Um exercício especulativo, considerando mudanças na Previdência, privatização de empresas estatais, reforma fiscal, poderiam levar a taxa de juros de longo prazo à 4% a.a. O que se deve perguntar é, qual deve ser a taxa SELIC nesse ambiente, considerado uma inflação de 3,5% a.a.? Seguramente, não seria 6,5%.

Muito bem, já que ninguém tem coragem, o Mosca dá o seu palpite: 5% a 5,5% a.a.
- David, você bebeu!!! Acho que não vou ver essa taxa de juros na minha existência.
Entendo seu ceticismo, afinal tem que dar muita coisa certa aqui dentro e não acontecer nada de importante no mercado internacional, o que por si só, parece difícil. Minha provocação tem um caráter de abrir a possibilidade para cenários diferentes dos que estamos acostumados, com chance concreta de acontecer.

No post o-cetisimo-do-mosca, fiz os seguintes comentários sobre o euro: ...” decidi liquidar a posição. O real motivo é que o shape do movimento destacado não me “agradou”.... ... “Se essa minha percepção estiver correta, o euro poderia revisitar a casa de € 1,185 antes de voltar a cair novamente” ...


Neste meio tempo, o euro atingiu a mínima de 1,1299, em seguida, recuperou a queda recente, com as cotações no momento em 1,1470. Daqui em diante, espero que a moeda única reconquiste algum terreno perdido. No gráfico a seguir, se encontram os níveis que eu estimo.


O intervalo aonde vamos estabelecer um trade de venda do euro está demarcado em rosa 1,1820 / 1,1870. O nosso stoploss será estabelecido em 1,2050.

Tudo isso colocado aqui, está baseado em hipóteses sobre esse movimento de correção. O que eu não gostaria que acontecesse agora, seria uma retração até o nível € 1,1350. Se isso acontecer, vou ter que rever minhas premissas.

Por enquanto, vamos em frente dessa forma.

Em relação a um trade sugerido do SP500, no post a-china-sente-o-golpe, fica cancelado. O motivo é que a alta de hoje abriu a possibilidade de uma outra alternativa. Assim, pretendo aguardar mais alguns dias e avaliar se mantemos ou não a sugestão.

O SP500 fechou a 2.813, com alta de 2,13%; o USDBRL a R$ 3,7322, com queda de 0,78%; o EURUSD a 1,1450, com alta de 0,20%; e o ouro a U$ 1.226, sem variação.

Fique ligado!

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