O Conservadorismo foi vitorioso
Uma "estatística fascinante" publicada pelo
Deutsche Bank - até o final de outubro, revela que 89% da maioria dos
principais ativos globais teve um ano de retorno total negativo. Este foi o
maior percentual registrado com base em dados desde 1901, superando o ano de
1920. Colocando isso em contexto, em 2017 apenas 1% das classes de ativos
tiveram retornos negativos. A gota d'água foi quando o índice SP 500, que valentemente
resistiu a uma rentabilidade negativa para o ano, finalmente sucumbiu à atração
gravitacional da maioria dos outros mercados e foi para o vermelho na semana
passada, quando também sofreu sua segunda correção de 2018.
Para os investidores que de alguma forma “dormiram” nos
últimos dois meses, tem sido um mercado doloroso desde que o SP 500 atingiu o seu
máximo em 20 de setembro: os principais benchmarks de ações nos EUA, Europa,
China e Coreia do Sul caíram 10% ou mais de altas recentes. O petróleo bruto
perdeu um terço de seu valor e caiu profundamente num mercado de baixa, moedas
de mercados emergentes caíram amplamente em relação ao dólar americano,
enquanto o preço do bitcoin caiu abaixo de US $ 4.000 no fim de semana.
Enquanto os ativos considerados como porto seguro, tais
quais os títulos do Tesouro e ouro, acabaram sendo considerados como mais
arriscados. Os dois ainda estão em queda para o ano, refletindo as preocupações
dos traders com o sólido crescimento econômico e uma política mais rígida do
Federal Reserve que começou a elevar as taxas de juros.
O recuo acentuado e amplo do mercado deixou os gestores de
fundos lutando para encontrar lugares para investir seus recursos. Mas, com o
crescimento global mostrando sinais de desaceleração, mesmo com a expectativa
de que a política monetária se estreite ainda mais, poucos estão dispostos a
fazer grandes apostas e arriscar-se. O fracasso simultâneo de tantas
estratégias de investimento está sendo visto por alguns como um aviso do que
pode vir depois de anos de retornos acima da média.
A recente queda nos preços dos ativos tem sido especialmente
esmagadora para aqueles que esperavam que o impulso para cima e a levitação de
ativos, para grande parte do ano, continuassem. Um exemplo é o ícone Pierre
Andurand, gestor do fundo Andurand Commodities, que no início do ano apostou
que o petróleo atingiria US $ 100 o barril (e até mesmo US $ 300 "não era
impossível"), mas desde então viu seu fundo de US $ 1 bilhão sofrer sua
maior perda mensal em outubro, e novembro.
Enquanto isso, crentes em "narrativas de
crescimento" foram espezinhados por uma rotação furiosa de crescimento e
valor, à medida que fundos que acumularam grandes participações em empresas de
tecnologia de rápido crescimento foram esmagados por fortes reversões.
O resultado tem sido um dos piores anos para fundos de hedge
desde a crise financeira: o índice de fundos de hedge do Goldman caiu 4% no
acumulado do ano, com desempenho abaixo do SP 500 de 6%.
Ainda assim, alguns investidores se recusam a aceitar o
receio de que o bull market acabe (na
semana passada o Morgan Stanley foi bastante claro sobre o assunto, declarando
que "estamos em um mercado de baixa") e afirmam que os tropeços do
mercado de 2018 são um bom sinal, e que os declínios em todas as classes de
ativos que terminaram no ano passado no verde, refletem que uma correção seria
"saudável" com um doloroso reajuste das expectativas.
A maioria dos analistas não estão dispostos a jogar a
toalha, apostando que o mercado em alta das ações dos EUA ainda tem mais tempo
para ser executado antes que a expansão econômica se transforme em uma
recessão. Embora os dados econômicos dos EUA tenham sido mais dispares nos
últimos tempos, como os setores imobiliário e automobilístico em particular
mostrando sinais de tensão, o quadro geral ainda parece sólido.
Se esse otimismo cauteloso é justificado dependerá de apenas
uma pessoa: o presidente do Fed, Powell, onde cada vez mais, se espera que ceda
à sua busca de taxas mais altas. Se não, e há poucas indicações para sugerir
que o Fed vai admitir e parecer reprimir a pressão do presidente dos Estados
Unidos, o que tem sido um ano ruim em 2018 pode se transformar em um 2019
desastroso.
O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari,
frequentemente pede uma suspensão para aumentar as taxas de juros, repetiu seu
alerta e disse que um novo aperto poderia desencadear uma recessão: "Uma
das minhas preocupações é que se elevarmos as taxas de juros de forma
preventiva, e não é de fato necessário, podemos ser a causa do fim da expansão,
desencadeando uma próxima recessão.
O que não é uma surpresa para os investidores, pois
sabem que todos os apertos do Fed resultaram em uma crise.
Esses resultados tornam a performance do Mosca esse ano intrigante. É verdade que
o ano não acabou e minha experiência mostra que ficar se vangloriando, no
mínimo tira sua atenção dos mercados. Porém, sendo esse o recorde de rendimento
até o momento, como isso foi possível num ano tão ruim? Sinceramente não
tenho explicações, o que posso enfatizar é que a disciplina foi o maior aliado.
Outro fator que ocorreu foi o aumento no número de posições, sem dúvida, isso
teve impacto no resultado.
No post a-4-revolução-industrial, fiz os seguintes comentários
obre o Ibovespa: ...”
o Ibovespa não atingiu o nível de 95.000, aonde eu gostaria de liquidar a
posição existente. Na máxima chegou perto dos 90 mil e desde então, vem
recuando diariamente, retornando a região do triangulo formado, conforme aponto
no gráfico a seguir” ...
....” É normal em rompimentos de triângulo, que o mercado
retorne até o início desse movimento. Até aí nada a se preocupar, acontece que
em algumas circunstâncias volta a subir novamente e em outras continua caindo”
.... Como poderão notar a seguir, a bolsa ameaçou subir, porem nos
últimos dias retrocedeu ao nível da última postagem. O que parece mais incrível
é que, um possível novo triangulo estaria se formando.
Essa visualização quase fez com que eu projetasse uma queda
se formando, o que deveria sugerir um stoploss mais curto que o atual. Porém,
sempre é importante a observação do movimento em outras janelas de tempo, o que
me fez mudar de ideia. Com uma análise semanal, o triangulo inicial estaria contido num triangulo maior como apontado a seguir, ou qualquer outra
configuração acontecendo nas próximas semanas.
Esse seria o cenário mais construtivo para a nossa posição.
Como anotei acima, uma queda abaixo de 82 mil, coloca o Ibovespa rumo a busca dos 70 mil pontos novamente, antes que uma nova tentativa de alta
aconteça.
Como comentei ontem, posso ficar imaginado o que fatos poderiam gerar uma queda da bolsa brasileira, que é inesperada pela grande
maioria dos analistas locais. Mas não vou entrar nessa loucura de adivinhação,
prefiro esperar o mercado me dizer.
Venho insistentemente apontando que a bolsa não apresenta
uma configuração confiável, com movimentos diferentes dos que se poderia
esperar, sem, contudo, violar nenhum princípio. Pode ser que, daqui algum
tempo, tudo isso estará desapercebido não passando de “anomalias” aceitáveis
de mercado, ou não, um aviso que minha leitura não estava correta. Pelo sim,
pelo não, prefiro ter uma postura aberta, sem julgamento, apenas observando os
movimentos, e acessível para qualquer direção que venha a acontecer.
O SP500 fechou a 2.682, com alta de 0,33%; o USDBRL a R$
3,875, com queda de 1,64%; o EURUSD a € 1,1293, com queda de 0,30%; o ouro a
U$ 1.214, com queda de 0,65%.
Fique ligado!
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