Promessas do Trump



Se o presidente chinês, Xi Jinping, estiver se preparando para fazer grandes concessões aos EUA, seu tão esperado discurso em uma feira de Xangai não demonstrou isso.

Xi reagiu contra as políticas do presidente Donald Trump America First, com algumas de suas mais bem apontadas linguagens, denunciando as práticas comerciais “lei da selva” e “mendigo-vizinho”. Ao mesmo tempo, ele não descreveu nenhuma nova proposta que sugira estar preparado, para atender às demandas de Trump, como suspender transferências forçadas de tecnologia ou reverter o apoio a empresas estatais.

"Todos os países devem se esforçar para melhorar seu ambiente de negócios e resolver seus próprios problemas", disse Xi à inauguração da China International Import Expo, que contou com mais de 3.600 empresas de 172 países, regiões e organizações. "Eles nem sempre devem se eximir e culpar os outros, ou agir como um holofote que só expõe os outros, mas não eles mesmos."

Xi não chegou a mencionar Trump ou os EUA no discurso, seu discurso econômico de maior destaque desde abril. Em vez disso, alertou que o protecionismo prejudicaria o crescimento global, ao mesmo tempo em que prometia aumentar o consumo interno, fortalecer a proteção à propriedade intelectual e promover as negociações comerciais com a Europa, o Japão e a Coréia do Sul.

Embora Trump tenha lançado a possibilidade de um acordo, quando ele se encontra com Xi nas próximas semanas, os dois lados permanecem muito distantes na resolução das demandas importantes dos EUA. Os investidores que assistiram ao discurso em busca de provas de que a China estava falando sério sobre acelerar sua abertura econômica e queriam uma solução rápida para a guerra comercial ficaram decepcionados.

Promessas repetidas

Embora Xi tenha prometido importar US $ 30 trilhões de bens ao longo dos próximos 15 anos - acima dos US $ 24 trilhões em estimativas anteriores - suas iniciativas políticas estavam em grande parte de acordo com as declarações anteriores. O governo já reduziu as tarifas este ano e disse que voltaria a fazê-lo. O governante Chinês enfrenta mundo cansado de promessas vazias.

Embora o evento visasse reunir empresas estrangeiras para conquistar os consumidores chineses, as marcas globais da Adidas ao Walmart, a Procter & Gamble e a Uniqlo estavam enviando apenas os responsáveis de países - ou nenhum executivo sênior. O CEO da Starbucks, Kevin Johnson, cuja empresa abre uma loja na China a cada 15 horas, não participará, apesar de estar na mesma cidade.

'Lei da selva'

Isso não diminuiu os esforços de Xi para se posicionar como um dos principais defensores da globalização no mundo, que ele descreveu como uma “estrada de ampliação”. “À medida que a globalização se aprofunda, as práticas da lei da selva e do vencedor são um beco sem saída. ”.

Trump na segunda-feira disse que o conflito comercial com a China ainda pode prosperar de qualquer maneira.

"Estamos em uma disputa muito grande com eles agora, e estamos vencendo", disse Trump em uma teleconferência com apoiadores, no dia anterior às eleições americanas. A China quer fazer um acordo, mas se eles não querem, tudo bem”.

No entanto, o governo dos EUA ficou a distância, apesar de a China ter dito que Trump expressou apoio à exposição, na semana passada. Um porta-voz da embaixada dos EUA disse que o governo Trump não tinha planos de enviar um representante de alto nível, acrescentando que "a China precisa fazer as reformas necessárias para acabar com suas práticas comerciais injustas que estão prejudicando a economia mundial".

A balança comercial publicada na sexta-feira está muito próximo do recorde, atingindo U$ 54 bilhões. No entanto, quando contabilizado somente as transações com a China, atinge novo recorde. No gráfico a seguir, se nota uma participação desse país em 55% de todo déficit americano.


Como havia comentado no post da semana passada a-china-sente-o-golpe, o movimento do Presidente Trump impondo sansões aos chineses está surtindo efeito, que será mais evidente nos próximos meses. Para complicar a vida da China, o resto do mundo não está crescendo de forma satisfatória, não lhe permitindo ganhar novos mercados.

Na semana anterior, o Presidente Trump anunciou que as conversas com a China estavam caminhando muito bem, é que se encontraria com o Presidente Chinês na reunião do G-20 a realizar-se na Argentina. Depois de mais de dois anos de convivência com as bravatas de Trump, pouca ou nenhuma credibilidade se possa a dar as suas promessas. Até é possível que, sua declaração tinha mais que uma intenção política, haja visto as eleições que se realizam amanhã nos EUA.

Os dados de emprego anunciados na sexta-feira passada denotam como se encontra apertado. Com a criação de 250 mil novas vagas, taxa de desemprego em 3,7% e uma elevação na remuneração para 3,1% em bases anuais, não se pode ter dúvidas do movimento que o Fed pretende promover, mais uma alta de juros até o final do ano. Nesta semana, na quinta-feira, o Fed se reúne para decidir sobre a política monetária. Como essa reunião não é a completa com secção de perguntas e respostas, não é praxe que haja mudanças nessas ocasiões, o que empurraria para dezembro essa decisão. Mas quem sabe ....


No post o-ante-mangement, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ... “No curto prazo, o Ibovespa parece estar formando um triângulo, que no caso seria de alta. Uma primeira projeção levaria esse índice ao nível de 95.000” ...


Do ponto de vista de longo prazo complementei: ...” Notem que, como havia enfatizado anteriormente, será uma batalha difícil o rompimento da linha abaixo, nesse gráfico de longo prazo. Mas em isso acontecendo, projeto um objetivo de mais longo prazo em 110 mil, uma alta nada desprezível sobre os níveis atuais + 20%” ...


A configuração técnica do Ibovespa não é tão clara, precisou de algumas considerações. Nada que viole as leis de Elliot Wave, porém fica sujeita a futura mudanças. Como mostro a seguir, o índice deveria ter forte resistência ao redor de 95 mil. Tenho que enfatizar que, se esse nível for ultrapassado, vislumbraria novas altas até 110 mil.


Caso contrário, ao reverter nos 95 mil (conforme anotado no gráfico em cinza), segundo os critérios estabelecidos, uma correção de algumas semanas poderia levar o Ibovespa de volta para 84 mil/77 mil. Para em seguida iniciar novo movimento de alta.

A única posição remanescente no Mosca é do Ibovespa, e para tanto, sugiro liquidar a posição, caso 95 mil seja atingido.

O SP500 fechou a 2.738, com alta de 0,56%; o USDBRL a R$ 3,7248, com alta de 0,77%; o EURUSD a 1,1407, com alta de 0,19%; e o ouro a U$ 1.213, sem variação.

Fique ligado!

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