O Ante Mangement



Quem estudou administração de empresas sabe que uma das funções mais importantes de um CEO é a gestão de pessoal. Quanto mais alto se está na estrutura de uma companhia maior o peso do relacionamento com seus colaboradores. Talvez o CEO de maior sucesso nessa área foi Jack Welch quando comandou a GE nos anos 80, em seu livro destaca a importância desse aspecto e como isso influenciou seu sucesso.

Mas não é necessário ser um PHD para entender que desagregar sua equipe, ou desvalorizar seus colaboradores, é o ante management. Esse tipo de atitude desmotiva sua equipe e traz todas as decisões para o CEO. Como ele não consegue decidir e implantar ao mesmo tempo, é uma questão e tempo para perder os melhores funcionários, ficando só os medíocres que aceitam ordens sem questionar, os Yes men.

Depois de mais de doís anos como Presidente dos EUA, Trump mostra como não se deve comandar uma equipe. Assistimos trocas periódicas de colaboradores, uma rotatividade nunca antes vista, além de constantemente desautorizar, desmentir ou culpa-los em público, em seu Twitter. Isso o coloca numa situação de isolamento cada vez maior sobrando a seu lado somente os puxa-saco.

O presidente Trump intensificou seus ataques ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dizendo que o chefe do banco central ameaçou o crescimento econômico dos EUA e parecia gostar de elevar as taxas de juros.

Em uma entrevista concedida na terça-feira ao Wall Street Journal, Trump reconheceu a independência que o Fed desfrutou há muito na definição da política econômica, ao mesmo tempo em que deixou claro que estava enviando diretamente uma mensagem a Powell, que queria taxas de juros mais baixas.

"Toda vez que fazemos algo grandioso, ele eleva as taxas de juros", disse Trump, acrescentando que Powell "quase parece feliz com o aumento das taxas de juros". Trump disse que era "cedo demais para dizer, mas talvez" ele se arrepende de ter nomeado Powell.

Os comentários cáusticos do presidente sobre Powell ocorreram quando Trump descreveu repetidamente a economia em termos pessoais. Ele se referiu aos ganhos econômicos durante seu tempo no cargo como "meus números", dizendo: "Eu tenho uma economia aquecida". Ele descreveu seu impulso ao crescimento como uma competição com o histórico do ex-presidente Obama, dizendo que os aumentos sob seu antecessor democrata foram distorcidos por causa das baixas taxas de juros.


Os investidores gastam muito tempo se preocupando com o que poderia acontecer se o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) errar. Talvez devessem se preocupar com o que poderia acontecer se o Fed acertar.

O Fed vem aumentando as taxas de forma constante e, com a economia forte e o desemprego em 3,7%, mais aumentos parecem uma conclusão precipitada. É uma situação que dá origem a dois riscos óbvios. Uma é que o atual ritmo de aperto dos formuladores de políticas do Fed acabará sendo mais do que a economia pode suportar. A outra é que eles não estão apertando rápido o suficiente, colocando a economia em risco de superaquecimento. Em ambos os casos, o resultado final seria uma recessão.

Obviamente, os formuladores de políticas do Fed gostariam de encontrar o equilíbrio correto. Suas projeções mostram como eles acham que isso pode acontecer, então os investidores devem considerar o que essas projeções, se fossem verdadeiras, significariam para as bolsas.

Qual é a perspectiva para as empresas nesse cenário? Se a demanda deles crescer tão rapidamente quanto a economia, somando a inflação, as vendas subirão cerca de 4,5% no quarto trimestre do ano que vem. Assim, a única maneira de os lucros crescerem mais rapidamente seria a expansão das margens de lucro.

Isso parece uma aposta ruim. Mesmo após o ajuste para os efeitos do corte de impostos deste ano, as margens de lucro para as empresas do SP 500 são historicamente bastante altas. Em seguida, considere como seria difícil conter, muito menos reduzir, os custos de mão-de-obra com uma taxa de desemprego de 3,5%.

Mas, embora as expectativas de receita dos analistas de Wall Street estejam de acordo com as projeções do Fed, eles esperam que os lucros cresçam 11% no quarto trimestre do ano que vem, segundo o Refinitiv. A julgar pelas avaliações relativamente altas das ações - o SP está negociando 16 vezes o lucro esperado - os investidores também têm expectativas inebriantes para os lucros.

Enquanto isso, os futuros de taxa de juros implicam que os investidores acreditam que o Fed só aumentará os juros mais três vezes, ao invés de quatro, até o final do próximo ano. Portanto, não apenas as expectativas de lucros parecem altas, mas as expectativas de taxa são baixas em relação às projeções do Fed. Se o banco central está certo sobre a economia, as coisas podem dar errado para o mercado de ações.

A bolsa americana apresentou um comportamento preocupante na última semana, ameaçando a continuidade da alta. Ontem, no post informação-x-julgamento, mudei o sentido de alta para baixa, e provavelmente vários analistas também o fizeram. Isso não passou desapercebido de Trump, pois sabe que a bolsa de valores em queda, não é bom para sua popularidade.

Na entrevista concedida ao Wall Street Journal onde fez as declarações acima sobre Powell, nitidamente já escolheu um culpado, caso a bolsa americana caia. Esse culpado será Powell, imagina se passa pela sua cabeça que a guerra comercial poderia ser um dos fatores. Ele considera nunca erra!

Imagino que Powell não deva ter gostado dos comentários de Trump, e não sei dizer se haverá algum impacto em suas decisões futuras sobre os juros. Mas uma coisa que Trump nem imagina é que, se o mercado ficar desconfiado que a inflação está subindo mais que o desejado, os juros longos irão subir independente do que o FED fizer com as taxas de curto prazo. Os bonds vigilants, como são chamados os traders desses títulos, estarão apostadores nesse sentido. E aí, não tem bom, pode mandar fire o mercado que as taxas não caem!

Caso isso aconteça, sou capaz de apostar que Trump vai colocar a culpa no mercado, e assim caminhará em seu mandato, culminando com um final solitário. Os estragos na economia podem ser grandes, e ao invés de querer manter a superioridade americana, principalmente em relação a China, vai acelerar a derrocada americana.

No post efeito-Uber, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” As linhas demarcadas em marrom são o máximo que se poderia aguentar sem danificar o cenário de novas altas, algo entre 82,5 mil e 81,0 mil. Abaixo disso, se deve considerar a hipótese de novas quedas que dependem” ...


No curto prazo, o Ibovespa parece estar formando um triângulo, que no caso seria de alta. Uma primeira projeção levaria esse índice ao nível de 95.000.



Notem que, como havia enfatizado anteriormente, será uma batalha difícil o rompimento da linha abaixo, nesse gráfico de longo prazo. Mas em isso acontecendo, projeto um objetivo de mais longo prazo em 110 mil, uma alta nada desprezível sobre os níveis atuais + 20%.


Mas não vai soltando rojão, primeiro tem que romper o triangulo, depois ultrapassar os 95 mil e só depois, ficar deslumbrado com o nível de 110 mil. Não se pode esquecer que, a probabilidade de alta nesse triangulo é de 67%, mas existe a chance de 33%, de romper para baixo.

Falando em rojão, notem que o gráfico de hoje premiei a cor verde, afinal o Palmeiras enfrenta hoje o Boca Juniors, na sua primeira partida de semifinal, na Libertadores. Diferentemente de boa parte da torcida brasileira que a não ver seu time na final, torce contra, eu vou torcer para o Palestra, é uma questão maior, não vou torcer para um time de outro país!

Estou aproveitando para liquidar a posição de juros de 10 anos a 3,13%, fiquei desconfiado que talvez um topo tenha ocorrido. Sendo assim, prefiro ficar sem posição.

O SP500 fechou a 2.656, com queda de 3,09%; o USDBRL a R$ 3,7403, com alta de 1,27%; o EURUSD a 1,1395, com queda de 0,64%; e o ouro a U$ 1.232, com alta de 0,16%.

Fique ligado!

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