Filho rebelde
Não é incomum nas famílias encontrar um dos filhos que
rebelde, destoando dos outros. Sem uma explicação visível, o comportamento desse
filho se distingue. Porém, alguma razão deve existir para tal comportamento. A convivência
com ele nem sempre é fácil.
Ontem recebemos os resultados das eleições, onde Jair Bolsonaro
ficou muito perto de vencer no 1º turno. Mas não foi só isso, tanto no Senado
como na Câmara dos Deputados, o eleitor deu o seu voto de rejeição a política
atual. Agora, no Senado mais de 2/3 tem um perfil liberal e atitudes éticas que
deverão conflitar com os remanescentes da velha guarda.
Porém, tem algo que salta os olhos, a Região Nordeste, onde
o PT conseguiu eleger alguns governadores, deputados e Senadores. Haddad teve aí,
maioria maciça. Mas por que essa diferença tão grande? Assim, como na família,
existe uma razão, e no caso eleitoral também.
No caso específico, os programas sociais implementados pelo
PT, tornou esse eleitor dependente desse partido. O caso mais conhecido é o
Bolsa Família. Eu sou contra esse programa da forma como funciona, pois, ao
invés de ser uma ajuda temporária, enquanto o cidadão deveria buscar uma
profissão para se sustentar, ele fica condicionado indefinidamente. Desta
forma, se pode entender a razão da preferência do eleitor por esse partido,
ficou dependente. Deveria se chamar Bolsa Voto!
O tão famoso argumento de governabilidade de Bolsonaro, vai
por agua abaixo com a nova composição do Congresso Nacional, calcula-se que o
mesmo terá alianças suficiente para obter mais de 50% dos votos, o mesmo não
sendo verdade para Haddad que teria grande dificuldades em governar.
Mas quem deverá ser o próximo Presidente? Somente um evento
inexplicável poderia fazer com que Bolsonaro não se torne o próximo Presidente
do Brasil. Necessitando somente de 4% dos votos válidos, o trabalho é do PT
para conseguir adesões quase integrais de eleitores de outros candidatos.
Vejamos alguns cálculos simples:
Votos da Esquerda: Ciro (12,5%) + Marina (1%) + Boulos (0,5%)
= 14 %
Votos da Direita: Alkmin (4,8%) + Amoedo (2,5%) + Daciolo
(1,2%) + Meirelles (1,20%) + Álvaro Dias (0,80%) = 10,5%
Diferença entre Bolsonaro e Haddad = 16,7%.
Vamos ser conservadores e imaginar que 70% dos votos da
esquerda irão para o Haddad = 9,8%. Faltariam mais 7%, tente imaginar de onde
poderia migrar essa diferença. Precisa que 70% da direita também aderisse a sua
candidatura. Muito pouco provável.
O desemprego nos EUA, atingiu em setembro, o nível mais
baixo desde a Guerra do Vietnã, com poucas indicações de que vai subir no curto
prazo.
A taxa caiu para 3,7%, a mais baixa desde dezembro de 1969,
informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira. Os empregadores
adicionaram 134.000 empregos às folhas de pagamento, um recorde de 96 meses
consecutivos de ganhos. Os salários subiram 2,8% em relação ao ano anterior, um
aumento sólido, ainda que não espetacular.
Mas com tudo isso, os salários estão em queda no tempo. O
gráfico a seguir apresenta a queda de rendimentos dos jovens quando comparados
a seus pais ao completar 30 anos.
Olhando por qualquer ótica é indiscutível a robustez dos
dados de emprego, com esse nível, o mercado de trabalho está em pleno emprego.
A economia americana desponta como a mais vibrante neste momento, deixando a
Europa e Japão muito distantes. E nós aqui, com 13 milhões de desempregados,
ainda temos que batalhar contra forças contrarias como o PT!
No post o-voto-inútil, fiz os seguintes comentários sobre
o dólar: ...” uma
queda abaixo de R$ 4,00, abre a possibilidade de um recuo até R$ 3,80 ou R$
3,70” ... ...” o dólar rompesse a barreira de R$ 3,96 é possível vislumbrar uma
queda até R$ 3,80, e quem sabe, R$ 3,70” ...
Com os resultados das eleições, o dólar amanheceu em queda
expressiva. Chegou a negociar próximo de R$ 3,70, limite inferior apontado
acima. Mas. tudo isso seria o suficiente para comprarmos dólar, uma vez que, o Mosca espera uma nova alta? A resposta é
não, os motivos vêm a seguir.
Existem dois cenários que contemplam resultados distintos. O
primeiro, do qual considero mais provável está explicitado na figura abaixo.
Aceitaria um mínimo ao redor de R$ 3,65 onde uma reversão
ocorreria levando o dólar a novas altas. O leitor deve estar pensando o que
poderia acontecer numa situação dessas. Internamente, uma vitória de Haddad, o
que é pouco provável conforme argumentos acima. Outro motivo, seria uma piora
no exterior com os países emergentes, onde o Brasil também sofreria seus impactos.
O segundo cenário, o dólar teria uma queda abaixo de R$
3,55. Nesta situação poderia voltar a R$ 3,10, conforme ilustração abaixo.
No lado interno, Bolsonaro ganha com facilidade o segundo
turno, e combina com a equipe econômica atual de já colocar em votação a
reforma da Previdência. No exterior o dólar começa um movimento de queda originado
por uma indicação que o FED não vai subir os juros como pretendia. Parece bastante
difícil acontecer um deles ou ambos.
Mas não estamos aqui para julgar os acontecimentos somente o
que o gráfico nos informa. Esses é apenas um exercício sem valor para nossas
decisões.
Ficou faltando um intervalo compreendido entre R$ 3,55 a R$
3,65. Considero como caixão, pode ser uma extensão anormal do primeiro cenário,
ou uma consolidação do segundo.
(*) Caixão, linguagem usada no jogo chamado de sete e meio.
O SP500 fechou a 2.884, sem variação; o USDBRL a R$ 3,7571,
com queda de 2,16%; o EURUSD a € 1,1492, com queda de 0,28%; e o ouro
a U$ 1.188, com queda de 1,20%.
Fique ligado!
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