Fim de festa



Como depois de qualquer evento que polariza nossa atenção, a definição de Jair Bolsonaro como Presidente da República, terminou essa fase. Amanhã, passados 48 horas desse momento, a realidade da vida, que no caso brasileiro é difícil, passa a dominar.

Com uma vitória justa, com 5 % acima do mínimo, não terá muita margem de manobra. No caso especifico, se junta que boa parte da população não votou em Bolsonaro, mas sim contra o PT, e esse argumento acabou. Daqui em diante, parte de seu eleitorado estará sob escrutínio. As suas colocações, em várias de suas aparições, não são do agrado de seu próprio eleitorado, e muito mais agora da oposição.

Mas não existe por enquanto motivos para desanimo, principalmente no campo econômico, pois seu futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, mesmo sendo uma pessoa com perfil explosivo, é um profissional altamente gabaritado e com ideias que agradará os investidores locais e internacionais.

Entretanto terá desafios enormes, pois não se pode esquecer que parte do legislativo ainda é composta de parlamentares acostumados com toma lá dá cá, e nem se falar das propinas. Vamos aguardar para ver quem terá mais ascendência nas votações o grupo ‘moralista’ ou esse último.

Mas certamente nos livramos do mal pior, se hoje ao invés de Bolsonaro o Presidente fosse o Haddad, uma desesperança enorme iria pairar nas pessoas que tem uma visão mais realista da vida. O PT na minha opinião será um partido cujos 25% de votantes, vai pouco a pouco abandonar sua aderência. Ciro Gomes passa a ser o novo baluarte da esquerda. A razão de tal visão, se deve a um fato semelhante, porém oposto ao de parte de votantes de Bolsonaro. Uma parte das pessoas que votaram no PT, foi função de um temor enorme sobre as futuras ações do novo Presidente, inclusive com a volta do regime militar. Esse grupo, agora terminado a votação, também são contra o PT.

Sobre a volta dos militares, vou republicar matéria postada na minha rede social.

... “RESULTADOS PASSADOS NÃO SÃO GARANTIA DE RESULTADOS FUTUROS

Aos 19 anos, recém aprovado na Escola Politécnica, sonho de qualquer jovem que deseja cursar engenharia, soube que teria que prestar exército no CPOR - Centro de Preparação de Oficias da Reserva.

Vocês podem imaginar meu choque é frustração, no primeiro dia que cortaram meu cabelo estilo “reco”. Não tive escolha, tranquei matricula na faculdade.

Naquele momento sentia como se estivesse prestes a perder um ano da minha vida. Mas qual não foi a minha surpresa ao termino do treinamento.

Considero hoje que esse período foi um dos principais anos da minha formação como pessoa. Lá aprendi a respeitar as regras, válidas para todos, independente do patrimônio de cada um, tudo com respeito, justo! Me lembro que, diversas vezes tentei burlar alguma regra (por exemplo, estava de plantão na final da Copa do Mundo de 1970), e em todas elas paguei o preço. Quantas não foram as vezes que tive que “pagar 10”, termo conhecido entre os alunos, que representava dez flexões de braço.

Recentemente, voltei ao CPOR para uma homenagem à minha turma. Fiquei impressionado com a evolução que presenciei. O Comandante era uma pessoa afável e de elevado nível. Ao visitar as instalações, quando cruzávamos com algum subalterno, o mesmo executava o protocolo, mas em seguida conversava com o Comandante de forma igualitária. No início fiquei desconfiado que poderia ter sido preparado, mas notei que não, era realmente natural. Resumiria como, uma disciplina adaptada aos tempos modernos.

Tenho notado uma certa paura das pessoas pela proximidade do Candidato Bolsonaro a esse grupo, afinal é um egresso das Forças Armadas. Um receio que a ditadura militar estaria prestes a voltar. Essa não é a minha visão, talvez pela experiência de vida. Aquele momento nada tem a ver com o momento atual. Mas compreendo o receio das pessoas que temem que aqueles tempos poderão voltar em breve.

Não posso garantir nada, afinal os relatos acima são pequenos momentos, não vivo mais nesse meio de forma continua. Minha saudosa terapeuta me disse que deveria estar atento a realidade, quando algum pensamento ou intuição tomasse conta das minhas emoções. Somente assim, poderia saber se o que estava antevendo era real ou imaginário.

Sugiro aos brasileiros a mesma atitude, e que usem o “disclaimer” colocado no título acima, e posto no rodapé de qualquer fundo, que por ventura você investiu. De forma assim modificada: Atos passados não são garantia de atos futuros! ” ...

Vamos para frente Brasil!

No post o-blockchain-e-uma-simples-planilha, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” O dólar entraria numa correção mais extensa com uma movimentação semelhante a linha vermelha traçada acima. Isso demandaria alguns meses, e caso aconteça, nos permitirá sugerir alguns trades. Também anotei um nível ao redor de R$ 3,10 que seria o limite máximo para validar essa hipótese, abaixo disso a história seria outra. Essa última opção, vista de hoje, parece pouco factível razão pela qual não desenvolvo mais explicitamente” ...


Hoje pela manhã o dólar negociou a R$ 3,58 muito perto do limite explicitado no gráfico acima de R$ 3,55. Durante a manhã, o dólar recuperou parte da queda, estando próximo a R$ 3,66, uma variação no dia superior a 2%, e que talvez deixarão as pessoas perplexas, uma vez que, todos esperavam uma queda do dólar. Mas como se diz no jargão de mercado “ já estava no preço a vitória do Bolsonaro”.

Ainda não se pode saber se a reversão que estou aguardando começou, ou ainda vai tocar no nível de R$ 3,55, onde valerá uma compra, caso aconteça.


Um exercício considerando a primeira hipótese – reversão em curso, calculo que o dólar deva subir até R$ 3,90 – R$ 3,95, para em seguida voltar a cair. Uma outra opção, onde o dólar não subiria tanto, aponta para R$ 3,85. Olhando de hoje, a primeira é mais provável. Quero enfatizar que tudo isso demandara tempo, algumas semanas.

Como o risco de eleição acabou, acredito que os ativos brasileiros estarão mais sujeitos aso acontecimentos externos que internos. Nas últimas semanas o Brasil andou de forma autônoma, os ativos se valorizavam aqui, enquanto os dos mercados emergentes, iam em sentido inverso.

Vai ser interessante observar a reação dos investidores, que dão como certo, que a bolsa brasileira subiria a partir de hoje. Recebi diversas indicações de bancos neste sentido. O Brasil está pior agora com o Bolsonaro? Não, mas os emergentes sim!

O SP500 fechou a 2.641, com queda de 0,66%; o USDBRL a R$ 3,7095, com alta de 1,86%; o EURUSD a 1,1385, com queda de 0,15%; e o ouro a U$ 1.288, com queda de 0,31%.

Fique ligado!

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