Candidato "tabelinha"



Para quem assistiu o debate de ontem à noite com os candidatos à presidência da República, imagino que chegou as seguintes conclusões: primeiro, Fernando Haddad estava lá como representante de Lula não transmitindo nenhuma confiança do que defendia. Realmente um fantoche sem nenhuma vida própria; segundo, Henrique Meireles, cujo seu comentário nem ele entendia, foi usado por alguns candidatos, com perguntas, cujo único intuito era responder as próprias perguntas. Meirelles foi inócuo, usado como “tabelinha”.

A mais famosa tabelinha que eu tenho conhecimento, foi a dupla de área do Santos, nos anos 60, com Pelé e Coutinho. Era um espetáculo, faziam um estrago na defesa adversária. A diferença entre essa dupla do futebol e Henrique Meirelles, é que a primeira fez inúmeros gols a favor, enquanto a essa segunda, só gol contra! Hahaha ...

Domingo teremos as eleições em primeiro turno, e observado de hoje, não acredito que será resolvido em um único turno, dificilmente a parcela de direita, que teria que declinar de seus candidatos, o fará agora.

Pelo menos, alguma vantagem nos levamos na guerra comercial iniciada pelo Presidente americano Donald Trump. Note como as exportações de soja brasileira cresceu em relação ao do ano passado. Notem que nos últimos meses se aceleraram.


Falando sobre dívida pública e privada dos mercados emergentes, a próxima ilustração permite uma boa ideia de como as mesmas se situam. Valem as seguintes observações: A Rússia encontra-se em ótima situação, com um baixo endividamento tanto público como privado; a China por sua vez, com elevado endividamento privado e o Brasil com elevado endividamento público. Por último, a Argentina que tem sido fortemente atacada ultimamente, não apresentaria um quadro tão preocupante. Não fosse sua posição de reservas muito baixa, aliado ao fato do governo ter segurado a inflação, contendo reajustes de preços públicos, hoje poderia estar em situação bem diferente.


O próximo gráfico mostra a parcela que cada país possue no mercado mundial de dívida, destacando os EUA com 1/3 do total. Se realmente a China quer se tornar um player global, com emissões na sua moeda, são necessários 2 requisitos: conversibilidade do Yuan, e uma participação mais expressiva no mercado de dívida, que hoje se encontra em 8%.


Hoje foi publicado o IPCA de setembro em 0,48%, um pouco acima da previsão do mercado de 0,46%. A taxa em 12 meses subiu de 4,19% para 4,53%. A maior pressão partiu do grupo Transportes (-1,22% para 1,69% – a desvalorização do dólar e a subida do preço dos combustíveis no mercado internacional foi responsável pela forte elevação), muito influenciado pela elevação significativa do subgrupo de combustíveis (-1,86% para 4,18%) e do item passagem aérea (-26,12% para 16,81%).

Os preços livres continuam bastante contidos ao redor de 2,5% a.a., não aparentando ser a inflação um risco mais amplo. Corroborando com esse argumento, a taxa de difusão continua relativamente estável em 54,6% em bases anuais.


Devido à incerteza eleitoral, a Rosenberg possui dois cenários: 1) com a vitória de um candidato reformista – Bolsonaro, e que acalme os mercados logo após sua vitória em segundo turno, com consequente arrefecimento da desvalorização cambial – neste caso, projeta IPCA de 4,1% em 2018 e 4,1% em 2019; 2) a vitória de um candidato sob suspeição acerca da agenda de reformas - Haddad, sem salvo conduto do mercado e com manutenção do risco e consequente sustentação da desvalorização cambial - neste, projeta IPCA de 4,2% em 2018 (era 3,9%) e 4,9% em 2019.


Com esses resultados não acredito que haverá qualquer mudança por parte do banco central, visionando que a taxa SELIC termine 2018 em 6,5% a.a. Gostaria de aproveitar para reforçar que investimentos em CDI devem ser evitados. Notem que, com uma inflação de 4,5% a.a., a taxa real implícita nesse ativo, é inferior a 2% a.a.

Sugiro investimentos em títulos do governo indexados à inflação, que após os stress das últimas semanas se encontram acima de 5% a.a., e principalmente para quem tem “peito” os pré-fixados com taxas acima de 10% a.a. em prazos não muito longos.

Mesmo que, Fernando Haddad vença as eleições presidências, não acredito que nos próximos dois anos tentara qualquer loucura, adotando uma postura conservadora na área financeira. Isso não significa que, não existe risco no longo prazo, aliás, este risco também existe com Bolsonaro.

No post o-tiro-saiu-pela-culatra, Fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” O primeiro objetivo seria a 3,23%” ... ...” A área grifada em verde é o local onde poderia acontecer uma reversão, entre 3,23% a 3,35%, caso os juros ultrapassem essa região o próximo ponto seria a 3,5%” ...


Nesta semana, a taxa de juros resolveu romper um nível bastante importante do ponto de vista técnico à 3,12%, conforme enfatizei diversas vezes. No gráfico a seguir, os níveis apontados acima, estão marcados no gráfico.


Neste momento, estou em dúvida se devo ou não diminuir a posição dos juros de 10 anos. Agora, subir o stoploss a 3,07%, não tenho a menor dúvida. Ambos níveis – 3,23% e 3,35%, podem ser apontados como candidatos (não a presidência! Hahaha ...) para uma reversão. Para ser mais preciso, onde se encontra agora – 3,23%, contempla uma reversão para uma pequena queda, enquanto ao redor de 3,35%, uma reversão mais extensa.

Pelo sim, pelo não, estou reduzindo a metade nossa posição, guardando esse outro nível para outra metade. Caso minha análise esteja correta, e dependendo dessa possível mini correção, poderemos entrar novamente.

Não gosto de fazer movimentos de diminuir a posição pela metade, a razão é que depois vamos nos sentir frustrados, com 100% de certeza. A razão é que, se o mercado cair, vamos nos lamentar de não ter liquidado tudo, e se subir, a lamentação e na metade que foi desfeita.

Se você sentir assim, não se deixe influenciar por esse sentimento de medo num caso, e ganancia do outro, são emoções destrutivas. Se fez uma análise correta, considerando os pontos e as probabilidades, execute! Let´s see!

O SP500 fechou 2.885, com queda 0,55%; o USDBRL a R$ 3,8466, com queda de 0,71%; o EURUSD a 1,1519, sem variação; o ouro a U$ 1.202, com alta de 0,28%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Muito bom material! Tens algum email para contato? Tenho interesse abraços

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  2. Eliseu você pode se dirigir a mim, por aqui, Twitter ou Linkedin. Essa é a forma que eu me comunico com os leitores.

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