O tiro saiu pela culatra



Ontem foi publicado o saldo da balança comercial americana. Ao invés de diminuir como quer Trump – se for esse realmente seu objetivo, subiu e agora se encontra próximo ao recorde histórico, como se pode verificar a seguir.

Para quem é psicólogo ou psiquiatra poderia definir melhor o perfil psíquico do Presidente Trump. Mesmo não tendo formação no assunto, me arrisco a dizer que, ele sofre de importantes problemas nessa área. Notem que não passa um dia sem que algum assunto seja a ele relacionado. Esta semana, a atenção recai sobre a indicação de Kavanaugh para a suprema corte. Esse cidadão está sendo acusado de assédio sexual, por quatro americanas, isso tudo quando ainda era adolescente.

Ele nega veemente, mas eu acredito em suas acusadoras, não teriam nenhum motivo para acusa-lo e se exporem, se realmente esse assunto não estivessem entalados nas suas gargantas. Pelo andar da carruagem, provavelmente será aceito pelo senado americano, que é dominado por republicanos. Política não seria uma profissão que eu me engajaria. É nojento em qualquer parte do mundo!

Também foi publicado o índice de inflação seguido pelo Fed, para estabelecer sua política monetária - o PCE. Por enquanto nenhum problema neste front. O resultado do indicador que exclui os itens mais voláteis de gasolina e alimentos, ficou em 2,1%, um pouco acima do esperado, muito por conta da alta mais expressiva das enfermeiras residenciais.


Os italianos resolveram dar uma chacoalhada nos mercados internacionais. As perdas ocorreram depois que o governo antiestablishment ampliou significativamente sua meta de déficit orçamentário para o próximo ano para 2,4% do PIB. Isso provavelmente colocará o país em rota de colisão com a União Europeia, que estabelece um limite de déficit orçamentário de 3% do PIB para os membros do bloco.

O orçamento completo será divulgado em outubro e será examinado pela Comissão Europeia, que poderá rejeitá-lo.
"Isso torna a sustentabilidade da dívida um pouco mais difícil, mas o mais importante é que a relutância [do governo italiano] de recuar [nas promessas de campanha] ainda é o aspecto interessante a ser observado", disse Tim Graf, diretor de estratégia, no State Street Global Markets. "Mesmo que o atual impasse seja resolvido, o governo é muito popular e não acho que a atitude deles em relação à UE vai mudar".

O índice STOXXX50 caiu 1,5% com as ações dos bancos caindo drasticamente, enquanto o índice FTSE MIB da Itália caiu 4,1%, a caminho de seu pior dia desde a votação do Brexit em junho de 2016.

No post de ontem, publiquei as razões que me fazem cético, em relação ao euro no longo prazo. Não poderia ser mais oportuno esse comentário. Palavra que não tinha nenhum inside information! Hahaha ...

A situação de liquidez global já sofre com a diminuição do balanço do Fed, assim como a interrupção na compra de ativos por intermédio do BCE, que começara a fazer efeito a partir do próximo ano. A ilustração a seguir fornece um quadro do aperto que deve ocorrer em breve nos mercados mundiais.


A pergunta que não quer calar: Quem vai comprar esses títulos daqui em diante? O Deustche Bank em sua pesquisa observou que o déficit público americano que era na sua maioria financiado pelos estrangeiros, agora é feito internamente pelos fundos de pensão, companhias seguradoras e fundos mútuos.

Para complicar ainda mais, vejam a evolução da dívida efetuada pelas empresas americanas nos últimos anos. O pior, como deve ter deteriorado o nível de risco das carteiras dos investidores, levando-se em consideração o rating dessas emissões.

Para vocês pensarem no final de semana. Como será o mundo daqui a 100 anos, considerando a população em função da sua origem. Fazendo-se uma projeção do perfil dos habitantes de cada uma dessas regiões, eu me pergunto onde irá trabalhar os 5 bilhões de africanos?


No post cade-o-bicho-papão, fiz os seguintes comentários sobre os juros de 10 anos: ...” Esta semana, num único dia, o limite acima foi ultrapassado, diminuindo muito as chances de ser uma onda B. Desta forma, estou colocando um trade para aproveitar de uma eventual alta de juros aos níveis atuais de 3,07%, com um stoploss a 2,97%. O primeiro objetivo seria a 3,23%” ... ...” A área grifada em verde é o local onde poderia acontecer uma reversão, entre 3,23% a 3,35%, caso os juros ultrapassem essa região o próximo ponto seria a 3,5%” ...


Eu estava mais otimista na semana passada basta ver meus comentários acima. Mas o mercado não reagiu da forma que eu esperava. Notem que nessa semana o Fed reafirmou suas intenções de subir os juros como havia planejado. Além disso, se a taxa dos FED funds deve subir até 3,5% no início de 2020, como pode o juro dos títulos de 10 anos estar a 3%?

Existe um entendimento nesse mercado que, a política monetária tem grande influência no juro de títulos de 2 anos, mas quem dita a taxa de 10 anos é o mercado. Com essa visão, o mercado está dando um recado claro, o juro vai cair mais frente, ou por que a economia vai desacelerar ou entra em recessão. Essa aposta já perdura há um bom tempo e acredito que, somente duas situações poderiam fazer ela se alterar: crescimento muito forte no próximo ano, ou alta da inflação.

Bem, como não estamos aqui para fazer apostas em cima das previsões, vejamos o que o gráfico nos diz.

Pode ser que, os juros estejam completando uma pequena correção para depois voltar a subir. Nesse caso, a queda deveria estar limitada até a região em vermelho entre 2,97% - 3,02%. Caso o mercado negocie abaixo desse nível, pode ser que a onda B citada no post acima ainda esteja em curso, o que faria os juros recuarem até 2,75%.

- David, de novo com essa história de que se não subiu é porque pode cair!
Meu amigo anda bastante comedido ultimamente, deve estar desanimado com as eleições! Hahaha .... Na observação grifada acima, frisei que diminuía a chance, mas não estava eliminada. Isso só aconteceria se os juros rompessem 3,13%, o que não aconteceu. Análise técnica é probabilidade, que num caso especifico, pode não ocorrer o mais provável, razão do stoploss.

Dado estas considerações, só nos resta esperar e observar o que o mercado nos reserva daqui em diante.


O SP500 fechou a 2.913, sem alteração; o USDBRL a R$ 4,0556, com alta de 1,09%; o EURUSD a 1,1602, com queda de 0,32%; e o ouro a U$ 1.191, com alta de 0,73%.

Fique ligado!

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