Intenção real
A renomada casa de pesquisas econômicas, Gavekal, publicou
uma matéria com uma visão mais ampla sobre as reais intensões do presidente
americano, em relação a sua política de implementar sansões econômicas, através
do aumento de alíquotas de importação. Caso essa visão esteja correta, suas
consequências tem um aspecto de mais longo prazo e com consequências diferentes
das que os analistas visionam.
Existem razões para pensar que nenhum acordo é desejável: Primeiro,
a estratégia comercial dos EUA contra a China é impulsionada não pelos
caprichos de Trump ou cálculos políticos, mas por uma poderosa coalizão de segurança
e autoridades econômicas que acreditam que os EUA estão entrando em um conflito
existencial com a China, por uma dominância da economia global, tecnológica e
geopolítica. Este grupo tem habilmente canalizado o desejo de Trump de décadas
de guerra sobre os salários, em uma única frente contra a China, enquanto
acariciava os menos importantes objetivos com a EU e o Nafta em uma retórica
"Vamos fazer um acordo".
Em segundo lugar, o principal objetivo das tarifas
provavelmente não é trazer Pequim para a mesa de negociação. Pelo contrário, é
forçar as empresas multinacionais americanas a retirar seus investimentos da
China, para que a interdependência das duas economias rivais seja reduzida. Na
visão dos “guerreiros do comércio” isso aumentaria a segurança nacional dos
EUA. Contra este objetivo, nenhuma oferta possível da China, pode fazer com que
as alíquotas de importação sejam suspensas.
Os líderes chineses demoraram a perceber a seriedade do
conflito. Primeiro eles pensaram que Trump era um homem de negócios movido pelo
ego que poderia ser demovido de sua ideia com algumas missões de compra, e uma
recepção com “tapete vermelho” em Pequim. Então eles calcularam que poderiam se
defender dos nacionalistas econômicos e militares, fazendo um acordo com o mais
tratável dos colaboradores de Trump, o Secretário do Tesouro Mnuchin. Esta
tática já falhou duas vezes: em maio, quando um acordo entre Mnuchin e Vice
premier chinês Liu Ele foi vetado por Trump, e agora quando se fala de uma
repetição da visita de Liu a Washington foi frustrada pela nova rodada de
tarifas. Seria uma surpresa, caso Pequim divulgasse uma terceira vez. A China
vai responder com suas próprias tarifas, começar a apertar as empresas dos EUA
onde puder e buscar uma guerra de atrito.
Portanto, a questão agora não é se a guerra comercial
continuará e aumentará, ela vai, mas quais serão os impactos. Aqui precisamos
dividir o curto prazo dos efeitos de longo prazo.
No longo prazo, a política atual dos EUA é equivocada,
autodestrutiva, e não no interesse nacional americano. Primeiro, enquanto a
atual rodada de tarifas foi cuidadosamente elaborada para minimizar o impacto
sobre os preços ao consumidor antes das eleições, e para maximizar a dor para
corporações traiçoeiras que mudaram suas cadeias de suprimentos para a China,
em última análise, essas taxas se resumem a um imposto sobre os consumidores
americanos e na competitividade das empresas norte-americanas.
A China, ao contrário, pode compensar o impacto de curto
prazo em sua competitividade deixando sua moeda depreciar. Indiscutivelmente, a
queda de -9% no valor do renminbi contra o dólar, entre abril e agosto, já
neutralizou o efeito de uma tarifa de 10% sobre metade das exportações da China
para os EUA.
Em segundo lugar, na medida em que as tarifas visam punir a
China por sua “trapaça” nas regras do comércio global, elas são uma arma ruim,
exercida de má fé. Responder a trapaças
com mais trapaça não fortalece o mercado global e governança econômica, mas
enfraquece.
O poder óbvio deste sistema atual, criou uma atração
irresistível para a China se mover para longe da autarquia disruptiva dos anos
de Mao Zedong e se tornar um participante geralmente construtivo no sistema
global, com forte interesse na manutenção da estabilidade e ordem. O abandono desta
estratégia de sucesso aumentará o custo de impor garantias militares dos EUA na
região, e elevar os incentivos para a China fazer o que puder para diminuir o Poder
e influência americanos.
Esses problemas são sérios. Mas eles são lentos e seus
efeitos vão demorar anos para se materializar.
No curto prazo, o cálculo é mais simples. A economia dos EUA
está em ótima saúde; A economia da China está caminhando para um pouco de
desaceleração. As tarifas reduzirão a competitividade das exportações chinesas
e tornará as empresas norte-americanas menos dispostos a investir na China. Nos
próximos 6 a 12 meses, a China será prejudicada mais do que os EUA, e o
renminbi provavelmente precisará depreciar alguns pontos a mais. A perspectiva
de uma desaceleração da China e um dólar americano mais forte, irá arrastar
ainda mais as moedas dos mercados emergentes.
Assim, a única coisa que poderia interromper esse ciclo de
baixa seria Pequim desencadear um estímulo à infraestrutura e investimento em
habitação, para compensar o choque externo. Como em 2009-10 e 2015-16, isso
estimularia outros mercados emergentes, especialmente aqueles que dependem de
commodities para exportações. Mas o governo chinês ainda não está disposto a
estimular, tanto, porque o mercado imobiliário já está elevado, e porque quer
manter um teto na alavancagem. Até que Pequim inverta o curso e responda à
guerra comercial com política mais estimulante, os mercados emergentes
permanecerão sob pressão.
Ontem o BCB decidiu manter a taxa SELIC em 6,5% a.a., a mais
baixa da história brasileira – esqueceram de avisar o Haddad. No teor do
comunicado, explicitou que, caso a situação interna se deteriore (entenda-se
como uma vitória do PT), ou uma piora do cenário externo, a taxa SELIC poderia
subir.
Fiquei impressionado como essa notícia foi divulgada na
imprensa, como se fosse uma novidade! Um banco central respeitado, nas
condições explicitadas no comunicado, não deveria agir dessa forma?
Para o Mosca essa
declaração não acrescentou nada nas suas ideias. O mais preocupante para mim, é
quem será a nova equipe do BC, pois imagino que Ilan não deva continuar, caso o
cenário para o segundo turno esteja de acordo com as pesquisas atuais. Para os
leitores que não imaginam qual a diferença de um banco central independente,
esse é um caso bom para entender. Imaginem se Haddad seja eleito Presidente, e no
dia seguinte os juros sobem. A independência garante uma estabilidade da moeda,
lógico, com pessoal competente.
Muita gente está se interessada em investir nas empresas de
produção de Marijuana, vulga maconha. As ações dessas empresas subiram de forma
expressiva, fruto da liberação do consumo observada em diversos países. O Mosca não acompanha essas empresas, não
tem opinião, porém o gráfico a seguir sugere que possa estar existindo uma
bolha. A conferir.
No post a-hemorragia-continua, fiz os seguintes
comentários sobre o euro: ...” devemos passar por um tempo com valorização da moeda
única. No gráfico abaixo apontei dois possíveis objetivos € 1,195 ou € 1.21”
... ...” como apontado, espero que a moeda única atinja € 1,195 ou € 1,21. A
partir desses pontos, uma reversão tomaria pulso” ...
O post acima contém algumas considerações sobre comportamento
dos investidores. O Mosca, recomenda
sua leitura. Hoje a moeda única está atingindo um primeiro nível aonde a queda
poderia ganhar tração (em azul no gráfico), mas eu não recomendo nenhuma ação
por enquanto.
Conforme observado acima, vamos ficar com os dois níveis de €
1,195 ou €
1, 21, mas principalmente o primeiro, para um eventual trade de venda.
A Análise técnica permite posicionamentos tanto num sentido
quanto no outro, no curto prazo ou longo prazo, a diferença entre esses dois últimos
passa a ser o stoploss. E sem viés, aberto ao que o mercado te informa.
Por exemplo, nesse caso, a expectativa de longo prazo para o
euro é de alta, o motivo eu anotei em verde no gráfico acima, que corresponde o
movimento observado a partir do final de 2016 até o começo de 2018. Essa
hipótese está baseada em dois critérios: minha leitura sobre o gráfico e o
comportamento subsequente do mercado.
O interessante é que mesmo tendo uma visão de alta no longo prazo,
vou propor um trade de venda. Isso só é possível com análise técnica, seria
muito difícil assumir essa posição através da análise fundamentalista. Mas
naturalmente, toda análise está sujeita a revisões, caso o mercado viole algum
dos princípios básicos.
E assim, se vai de compras a vendas, sem nenhum apego a sua
opinião. Efetuando-se um bom estudo, e estabelecendo os limites até onde a
mesma estaria errada, acredito ser a maneira mais eficiente de se operar.
O SP500 fechou a 2.930, recorde histórico! Com alta de
0,78%; o USDBRL a R$ 4,0711, com queda de 1,44%; o EURUSD a 1,1777, com alta de
0,91%; e o ouro a U$ 1.206, com alta de 0,25%.
Fique ligado!
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