O custo de um Presidente errado
Estava observando os dados das contas externas brasileiras,
e conclui que nossa situação é invejável quando comparadas a de outros países
emergentes. Porém isso não é suficiente para garantir uma estabilidade nos
mercados cambiais.
O gráfico a seguir fornece uma fotografia da evolução da
conta corrente no mundo. Alguns pontos saltam a vista: dos países devedores os
EUA é o que mais contribui, seguido em menor escala pela somatória dos países
emergentes. No campo do superávit, hoje em dia a Europa é o que mais contribui,
seguindo em menor escala pelo Japão e China. Outro fator a se considerar é o
crescente aumento dos volumes, indicando que o mundo caminha mais para o
desequilíbrio que o inverso.
No caso brasileiro o déficit vem caindo desde o início de
2015, quando atingiu um nível preocupante. Como se pode verificar nos últimos
dados publicados a seguir, estamos bastante próximos do equilíbrio. O mesmo não
se pode falar da Argentina e Turquia com elevados déficits.
Por esse ponto de vista, não haveria porque se preocupar com
as contas externas em situações normais, afinal, financiar valores dessa ordem
de grandeza é muito fácil.
Outro fator que poderia complicar nosso caso seria o
financiamento da dívida governamental. Na ilustração a seguir frisei a situação
do Brasil, Argentina e Turquia. Como podem notar, praticamente não dependemos
em nada dos estrangeiros para financiar nossa dívida, situação bem diferente a dos
outros países citados acima.
Algo que poderia complicar nossa situação, seria a
manutenção de juros extremamente elevados. Desde o impeachment da Dilma, a nova
equipe do banco central, implementou uma série de medidas para controlar a
inflação. Como consequência, os juros reais se encontram atualmente em 2,5%
a.a., o que não é nada crítico, ao contrário, o mais baixo das últimas décadas!
Então qual o grande problema do Brasil? A evolução das
contas públicas onde o déficit é crescente. No gráfico abaixo, se observa a
fotografia das contas públicas, onde a deterioração mais forte acontece depois
de 2014. O principal fator para essa piora foi a recessão vivida nesses últimos
anos, e especialmente as contas da previdência, que precisam ser equacionadas.
Efetuando-se uma projeção em continuidade a situação atual,
o nível de endividamento público atingira 100% do PIB ao redor de 2023. Essa
trajetória, na visão dos investidores estrangeiros, é um pré-anuncio de calote
em algum momento do tempo.
Acredito que, um bom plano de previdência que se pudesse
aprovar, colocaria de volta o Brasil no radar dos investidores e uma onda de
aquisições aconteceria. Projetos não faltam, por exemplo, a área de
infraestrutura ficou praticamente estagnada nos últimos anos.
Isso nos remete as eleições, quem poderia gerar essa
confiança nos investidores? O Centro e a Direita com: Alkmin, Amoedo, Meireles,
Álvaro Dias, Bolsonaro (pelo seu super Ministro Paulo Guedes). Por outro lado,
Ciro e Haddad não são bem vistos. A Marina, na minha visão, é neutra, pois não
tenho certeza de qual seria sua postura.
Usando os dados mais recentes da pesquisa do Ibope
ficaríamos com o seguinte score: a favor 60%; contra 27%; neutro 12%.
Observando-se esses scores não haveria porque temer, parece
claro que a vitória de um candidato de esquerda seria baixa. Agora essa eleição
tem um complicador, como Bolsonaro lidera e tem um elevado grau de rejeição,
sua vitória no segundo turno fica ameaçado pela grande quantidade de votos
nulos, que deveria fluir para si, no caso de uma vitória.
Uma vitória que poderia ser fácil, haja visto a proporção
entre ambos os grupos (mesmo se considerasse a Marina dentro da esquerda),
passa a ser duvidosa. Em outras palavras, podemos ver o caso de um candidato com
10% a 12% de votos no primeiro turno ser o novo presidente!
No post bcb-dorme-tranquilo, fiz os seguintes
comentários sobre o Ibovespa: ...” tracei algumas linhas limítrofes de acompanhamento. Se a
linha vermelha for rompida, a chance maior é do cenário 2; já a linha verde
apontaria para o cenário 1, desde que, o nível de 74 mil seja respeitado. Caso
contrário, voltamos a indecisão” ... ...” sei que é de pouca valia essas
observações, mas é o que eu tenho a oferecer agora sem entrar em considerações
subjetivas de feeling” ...
Até o momento nenhum dos níveis sugeridos foram rompidos
embora o Ibovespa esteja mais próximo do limite inferior. No gráfico a seguir,
se pode ter uma visão de mais longo prazo, e a área indicada em cinza é
importante, pois representam as máximas ocorridas em 2008 e 2017. Nesse ano, o
índice buscou romper essa região em junho, porém retornou.
Continuo com as mesmas considerações feitas anteriormente,
sem previsão da direção adiante. Poderia sugerir algumas possibilidades, mas
acredito que neste momento só iria confundir os leitores. Prefiro ficar sem
opinião e esperar o mercado nos indicar o que quer fazer
O SP500 fechou a 2.888, sem variação; o USDBRL a R$ 4,1521,
sem alteração; o EURUSD a € 1,1628, com alta de 0,20%; e o ouro a U$ 1.205, com alta
de 0,67%. Resolvi liquidar a posição vendida no fechamento com pequeno ganho. O
motivo vou explicar no post de amanhã.
Fique ligado!
Comentários
Postar um comentário