A realidade do mercado
Na última sexta-feira foram publicados os dados de emprego da
economia americana. Criou-se 201 mil empregos novos. A taxa de desemprego se
manteve estável em 3,9 % um nível considerado baixo, indicando que o mercado de
trabalho está em pleno emprego.
Mas não foram só estas as boas notícias, outro resultado muito
observado pelos analistas foi a evolução dos salários. O principal motivo, é
que ultimamente mesmo com a teórica escassez de empregados, não tinha afetado
os ganhos dos trabalhadores. Neste último dado, a remuneração cresceu num ritmo
de 2,9% em 12 meses, o maior nível desde 2009.
Esses resultados tiveram um impacto nos mercados de juros
principalmente nos vencimentos mais curtos, como se pode verificar no gráfico a
seguir, a remuneração dos títulos do governo de 2 anos atingiu 2,7% a.a. O Mosca vem frisando ultimamente que, os
juros não são mais 0%, pelo menos nos EUA.
Mas não são somente os dados de desemprego que deram uma boa
notícia, vários indicadores recentes apontam para uma economia que está em
franca ascensão. A previsão de PIB apontada pelo FED de Atlanta – GDP now, para
o trimestre em curso, está ao redor de 4,5%, isso mesmo antes de capturar os
dados recentes de emprego.
No Brasil, nada foi mais importante que o atentado sofrido
por Jair Bolsonaro na última quinta-feira. Muito se tem discutido sobre qual
seria o impacto desse ocorrido na disputa eleitoral. O banco BTG realizou uma
pesquisa nesse final de semana.
Na pesquisa espontânea, Jair Bolsonaro cresceu 5% em relação
à última pesquisa. Boa parte dos candidatos que se encontram na disputa
permaneceram com seus percentuais anteriores, com exceção de Ciro Gomes que
cresceu. O que mais chama a atenção é a perda da popularidade de Lula, recuando
9%.
Já utilizando a pesquisa estimulada, Jair Bolsonaro atingiu
30%, os outros candidatos mantiveram, ou perderam participação desde a última
pesquisa. Em se mantendo essa trajetória, a chance de vitória desse candidato
cresceu, abrindo até a possibilidade de acontecer no primeiro turno. Um fator
adicional que conta a seu favor é o voto “vergonha”, como eu denomino, que são
os eleitores que tem vergonha de declarar seu apoio.
No post o-avanço-dos-robôs, fiz os seguintes
comentários sobre o dólar: ... teoricamente, o dólar deveria ter alcançado o nível de R$
4,25 para depois pode retroceder” ... ... “Para que haja alguma possibilidade
de queda, é necessário que o dólar recue para R$ 4,00, somente a partir daí
posso vislumbrar algum trade de venda, antes disso, a bola está com os
comprados em dólar” ...
Depois da reação do mercado na última quinta-feira, cujo
fechamento ficou próximo da cotação de R$ 4,05, gerou a dúvida de qual seria o
próximo movimento. Na figura a seguir, tracei os níveis onde se poderia ter
essa definição. Acima de R$ 4,22 é provável que, o dólar atingiria R$ 4,38, ou
mais acima à R$ 4,60. Por outro lado, uma queda abaixo de R$ 4,00, abre a
possibilidade de um recuo até R$ 3,80 ou R$ 3,70.
Na reunião da Rosenberg, imaginei alguns cenários que
comportariam esses prognósticos: No primeiro caso, uma vitória de Ciro Gomes
levaria o dólar aos patamares apontados na primeira hipótese, enquanto se o
vitorioso for Jair Bolsonaro, a segunda hipótese seria mais provável. Tudo
isso, se o Trump não atrapalhar, o que é muito difícil de acontecer.
O resultado de eleições ao redor do mundo tem se mostrado
razoavelmente diferente das pesquisas, aqui não deve ser diferente. Sendo
assim, essa indecisão deve perdurar até que se tenha certeza de quem será o
próximo presidente.
O SP500 fechou a 2,877, com alta de 0,20%; o USDBRL a R$
4,0927, com alta de 0,82%; o EURUSD a € 1,1594, com alta de 0,37%; e o ouro a
U$ 1.194, sem alteração.
Fique ligado!
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