Os "sem opção"

Tenho notado que parte do eleitorado estará numa situação difícil no 2º turno, levando-se em consideração as pesquisas recentes. Esse caso é mais latente para os brasileiros que não querem o PT de volta ao governo, mesmo que seja de direita ou de esquerda.

Hoje vou publicar algumas simulações usando como base a última pesquisa do banco BTG divulgada ontem. Esse modelo será atualizado resumidamente no Mosca, daqui em diante.

Inicialmente vou agrupar os votos que denominei de direita, contemplando os seguintes candidatos: Bolsonaro, Alkmin, Amoedo, Álvaro Dias, Meireles, cabo Daciolo. Os votos da esquerda, com os seguintes candidatos: Haddad, Ciro e Marina. Outro grupo importante são os que não escolheram ninguém ou não sabem, que denominei de indecisos.

Pela pesquisa do BTG, Bolsonaro está com 33% e Haddad com 16%. O remanescente de direita somaria 15% enquanto o de esquerda 19%. O que esse último pessoal vai fazer no segundo turno?

Noto que o pessoal de direita, que vai votar em seus candidatos no primeiro turno, tem um problema, pois acredito que, a grande maioria não quer ver o PT nem pintado. Então surge o dilema, votar no Bolsonaro ou anular o voto? A primeira reação é “não voto de jeito nenhum nesse homofóbico, extremista e etc” .... Entretanto, noto que uma parte, ao perceber que não tem opção, acaba por reconsiderar sua decisão.

Já o pessoal de esquerda tenho menos acesso, mas também acredito que uma parte não vota no PT de jeito nenhum.

Dado a polarização dessa eleição vou assumir que ninguém pula a cerca, ou seja, a direita vai de Bolsonaro ou nulo, e a esquerda de Haddad ou nulo. Criei 3 faixas de adesão para cada um dos grupos, 25%, 50% e 75%. Não acredito nem nos 100% nem 0%. A tabela a seguir, apresenta o resumo desse quadro. Caso a quantidade de indecisos se mantenha, o que significa que esses votos continuariam nessa categoria no 2º turno como brancos e nulos, se nota que Bolsonaro seria declarado Presidente.

Acabei indo um pouco mais além e analisando os votos dos indecisos. Se parcela optasse por Haddad, qual seriam os novos resultados. Notem que é uma premissa bastante conservadora, pois considero que esse grupo só opta por Haddad ou se mantem, não contabilizando nada para o Bolsonaro. Nas tabelas a seguir, fica claro que Haddad só teria chance de vitória caso 75% dos indecisos votassem nele.

Considerando essa situação e as premissas adotadas, a chance de Bolsonaro ser o próximo presidente é muito grande, pois somente em casos extremos, de não transferência de voto para a direita, aliado a uma transferência maciça para Haddad, esse último teria alguma chance.

As próximas pesquisas ainda estarão contaminadas pelos que não votam de jeito nenhum no Bolsonaro, por acreditar que um milagre colocaria Alkmin no 2º turno. A torcida é tão grande que aventam a hipótese de Bolsonaro X Alkmin, o que é impossível de acontecer.

Conforme a realidade se impõe, os eleitores “sem opção” terão o seguinte dilema: ou votar em Bolsonaro eliminando a possibilidade do PT retornar, ou votar em branco, o que significa dar seu voto ao mais votado.

O Mosca aconselha as seguintes considerações numa análise fria: Se você não quer mais o PT no governo - um retorno à situação anterior com Lula, José Dirceu e outros, preparando o caminho para o retorno da corrupção, junto com um modelo econômico que nos levara a uma Venezuela, não vai ter outra opção, terá que votar no Bolsonaro. Caso você não quer colocar sua digital nessa opção, como disse um amigo, vai deixar a sorte ao resultado da maioria. E se o PT ganhar, não pode se lamentar.

Ah, um detalhe, todo esse raciocínio vale se não houver roubo nas urnas, como aventou Bolsonaro nesta semana. Gostei da declaração do Tofoli hoje, dizendo que o voto eletrônico é superseguro. Agora fico mais desconfiado!

Dito isso, você já sabe para onde eu me encaminho. Quero ressaltar que não gosto de nenhum candidato, mais o PT não é uma opção para mim, esse eu sei que será um desastre para o Brasil.

Vejam como o mercado internacional está apostando contra o real. Na ilustração a seguir encontra-se a posição do mercado comprada em contratos de dólar (vendida em real). Está exagerado?

De uma maneira geral, o dólar é a bola da vez.

No post serviços-la-carte, fiz os seguintes comentários sobre o SP500: ...” O primeiro nível seria 3.250, uma alta de 13% dos níveis atuais, e caso seja ultrapassado, o próximo ponto seria 3.650, uma alta nada desprezível de 27%” ... ...” o mercado rompeu com um gap que é a diferença entre o fechamento de um dia e abertura do próximo. Mais frequente que não, o mercado tende a revisitar esse nível, antes de prosseguir a alta” ...

E a estatística não falhou, a bolsa acabou retrocedendo até 2.865, o que permitiu o Mosca aumentar a posição. A retaliação anunciada pelos EUA ontem, teve um efeito parcial de queda no SP500 de 0,50%, embora hoje, toda a queda foi recuperada. Apontei um nível no gráfico de 2.920, que se ultrapassado coloca o mercado livre para novas altas.

Tenho a impressão que por enquanto, anúncios de retaliações serão desconsiderados pelos investidores, que continuam com uma visão otimista para a economia americana. Como diz o ditado: Aguá de morro abaixo, fogo de morro acima, e mercado quando quer subir, ninguém segura!

Amanhã não haverá publicação do Mosca que volta regularmente na quinta-feira.

O SP500 fechou a 2.904, com alta de 0,54%; o USDBRL a R$ 4,1470, com alta de 0,37%; o EURUSD a € 1,1666, com queda de 0,12%; e o ouro a U$ 1.198, com queda de 0,19%.

Fique ligado!