É possível prognosticar uma recessão?
É conhecido dentro do mundo acadêmico que, praticamente
nenhum economista, conseguiu prever corretamente uma recessão. Isso não o
desmerece, mas seguramente indica a dificuldade de se fazer uma previsão sobre
esse estado da economia.
O que sim se sabe, é que economias evoluem em ciclos, e
estatisticamente, depois de um ciclo longo de expansão uma recessão se sucede.
Nesse ponto, o crescimento da economia americana é um dos mais longos da
história, razão pela qual, em algum momento deve acontecer sua desaceleração.
Por outro lado, nunca uma recuperação foi tão fraca quanto a
atual, depois da recessão de 2008, onde sistema financeiro estava por um fio.
Os bancos centrais ao redor do mundo, injetaram quantias incalculáveis de
liquidez a fim de evitar uma enorme deflação.
Porém, mais dia menos dia, em algum momento uma recessão
deve acontecer, e esses momentos implicam uma série de riscos, que depende da
sua profundidade.
Uma pesquisa feita pelo Wall Street Journal, com 60
economistas, prevê uma chance de em 2020, acontecer a recessão. Vejamos seus
argumentos.
A expansão econômica iniciada em meados de 2009 e já
classificada como a segunda mais longa da história americana provavelmente
terminará em 2020, à medida que o Federal Reserve aumente as taxas de juros
para acalmar uma economia superaquecida, segundo os economistas pesquisados
pelo The Wall Street Journal.
Cerca de 59% dos economistas do setor privado, entrevistados
nos últimos dias, disseram que a expansão provavelmente terminaria em 2020.
Outros 22% selecionaram 2021, e grupos menores previram que a próxima recessão
chegaria no próximo ano, em 2022 ou em alguma data futura não especificada.
Quanto à causa principal mais provável da próxima recessão,
62% selecionaram uma economia superaquecida que levou ao aperto do Fed. Outras
opções escolhidas por pelo menos 5% dos economistas pesquisados foram: uma
crise financeira; o estouro de uma bolha de ativos; uma crise fiscal; ou
interrupções no comércio internacional.
As recessões são notoriamente difíceis de prever e, por
vezes, são difíceis de reconhecer mesmo depois de começarem. A recessão que deu
início em dezembro de 2007 não foi oficialmente proclamada pelo comitê que
acompanha a economia, até que um ano se passou. Os economistas viram as chances
de uma recessão aumentar em 2011 e em 2016; ambos se revelaram alarmes falsos.
“As recessões ocorrem devido a choques imprevistos,
portanto, por definição, não há uma resposta significativa", disse o
economista Daniel Bachman, da Deloitte, que se recusou a estimar o momento ou a
causa da próxima recessão.
Ainda assim, as previsões da pesquisa do WSJ deste mês,
oferecem uma visão do consenso atual entre os profissionais: uma recessão não é
iminente, mas a expansão não durará para sempre - e a próxima queda pode chegar
ao final da campanha presidencial de 2020.
De fato, no curto prazo, os analistas acham que a economia
dos EUA está sólida.
Em média, os economistas previram que o produto interno
bruto irá expandir 2,9% no quarto trimestre de 2018 em comparação com o ano
anterior, acima dos 2,6% em 2017. A taxa de desemprego, que caiu para 3,9% em
abril, deve diminuir 3,7% até o final deste ano e 3,6% até meados de 2019. O
risco médio de uma recessão nos próximos 12 meses é de 15%.
Um ponto positivo: os economistas acreditam que o crescimento da produtividade norte-americana, que é muito lento, está prestes a crescer, pelo menos, modestamente nos próximos anos.
Os ganhos de produtividade do trabalho alcançaram uma média
de apenas 1,2% ao ano entre 2007 a 2017, uma tendência fraca, que ameaça conter
o ritmo do crescimento econômico. Depois de permanecer estável em 2016, a produtividade
da mão-de-obra não-comercial cresceu 1,3% em 2017.
Um ponto positivo: os economistas acreditam que o
crescimento da produtividade norte-americana, que é muito lento, está prestes a
crescer, pelo menos, modestamente nos próximos anos. 71% dos economistas
disseram que calculam um risco maior do crescimento da produtividade exceda as
previsões, em vez de decepcionar.
Talvez a melhor forma de encarar o risco de recessão seja
avaliar esses vários fatores, e considerar que conforme o tempo passa, o risco
aumenta. Mas também sou contra ficar parado, dentro do bunker, esperando
acontecer. O ideal é agir com cautela.
Esta semana, na quarta-feira, o FED se reúne para a decisão
dos juros. O mercado acredita 100% num aumento de 0,25%. Ao termino haverá a
secção de perguntas e respostas, além da publicação dos dots que nos dará pistas de como eles estão vislumbrando a política
monetária para o futuro.
Existem diversos fatores que fornecem indicações de
preocupação, e outros de animação. Como sempre friso, fique ligado!
No post PSDB-rebaixado-para-serie-b, fiz os seguintes comentários
sobre o dólar:
...” Acima de R$ 4,22 é provável que, o dólar atingiria R$ 4,38, ou mais acima
à R$ 4,60. Por outro lado, uma queda abaixo de R$ 4,00, abre a possibilidade de
um recuo até R$ 3,80 ou R$ 3,70” ...
Como marquei acima, enquanto alguma das linhas em vermelhas
não forem rompidas, não se pode dar nenhum veredito sobre o dólar. Na última
segunda-feira, ameaçou romper para cima, enquanto na sexta-feira, ameaçou
romper para baixo.
O dólar parece estar formando um triângulo, e nesses casos
existe 2/3 de chance de romper para cima e 1/3 para baixo. Façam suas apostas
porque eu não faço, vou aguardar algum rompimento para um dos lados.
O Jornal Valor publicou uma matéria sobre o hedge cambial.
Nessa matéria, busca enfatizar uma busca mais intensa de hedge por parte das
empresas. Ao me deparar com esse artigo, imaginei que encontraria valores na
magnitude de vários bilhões, mas qual não foi minha surpresa ao verificar quem
no mês mais intenso, adicionou-se U$ 5,6 bilhões, conforme se pode ver na
ilustração a seguir.
Só isso? Pelo tamanho de nossa economia achei muito pouco.
Isso pode ser visto sob duas óticas: ainda é muito baixo e vai crescer conforme
o câmbio se deprecie; ou, tem muita gente especulando contra o real.
Hoje foi publicado as contas externas brasileiras. Como de
costume dados ótimos, reservas intactas. Dois resultados chamaram minha
atenção: do lado positivo a entrada de U$ 10,6 bilhões de investimento direto,
e do lado negativo, saída de U$ 7,9 bilhões em investimentos em carteira.
Melhor assim, que ao contrário, o primeiro é dinheiro de longo prazo o segundo
mais especulativo.
O SP500 fechou a 2.919, com queda de 0,35%; o USDBRL a R$
4,0875, com alta de 0,90%; o EURUSD a € 1,1751, sem variação; e o ouro a U$
1.198, sem variação.
Amanhã não haverá a publicação do Mosca em razão de diversos compromissos, voltando normalmente na quarta-feira.
Fique ligado!
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