Cadê o Bicho Papão?
Antes de começar a operar as moedas do G10, minha
experiência no mercado cambial se resumia a cotação entre o dólar e a moeda
brasileira. Nos anos 80 e 90 não existia um câmbio livre pois as cotações eram
fixadas pelo governo. Como se estuda em economia, sendo a taxa “administrada”,
por default era a reserva em dólares que oscilava. Assim, se a cotação era
baixa, apareciam mais compradores.
Achei interessante a proposta de Mauro Benevides, economista
do Ciro Gomes, que planeja um comitê para fixar a taxa cambial. Realmente lhe
desejo boa sorte, pois a ideia é totalmente sem sentido, não entendo como esse
economista obteve seu diploma!
Ao me expor no mercado de moedas mundial percebi que, para
comprar uma moeda era necessário vender outra. Parece algo obvio, porém, quando
nos damos conta, parece muito arriscado. Por exemplo, atualmente o dólar está
se fortalecendo em relação a maioria das moedas. Em situações como esta, ao comprar
o dólar, se escolhe qual são as moedas a vender. Em outras situações, a aposta
é especifica, não geral, por exemplo, se existe expectativa de alta expressiva
do petróleo e não tanto nas outras commodities, um trade de compra do dólar
canadense (país produtor de petróleo) contra o dólar australiano (produtor de
commodities) pode ser uma boa ideia.
Queria comentar sobre as eleições que se avizinham. Meu
posicionamento em relação a escolha do candidato, se assemelha a situação do
dólar citada acima, só que na venda. Se o Haddad fosse o dólar quero estar
vendido! Naturalmente o ideal seria escolher uma moeda “boa”, com grande
potencial de valorização, mas se não existe essa hipótese, vai com a mais
fraquinha mesmo. Mas ficar comprado (a favor de Haddad), nunca! Capische?
A publicação do IPCA-15 do mês de setembro aponta uma
inflação de 0,09%, abaixo da expectativa do mercado em 0,18%. Na comparação em
12 meses, o índice recou de 4,3% para 4,28%.
Os preços monitorados variaram 0,26% na margem, reflexo da
queda dos combustíveis e da alta bem menor do item energia elétrica. O grupo
registrou desaceleração também na comparação em 12 meses, de 10,61% para 9,95%.
Os preços livres subiram 0,03% na margem, de deflação de
-0,09% na leitura anterior; o indicador segue subindo na comparação em 12
meses, passando de 2,23% para 2,40%. O grupo de alimentação no domicílio variou
-0,70%. A taxa de difusão diminuiu em
setembro, passando de 54,5% para 52,3%
O arrefecimento do efeito da paralisação de maio influenciou
o IPCA-15 de setembro, muito pela via de nova deflação nos alimentos. A
acomodação deste choque deve perder o ímpeto nas próximas leituras de inflação.
A Rosenberg resolveu traçar dois cenários em função do
resultado das eleições: 1) com a vitória de um candidato reformista e que
acalme os mercados logo após sua vitória em segundo turno – leia-se Bolsonaro,
com consequente arrefecimento da desvalorização cambial - neste, projeta IPCA
de 4,1% em 2018 (era 3,9%) e 4,1% em 2019; 2) a vitória de um candidato sob
suspeição acerca da agenda de reformas - leia-se Haddad, sem salvo conduto do
mercado e com manutenção do risco e consequente sustentação da desvalorização
cambial - neste, projeta IPCA de 4,2% em 2018 (era 3,9%) e 4,9% em 2019.
O mercado de juros já projetava alta da taxa SELIC em 2018,
acreditavam que independente de quem fosse eleito presidente, a forte desvalorização
cambial, repassada aos preços, faria o BACEN agir. Para o ano de 2019 ainda são
projetadas altas de aproximadamente 250 pontos básicos. Acontece que os
repasses aos preços não aconteceu de forma generalizada, afinal a economia está
apática na melhor das hipóteses.
Eu tenho serias dúvidas se o efeito na inflação é pior pelo
candidato market firendly ou pelo
monstro. A que se considerar que, caso esse último vença, vai vender o peixe
que, desta vez é diferente, e é possível uma trégua de 6 meses pelo menos. Já
no primeiro caso, tudo que está represado todos esses meses, começa a aliviar
no dia seguinte, nessa situação, poderá haver um reajuste de preços originado
pelo câmbio.
No post d+1, fiz os seguintes comentários sobre os
juros de 10 anos: ...” No gráfico acima anotei o intervalo onde as chances do início de nova
alta se elevam – 3,01% a 3,05%. Antes disso, o juro de 10 anos pode estar
completando uma onda B” ...
Esta semana, num único dia, o limite acima foi ultrapassado,
diminuindo muito as chances de ser uma onda B. Desta forma, estou colocando um
trade para aproveitar de uma eventual alta de juros aos níveis atuais de 3,07%,
com um stoploss a 2,97%. O primeiro objetivo seria a 3,23%
A área grifada em verde é o local onde poderia acontecer uma
reversão, entre 3,23% a 3,35%, caso os juros ultrapassem essa região o próximo
ponto seria a 3,5%.
Eu trabalho com uma reversão depois desses níveis serem
atingidos, onde por alguns meses os juros teriam que recuar bem. Mas caso,
continuem subindo terei que rever minhas hipóteses.
O SP500 fechou a 2.929, sem variação; o USDBRL a R$ 4,05,
com queda de 0,52%; o EURUSD a € 1,1749, com queda de 0,32%; e o ouro
a U$ 1.199, com queda de 0,44%.
Fique ligado!
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