D+1
Ser flexível e realista é uma virtude que pessoas que as tem,
tomam decisões melhores. Com o dólar batendo na casa dos R$ 4,20, o mercado
financeiro não poderia deixar seu recado mais claro, a chance de Bolsonaro ser
presidente é menor que a de Ciro ou Haddad. Não nos resta negar essa hipótese
mas procurar entender os impactos que esses cenários podem ter.
Já identifiquei qual é o candidato menos, menos, menos ruim.
Notem que, não é uma tarefa fácil, pois qualquer um dos dois significa ter que
engolir goela abaixo. Muito bem, nessa situação praticamente sem opção fico com
o Ciro. Sendo assim, teremos que pensar como seria o dia D+1 se Haddad vencer
as eleições, a pior das piores opções.
Talvez vislumbre que, durante 100 dias buscara algum
entendimento com o mercado e as empresas, afinal, existem bilhões de dólares
investidos por essas companhias aqui, e nenhum deles quer ter que explicar para
seus acionistas que suas aquisições viraram pó. Do lado do PT, também não
querem receber uma economia que já está na UTI, e basta um empurrãozinho para
levar ao sepulto.
Eu não me engano, tudo isso terá vida curta, pois a pressão
do partido será a de ganhar o status quo anterior, e para tanto, precisam de
recursos. Sendo assim, precisam acabar coma lava jato, usando seus grandes
aliados no STF. Não sei como o restante da sociedade irá reagir, seria razoável
imaginar muitas manifestações e quebra, quebra.
Agora, neste momento, existe um grupo que estava quieto
durante muitos anos e recentemente tem se pronunciado com mais frequência, os
militares. Esse pode ser o Coringa que mude a intenção do PT. Essa é uma grande
diferença em relação a Venezuela onde o exército está do lado de seu Presidente
“Podre” – melhor nomenclatura para esse indivíduo. Sua credibilidade é tão
baixa que a nova moeda, que estreou faz três semanas, já acumula uma inflação
de 100%.
Mas nem tudo está perdido, o raciocino acima é uma tentativa
de analisar um plano B. Tenho que reconhecer que esse assunto me deixa bastante
irritado, e esse sentimento surge quando não temos mais esperança de mudança.
Melhor meditar, novo investimento do Mosca.
O calendário hoje está bastante fraco, sendo assim vou
publicar algumas informações que considero importantes. A venda no varejo em
agosto dos EUA foi publicada hoje. O consumidor norte-americano reduziu os
gastos, passando de 0,7% para apenas 0,1%, bem abaixo dos 0,5% esperados,
impulsionado por um declínio nas vendas de automóveis.
Enquanto os cortes de impostos e um forte mercado de
trabalho colocaram mais dinheiro no bolso dos americanos este ano, e o
sentimento do consumidor permaneceu elevado, parece que o incentivo da redução
de imposto agora acabou. Embora os gastos das famílias, a maior parte da
economia, continuem a impulsionar o crescimento econômico neste trimestre,
ganhos de salários ainda mornos e custos de empréstimos mais altos estão entre
os motivos pelos quais a expectativa é de arrefecimento do ritmo do segundo
trimestre.
O relatório de Michigan que mede a expectativa futura
comparada a atual aponta para uma diferença importante entre ambas. O gráfico a
seguir mede essa diferença, que pode explicar parcialmente o comportamento das
vendas no varejo ilustrada acima.
Voltando ao assunto dos emergentes, o gráfico a seguir busca
medir a “qualidade” dos recursos que entraram nos países, separando em recursos
voláteis (hot Money) com os investimentos diretos. Os primeiros são mais
suscetíveis a saídas pontuais, enquanto o segundo tem um caráter de longo
prazo. Estamos ótimos nesta métrica.
Agora vejam o que aconteceu com as bolsas de valores quando
comparado o índice SP500 em relação ao dos mercados emergentes. Se parece
separação litigiosa, a partir do 2º trimestre cada uma foi para um lado.
No post o-pesadelo-que-virou-realidade, fiz os seguintes
comentários sobre os juros de 10 anos: ...” O primeiro intervalo é entre 2,70% e 2,75%, e aceito no
máximo até 2,65%. Abaixo desse último nível, azeda bastante esse cenário” ...
...” ombro, cabeça, ombro, pode estar se formando aqui também. Esta é a razão
que frisei acima que, abaixo de 2,65% o cenário de alta ficaria bem
comprometido” ...
Antes de comentar, gostaria que tivessem uma dimensão da
queda de volatilidade desse ativo. Hoje em dia, uma oscilação de 0,10% num
único dia é considerada elevada. No passado, aconteciam com boa frequência
variações dessa magnitude.
Desde a última publicação os juros subiram bem, para os
padrões de hoje, e agora estão beirando os 3% a.a. Os leitores sabem que
trabalho com um cenário de alta de juros, e estamos aguardando o término da
correção em curso.
No gráfico acima anotei o intervalo onde as chances do
início de nova alta se elevam – 3,01% a 3,05%. Antes disso, o juro de 10 anos
pode estar completando uma onda B. Para rememorar, essa onda, segundo Elliot
Waves, é uma destruidora de lucros, pois aponta para a direção de longo prazo.
Mas traiçoeiramente, um movimento inverso se sucede dando origem a onda C.
Com tudo isso em mente, vamos aguardar, pois desde maio
estamos sem posição, o que se mostrou uma atitude correta até agora, pois pouco
sucesso teríamos nos trades, qualquer que fosse a direção.
O SP500 fechou a 2.904, sem variação; o USDBRL a R$ 4,1642,
com queda de 1,01%; o EURUSD a € 1,1626, com queda de 0,54%; e o ouro
a U$ 1.193, com queda de 0,57%.
Fique ligado!
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