Desanimo



Eu nunca passei por um período eleitoral tão incerto. Embora as pesquisas apontem Jair Bolsonaro como favorito no primeiro turno, suas chances parecem menores quando colocado vis a vis a outro candidato no segundo turno. Para complicar mais o quadro, ontem a publicação da pesquisa do Data Folha, aponta quatro candidatos praticamente empatados em segundo lugar: Ciro, Marina, Alkmin e Haddad, todos ao redor de 10%.

Dos candidatos de esquerda, a má notícia foi a queda da Marina Silva, não que eu acredite que ela poderia fazer um bom governo, mas porque os outros dois são muito mais nocivos. Já a candidatura de Geraldo Alkmin está mostrando que não fará cocegas.

Os eleitores de centro terão que tomar uma decisão muito difícil no segundo turno, pois o mais provável é ter Bolsonaro X Ciro (ou Haddad). Se optarem por anular seu voto, estariam contribuindo para a vitória da esquerda. Essa não é uma decisão sabia, por mais que eu entenda sua aversão ao candidato de direita; ou fecharem os olhos e aderirem ao Bolsonaro, cujo Ministro das Finanças, Paulo Guedes, é mais bem preparado, mesmo sendo “meio louco”.

Não adianta ficar irritado ou inconformado, e como dizia Charles De Gaulle, o difícil e tomar uma decisão sobre duas opções ruins. Se ele fosse vivo, gostaria de perguntar se a sua frase vale também para duas opções péssimas!

Mas não bastasse as dúvidas internas, os mercados internacionais também se encontram repleto de dúvidas. Parte dessas indecisões são oriundas de fatores exógenos, principalmente provocadas pelo Presidente Trump, outras por fatores endógenos em relação a saúde das economias. Sobre o primeiro não se tem muito o que fazer, só torcer para que não tome alguma medida irreversível. Quanto ao segundo, não passa nenhum dia sem que algum analista projete um cenário preocupante.

Tenho buscado postar essas várias ideias no decorrer do tempo, mas poderia fazer um resumo:

1.       O FED com sua política de elevar os juros irá ocasionar uma recessão.


2.       Outros contrariamente, acreditam que os juros estão muito baixos e corre o risco de um superaquecimento.


3.     A retirada de liquidez por parte do FED, está criando problemas para os países emergentes, que poderá mais à frente gerar uma crise global.


4.       O elevado endividamento do governo e das empresas.


Cada um desses argumentos tem o seu racional, e com as bolsas nas máximas históricas, dão margens a receios. Como elevação de juros não combina com alta da bolsa (nem sempre!), um estudo elaborado com dados históricos procurou identificar até qual nível o mercado acionário suportaria. Notem que, segundo essa análise, ao invés de 5% a.a., agora esse nível estaria em 3,5% a.a., para os juros de 10 anos.


Como anda o bitcoin? Não muito bem. Em agosto buscou uma recuperação, onde se imaginou que as quedas haviam terminado. Alguns analistas apontaram como sendo uma oportunidade de compra. Mas esse não foi o caso do Mosca, que mantem a mesma previsão de queda para o nível de U$ 4 mil ou U$ 2 mil.


Mas essa queda não aconteceu somente com a Bitcoin, praticamente todas as crypto moedas tiveram quedas expressivas esse ano. Saíram da moda!


Pelas informações publicadas, alguns investidores detém uma parcela significativa dessas moedas, e enquanto eles não se desfizerem, o valor poderá mofar em algum nível diferente de zero. Isso poderá perdurar por muito tempo, caso uma boa parcela permaneça estática. O problema é que arriscam ficar sozinhos, sem nenhuma liquidez.

Não saberia dizer qual será o futuro das crypto moedas, se terão alguma utilidade prática, ou apenas uma onda que aconteceu e terminou. Certamente a chance maior de sobrevivência aconteceria, caso alguma moeda passasse por um problema de credibilidade como reserva de valor. Aqui não estou falando de uma moeda como o bolívar venezuelano, algo mais universal.


No post em-má-companhia, fiz os seguintes comentários sobre o ouro: ...” O trade sugerido foi executado nessa semana a U$ 1.215” ... ...” para a queda, níveis abaixo de U$ 1.180 são encorajadores à nossa posição, embora o rompimento de U$ 1.160 é necessário” ...


Como comentei acima, somente abaixo de U$ 1.160, o movimento de queda ganha tração. O que se pode nota nos últimos dias é uma diminuição da volatilidade do ouro, o que implica como contrapartida, qualquer possibilidade no curto prazo, alta ou baixa.


Sobre a volatilidade, eu estava pensando hoje durante meu banho, o que significa um mundo com oscilações tão pequenas, uma situação a se acostumar ou uma anomalia especifica dos tempos de hoje? Lógico que em apenas poucos minutos, eu não poderia chegar a uma conclusão tão difícil. Já li inúmeros artigos sobre esse assunto, alguns no sentido do primeiro pensamento outros no segundo. Não sei responder.

O que posso dizer são sobre suas consequências, volatilidade baixa é sinônimo de risco. Para que o leitor possa entender o motivo, imagine que um fundo deseja efetivar uma operação num ativo. Para dimensionar o tamanho da mesma, vai levar em consideração seu potencial de ganho e risco. Por exemplo, se o potencial de ganho é de 10% e o risco equivalente, uma operação equivalente a 20% do patrimônio, o risco é ganhar 2% ou perder 2% do fundo. Caso os ganhos fossem de 5% e o risco equivalente, para ganhar os mesmos 2% precisaria dobrar a posição (40% do patrimônio).

Como ninguém pode dar uma resposta firme sobre esse assunto, e por outro lado, não podemos ficar imobilizados, sugiro posições com boa liquidez, para mudar de direção, caso seja necessário.

O SP500 fechou a 2887, com alta de 0,37%; o USDBRL a R$ 4,1527, com alta de 1,65%; o EURUSD a 1,1601, sem variação; e o ouro a U$ 1.198, com alta de 0,29%.

Fique ligado!

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