O voto inútil



Hoje participei de evento realizado no Banco BTG, com o cientista político, Murillo de Aragão. Antes de entrar nas razões que fui levado a mudar meu voto, vale alguns comentários da última pesquisa semanal realizada por esse banco, antes do 1º turno.

O Candidato Bolsonaro, teve uma queda marginal em sua intenção de voto, passando agora para 31% enquanto Haddad subiu marginalmente para 24%. Nesta semana houve o que eu chamo de voto inútil, pois ao invés dos candidatos de direta, que não se encontram no primeiro pelotão, perderem votos, ganharam. Esse movimento permite afirmar com uma certa confiança que haverá segundo turno.

Já para o segundo turno Murillo resumiu suas ideias em duas principais: O vencedor é totalmente imprevisível; o PT tem um fardo muito pesado para aguentar, onde terá que se defender de muitos problemas do PT: Lava jato, prisão do Lula, Dilma, e etc ...

Como o primeiro turno deve ser uma ponte para o segundo, mudei meu voto para o Amoedo. A razão principal, é que se ele tiver de 5% a 6% de intenções de voto, seu peso no futuro governo será diferente caso tivesse somente 1%. Notem que, nesta semana ele já está acima da Marina.

Agindo dessa forma, não corro o risco de dar meu voto ao PT, e ainda pontuar num candidato que acredito mais. O que se diz no jargão de mercado, uma opção de “custo” zero.

Agora, interessante, foi a conversa de bastidores. Um dos participantes desenvolveu uma teoria que no longo prazo era positiva, caso o PT se saia vencedor. Seu raciocínio foi o seguinte, não esperar nada nos próximos 4 anos, pois tanto faz se Bolsonaro ou Haddad assumir, será muito ruim. Desta forma, caso o PT assuma, estará completamente desgastado em 2022, abrindo a possibilidade de um candidato como o Amoedo se tornar presidente. Entendo a ideia, mas é mais seguro combinar com os Russos!

Em relação ao debate de ontem à noite, achei Ciro Gomes o melhor de todos, enquanto Haddad parecia defender ideias e coisas que não acredita, pouco convincente. Fora o Cabo Daciolo, uma figura a parte, os outros foram neutros, inexpressivos.

Na china, o efeito da guerra comercial entre esse país e os EUA já pode ser sentida nos indicadores econômicos da China.

Duas semanas depois que a China apresentou uma desaceleração contínua na economia local, os últimos levantamentos do PMI confirmaram que a fraqueza do setor manufatureiro estava se acelerando.

De acordo com o PMI oficial, divulgado no domingo, o sentimento caiu ainda mais em setembro, apesar do que tem sido um leve viés sazonal nos últimos anos. Todos os sub-índices mostraram um momento de crescimento mais fraco. O PMI industrial elaborado pelo Caixin também declinou em setembro, refletindo a desaceleração econômica do país e as consequências da guerra comercial com os EUA.

O PMI de manufatura da NBS da China caiu para 50,8 em setembro, de 51,3 em agosto e abaixo do consenso da Bloomberg de 51,2. Embora essa tenha sido a primeira queda de setembro desde que a série PMI de fabricação do NBS foi lançada, foi também o 26º mês consecutivo de impressões acima da marca de 50 pontos que separa o crescimento da contração.


"A desaceleração adicional no PMI de manufatura oficial em setembro reflete o crescente impacto da guerra comercial EUA-China no setor de exportação de manufaturados da China", disse o economista-chefe da IHS Markit, Rajiv Biswas. "As perspectivas de curto prazo para o setor de exportação manufatureiro chinês continuam fracas, embora o governo chinês possa aplicar mais algumas medidas de estímulo para apoiar o crescimento".

No entanto, nem tudo foi melancólico: o PMI não-industrial oficial subiu para 54,9, sinalizando que a demanda doméstica por serviços e construção continua forte o suficiente para mitigar alguns dos ventos contrários que a economia enfrenta, em grande parte como resultado da bolha imobiliária

As autoridades prometeram estímulo fiscal na forma de cortes de impostos e gastos com infraestrutura para amortecer a economia doméstica, um pouco dos efeitos da disputa comercial. Os analistas também esperam que o banco central da China continue a aumentar a liquidez do sistema financeiro para apoiar o crescimento econômico.

Mais ameaçadoramente, o relatório oficial do PMI também indica o aumento do desemprego no setor manufatureiro. Por enquanto, no entanto, a atenção do setor manufatureiro da China continua centrada no crescente perigo de uma guerra comercial crescente com os EUA, e enquanto houver poucas esperanças de solução, o sentimento continuará a se deteriorar.

No post é-possível-prognosticar-uma-recessão, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Acima de R$ 4,22 é provável que, o dólar atingiria R$ 4,38, ou mais acima à R$ 4,60. Por outro lado, uma queda abaixo de R$ 4,00, abre a possibilidade de um recuo até R$ 3,80 ou R$ 3,70” ...


Com o convencimento do mercado que Haddad não será tão ruim no curto prazo, o dólar chegou a recuar até R$ 3,96 na semana passada, sem contundo romper a barreira dos R$ 4,00 de forma mais definitiva. No gráfico a seguir, aponto duas áreas aonde poderia acontecer a reversão dessa pequena queda.


No primeiro intervalo traçado em marrom, a mínima de R$ 3,96 conteria toda a pressão de venda. Dentro em breve, o dólar voltaria a subir para buscar novas máximas de acordo com os níveis colocados acima. Poderíamos chamar esse cenário de Haddad Presidente?

Se em contrapartida, o dólar rompesse a barreira de R$ 3,96 é possível vislumbrar uma queda até R$ 3,80, e quem sabe, R$ 3,70. Nessa situação, isso decorreria num intervalo tempo mais extenso. Poderíamos chamar esse cenário de Bolsonaro?

No momento atual, do ponto de vista técnico, não existe segurança qual das duas hipóteses se pode esperar. Isso não está de acordo com a visão dos especialistas, como Murillo de Aragão?

Tudo parece muita coincidência, mas não é. O preço dos ativos é um espelho do que os investidores esperam, e no momento atual, a situação é muito indefinida, como notado no início desse post.

O SP500 fechou a 2.924, com alta de 0,36%; o9 USDBRL a R$ 4,0329, com queda de 0,37%; o EURUSD a 1,1577, com queda de 0,28%; e o ouro a U$ 1.188, com queda de 0,31%.

Fique ligado!

Comentários

  1. Bom dia
    O PT foi fritado por si próprio (e muito, haja incompetência) e pelo "sistema" também; este achando que emplacaria PMDB ou PSDB, e agora está aí o Capitão.
    Dizer que o PT governar agora para se queimar durante 4 anos, abrindo espaço para um Amoedo é mais um desejo pessoal do que uma projeção com fundamento para o futuro.
    Saudações

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  2. Rômulo concordo com suas observações.Muito maquiavélica essa idéia com baixa chance de sucesso além de elevado risco.
    Ideias de Trump! Hahaha...

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