Crescendo pela barriga
Com a economia dos EUA crescendo a todo vapor, em grande
parte graças aos efeitos latentes do estímulo fiscal de Trump, o BEA relatou
que em sua primeira estimativa do PIB do terceiro trimestre, a economia
americana continuava a surpreender, crescendo a uma taxa anualizada de 3,5%,
modestamente abaixo do 4,2% do segundo trimestre, mas acima dos 3,3% esperados.
No entanto, um rápido olhar para os números revela alguns
detalhes desagradáveis. Enquanto o consumo pessoal foi realmente forte, subindo
4,0% no terceiro trimestre, após 3,8% no segundo trimestre, contribuindo com
2,7% do resultado final, a principal razão pela qual a economia dos EUA teve um
crescimento tão expressivo, foi um aumento nos estoques, que contribuíram com
2,1%.
Todos os outros componentes do PIB não foram tão brilhantes,
com investimentos fixos não residenciais, ou gastos em equipamentos, estruturas
e propriedades intelectuais desaceleraram para apenas 0,8% no terceiro
trimestre, depois de um aumento de 8,7% no trimestre anterior. O economista
Royce Mendes, do CIBC, afirma que "os investimentos fixos das empresas se
mostraram estáveis no trimestre, possivelmente um sinal de que os efeitos mais
potentes dos cortes de impostos estão agora no espelho retrovisor".
Aqui está um detalhamento dos componentes menos
espetaculares: Investimento fixo -0,04%, Exportações -0,45%, e Importações -1,34%.
Em outras palavras, entre o investimento fixo e o saldo
comercial, a economia dos EUA na verdade contraiu mais de 1,8%.
Outros detalhes do relatório do PIB de hoje mostraram que a
economia pode ter realmente atingido o pico, com o núcleo do PCE subindo apenas
1,6% no 3T, depois de subir 2,1% no trimestre anterior, abaixo das expectativas
de 1,8%.
Embora o PIB de hoje tenha seus lados bons e ruins, um
aspecto do relatório do PIB de hoje é especialmente notável: gastos em
alimentação fora (isto é, cadeias de serviços alimentares) continuou a crescer.
Como mostra o gráfico abaixo, no terceiro trimestre, a alta
do PIB nesse item foi de 0,3%, um pouco abaixo do segundo trimestre.
De fato, se combinarmos os dados dos dois trimestres mais
recentes, a contribuição de comer em restaurantes é a mais alta desde 1992.
E, embora recentes furacões possam ter fornecido um modesto
impulso a esse número, uma possível explicação para o recente salto é que os
americanos estão gastando seu dinheiro extra com cortes de impostos nas
refeições fora de casa. Além disso, as principais empresas de restaurantes
aumentaram recentemente os preços dos cardápios para acompanhar os salários
mínimos e os custos de aluguel.
Qualquer que seja a razão para o aumento recente, está claro
que qualquer dinheiro que os americanos tenham sobrado dos cortes de impostos
de Trump, em vez de poupá-los, eles estão prontamente gastando em sua comida
favorita fora de casa.
Essa é uma tendência que se acentua no público mais jovem
que prefere usar seus rendimentos com gastos em restaurantes e viagens, ao
invés de comprar bens imóveis, carros ou mesmo poupar.
A magnitude é relevante nos EUA, pois esses gastos
representam 10% de todo o PIB. Mas fazer o que, senão aceitar como a nova
realidade. O que se pode antever é que isso terá impacto no futuro dessa
geração.
No post o-var-eleitoral, fiz os seguintes comentários
sobre os juros de 10 anos: ...” O Cenário traçado em verde” ... ...” Uma hipótese de
formação em triangulo é possível” ... ...” Já o cenário traçado em vermelho, os
juros poderiam se aproximar de nosso stoploss a 3,08%” ...” Para dizer a
verdade, prefiro o cenário verde. Não que eu seja palmeirense, mas garante
melhor nossos resultados e elimina outras hipóteses de queda mais extensas,
da qual não comentei” ...
No post o-ante-mangement, resolvi liquidar o remanescente
de nossa posição: ...” Estou aproveitando para liquidar a posição de juros de 10 anos a
3,13%, fiquei desconfiado que talvez um topo tenha ocorrido. Sendo assim,
prefiro ficar sem posição” ...
Mas o que aconteceu para uma mudança tão repentina, se nem
os stoploss tinham sido acionados? Não existiu um motivo único, mas alguns
movimentos que me colocaram em dúvida. Primeiro, e mais importante, é que eu
vinha enfatizando que estaríamos perto do final de um movimento de alta que
deveria acontecer entre a 3, 23% a 3,32%. No gráfico a seguir se pode ter a
noção desses limites.
Segundo, no próximo gráfico com uma visão de mais curto
prazo, se pode notar um movimento nítido em 5 ondas, que sustentaria as
conclusões colocadas acima, na teoria de Elliot Wave. E por último, se não tivéssemos feito nada,
teríamos sido stopados hoje. Desta forma, mesmo que ainda existisse uma chance
de os juros subirem – e ainda existem, não nos aproveitaríamos dessa alta.
Anotei no gráfico acima, com uma linha vermelha, o nível
aonde um mínimo teria que ser contido. Caso contrário, estaríamos entrando numa
correção mais longa. Esse nível é de aproximadamente 3% a.a., um número
fatídico.
Quem está contradizendo todas as evidencias extremas nesses
últimos dias, são os ativos brasileiros. Hoje a bolsa brasileira subiu 1,95%
quando a americana está em queda de 1,7%, e o real beirando R$ 3,65. Com a
vitória do Bolsonaro quase que certa, uma onda de otimismo assolou nossos
ativos. Será que é para isso tudo? Certamente o comentário da próxima
segunda-feira será sobre o resultado das eleições. Let’s see ai também! Hahahaha ...
Chart
O SP500 fechou a 2.658, com queda de 1,73%; o USDBRL a R$
3,6489, com queda de 1,51%; o EURUSD a € 1,1400, com alta de 0,22%; e o ouro a
U$ 1.233, com alta de 0,18%.
Fique ligado!
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