A Evergrande virou Everpequena #usdbrl
As
ações de empresas imobiliárias na China vêm sofrendo nos últimos meses, em especial a
Evergrande, segunda maior construtora da China, que emprega 3,8 milhões de
pessoas e tem esta semana pagamentos de bonds que, especula-se, não irá honrar.
Como essa semana existem alguns feriados na China, essa dúvida afetaram as
bolsas ao redor do mundo.
Um
artigo de Johna Authers na Bloomberg relata a situação dessa enorme companhia.
Claramente,
este é um momento potencialmente enorme. Compreensivelmente, a Evergrande quase
jogou para escanteio o burburinho da especulação sobre as dezenas de reuniões
do Banco Central que virão esta semana, lideradas pelo Federal Reserve.
Então,
aqui está a pergunta chave: que tipo de momento será
o Momento Evergrande? Será um Momento Minsky, semelhante ao colapso do Lehman?
Ou será mais parecido com o Momento LTCM? Ou poderia ser no final das contas
menos importante? Para medir isso, precisamos ressuscitar outro conceito que
muitos de nós pensávamos ter superado há mais de duas décadas: o contágio
asiático. Quanto efeito os problemas do Evergrande terão sobre o resto de nós?
Para
definir os termos: um Momento Minsky, em homenagem ao
economista Hyman Minsky, acontece quando a confiança acaba após um período
prolongado de especulação. O exemplo mais famoso é o Momento Lehman, que veio
em 2008, quando o Lehman Brothers faliu como resultado de excessivos empréstimos
de alto risco, e os efeitos do impacto levaram o sistema financeiro global à
imobilidade. Um Momento LTCM relembra a implosão do fundo de hedge Long Term
Capital Management em 1998, que também se seguiu a uma súbita perda de
confiança após um período de especulação excessiva. A diferença entre o LTCM e
o Lehman foi o que as autoridades fizeram sobre isso. Depois do LTCM, o Federal
Reserve forçou os credores a socorrê-lo e, em seguida, cortou as taxas de
juros. Isso provocou a louca alta do mercado nos últimos 18 meses dos anos 90.
O Momento Lehman aconteceu quando o governo decidiu não repetir a experiência
do LTCM, por ter criado um grande perigo moral— o comportamento irresponsável
que vem quando as pessoas têm certeza de que serão resgatadas. O resultado foi
a pior crise de mercado dos EUA em oito décadas, e, sem dúvida, a maior crise
financeira global de todos os tempos.
Seja
qual for, o momento chegou. Os grandes bancos já foram informados pelas autoridades
chinesas de que não receberão pagamentos de juros
devidos em empréstimos da Evergrande na segunda-feira. A Bloomberg também
relata que não
está claro se a Evergrande pagará cerca de US$
84 milhões em juros de títulos em dólar com vencimento na quinta-feira.
O
grosso da pesquisa sobre a Evergrande nas últimas semanas chega a um claro
consenso. Sim, a Evergrande é grande o suficiente para criar um Momento Minsky
dentro do mercado chinês. Mas a previsão é que a resposta seja muito mais LTCM
do que Lehman. Para o curto prazo, portanto, isso implica um mercado
desagradável e confuso, mas não uma implosão total. Também implica um risco
distinto de que as autoridades chinesas cometam o mesmo erro que o Fed sob Alan
Greenspan há 23 anos, e, involuntariamente, criem as condições para um último acesso
desastroso de especulação, apesar de terem precipitado a pressão sobre a
Evergrande.
Assim como o Lehman e o LTCM, esse problema teve a presença anunciada. É assim que o rendimento da dívida da Evergrande a vencer em quatro anos se moveu desde que foi emitida:
Com o rendimento acima de 60%, o mercado pressupõe que nem todo o cupom será pago. Enquanto isso, se olharmos para o desempenho da dívida imobiliária chinesa de alto rendimento (medida pelo índice de dívida asiática FTSE ABBI), e compararmos com o retorno total do S&P 500 desde a mínima durante a crise financeira global em março de 2009, descobrimos que até as últimas semanas, empréstimos a desenvolvedores de imóveis chineses de baixa qualidade tinham ganho mais dinheiro do que investir em um mercado de ações povoado com todos os monstros monopolistas que estavam lucrando ativamente com o resto do mundo. Isso é loucura clara. Tem havido preocupações sobre um potencial momento Minsky no mercado imobiliário chinês durante a maior parte da última década. Este gráfico justifica amplamente essas preocupações:
As histórias contadas sobre a Evergrande são alarmantes, e lembram dolorosamente a crise do subprime dos EUA. Estão oferecendo a credores imóveis não vendidos em vez de pagamento, por exemplo; não é exatamente um motivo para se sentir mais tranquilo. As notícias do mercado imobiliário mais amplo são assustadoras. A China está repleta de propriedades especulativas e não está claro que haverá um dia compradores para elas. São péssimas garantias para os empréstimos.
É
claro que um resultado LTCM não é grande coisa. Deixa o risco de mais perigo moral.
E embora o PBOC possa provavelmente evitar uma crise de crédito em larga escala,
não pode impedir que a fraqueza do setor imobiliário cause um crescimento
econômico decepcionante para a China. Muitos pequenos poupadores e compradores
potenciais de imóveis serão inevitavelmente prejudicados por qualquer acordo
criado às pressas — e a forma precisa desse acordo tem muita importância. Mas,
no momento, os mercados mundiais estão nervosos, achando que este poderia ser
outro LTCM, embora confiem que não será um Lehman. No frigir dos ovos, ambos os
pontos parecem razoáveis. Agora vamos ver o que acontece.
Que
a Evergrande virou a Everpequena, não há dúvida; agora quem vai pagar a conta é
que não se sabe — se o governo vai jogar a batata quente na mão dos credores, o
que o artigo denomina de momento LTCM, ou se vai assumir as perdas, como no
caso Lehman Brothers. No primeiro caso, muita volatilidade será vivida, pois
não se sabe a extensão das perdas e um possível efeito cascata, enquanto no
segundo só perde quem investiu em ações e não quem comprou os bonds.
No post era-peixe-grande, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ...” Sendo assim, continuamos com a visão de alta com objetivo de R$ 6,18, desde que, o dólar não caia abaixo do intervalo destacado no gráfico entre R$ 5,03/R$ 4,88” ...
Embora o efeito Evergrande tenha afetado mais as bolsas, nas moedas de maneira geral por enquanto ainda é bem limitado, com pequena influência nos níveis. Em relação ao real não é muito diferente, as cotações permanecem contidas no curto prazo entre R$ 5,10/R$ 5,35. Ficam mantidas as observações postadas acima.
A inflação no Brasil está mais generalizada que no passado. O Gráfico a seguir aberto em alguns componentes era concentrada nos item Outros que engloba os preços administrados. Neste ano todos os fatores contribuíram ficando mais difícil de dizer que é temporário. O BC vai ter trabalho para fazer a inflação cair.
O SP500 fechou a 4.357, com queda de 1,70%; o USDBRL a R$ 5,3248, com alta de 0,69%; o EURUSD a € 1,1726, sem variação; e o ouro a U$ 1.763, com alta de 0,55%.
Fique ligado!
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