Sem noção do risco #nasdaq100

 


Quando somos jovens, assumimos riscos que não sabemos estar correndo. Essa atitude se deve ao imediatismo da idade e à falta de experiência. Com o passar do tempo, pela idade e vivência, recordamos esses momentos com um certo temor e até agradecendo não terem sido catastróficos — afinal, não é tudo na porra louquice.

Mas um artigo publicado por Rachel Louise Ensign no Wall Street Journal me deixou perplexo. Ela conta a história de um entusiasta de criptomoedas com idade de 45 anos — não tão jovem assim — que se meteu em operações de alto risco, como comento no final.

Michael Anderson minerava bitcoin em seu dormitório e deixou um emprego corporativo para investir em projetos de criptomoedas. Quando comprou sua primeira casa em São Francisco este ano, ele não recorreu a um banco. Em vez disso, pegou emprestado contra sua criptomoeda.‎

‎Entusiastas de criptomoedas como o Sr. Anderson estão usando suas participações para comprar casas, carros e, muitas vezes, mais criptomoedas. Eles estão recebendo esses empréstimos de credores não-bancários iniciantes e plataformas automatizadas baseadas em blockchain.‎

‎Como os bancos, esses credores ‎‎normalmente aceitam depósitos.‎‎ Ao contrário dos bancos, seus depósitos assumem a forma de criptomoeda. Os depósitos em criptomoeda — que recebem taxas de juros acima da média — são usados para financiar empréstimos a mutuários que deixam criptomoeda como garantia. Esses empréstimos tomam muitas formas. Os mutuários podem obter dólares ou outras moedas tradicionais, ou stablecoins atreladas a eles, dependendo do credor com o que estão trabalhando.‎

‎O negócio está crescendo rapidamente. Um grupo de credores cripto tem US$ 25 bilhões em empréstimos abertos para clientes individuais e institucionais, acima de US$ 1,4 bilhão há um ano, de acordo com a empresa de pesquisa cripto Messari.‎

‎As pessoas usam empréstimos garantidos por criptomoedas pela mesma razão que ‎‎tomam empréstimos contra suas carteiras‎‎de ações : para colher os benefícios do aumento dos preços sem diminuir o tamanho de suas apostas. O Ether, por exemplo, subiu quase 10 vezes no último ano, eclipsando os juros do empréstimo médio garantido por Ether. Os mutuários também podem usar essa estratégia para evitar impostos sobre ganhos de capital.‎

‎Os depositantes da Celsius Network ganham uma taxa de juros de 6,2% a.a. por até um bitcoin, equivalente a aproximadamente US$ 46.000. Os mutuários pagam entre 0% e 8,95% por empréstimos em bitcoin, dependendo da relação empréstimo-valor. Parte do dinheiro que a empresa usa para financiar os empréstimos vem de fundos de hedge famintos por rendimento em um mundo de taxas baixas, disse o presidente-executivo da Celsius, Alex Mashinsky. Ele recomenda que os clientes peguem emprestado para pagar seus empréstimos estudantis, cartões de crédito e para financiar seus casamentos.‎

‎A estratégia, por sua vez, vem com riscos reais. Como os empréstimos tradicionais baseados em títulos, os empréstimos cripto são tipicamente por uma porcentagem dos ativos em garantia. Se o valor da garantia cair — como muitas vezes acontece no volátil mercado cripto — o credor pode emitir uma chamada de margem e se apoderar de tudo. Se um credor quebrar ou for vítima de ‎‎um roubo digital,‎‎não há ‎‎seguro federal‎‎ para compensar os depositantes.‎

‎O empréstimo cripto chamou ‎‎a atenção dos reguladores.‎‎ A SEC, equivalente a Comissão de Valores Mobiliários está investigando ‎o Coin 0,05%, plano de empréstimos cripto‎‎ d‎‎a Coinbase Global‎‎ ‎‎ Inc.,‎ e indicou que processaria a empresa se avançasse com o programa. O regulador de valores mobiliários de Nova Jersey acusou em julho a financeira cripto BlockFi de vender um valor mobiliário não registrado, uma disputa que poderia impedir a empresa de abrir novas "contas com juros". A BlockFi disse que está em discussões com os reguladores e acredita que as contas são legais. ‎

‎Henderson Le recorreu ao BlockFi quando quis tomar emprestado 50% do valor de sua carteira de criptomoedas.‎

‎A taxa do empréstimo é de cerca de 10%. Le mantém grande parte de seus rendimentos de empréstimo em uma conta de juros BlockFi que paga até 8% sobre depósitos, efetivamente reduzindo a taxa de juros que ele paga.‎

‎Ele sacou do fundo para comprar um carro novo. "Não era um Lamborghini, apenas um Tesla normal", disse ele. Le, um nativo do Vietnã que agora vive na área de Los Angeles, também usou o fundo para comprar uma caneta Montblanc — e mais bitcoin.‎

‎Muitos mutuários usam os empréstimos para ampliar suas apostas em criptomoedas. Kris Kostadinov, conhecido como Kris Kay, pegou um empréstimo no valor de US $ 14.000 na stablecoin da plataforma de financiamento descentralizado Aave, no início deste ano, e usou os lucros para comprar Ether. Ele usou o Ether para comprar e vender tokens ou NFTs, que são certificados de autenticidade baseados em blockchain anexados a ativos digitais, como obras de arte e destaques esportivos.‎

‎Embora o Sr. Kay, de 27 anos, quase tenha enfrentado uma chamada de margem quando o preço do Ether caiu no início deste ano, ele estima que usou o empréstimo para financiar investimentos que agora valem mais de US $ 60.000.‎

‎"Se fosse em uma conta bancária, meu dinheiro estaria caindo, corroído pela inflação", disse Kay.‎

‎O Sr. Anderson, de 30 anos, começou a investir em criptomoedas em seu início. "Eu sou um boomer cripto", disse ele. Na década desde o início das criptomoedas, o mercado passou a se assemelhar ao sistema financeiro tradicional, com sua própria infraestrutura de bolsas, intermediadores e financiadores que ajudam os investidores a converter suas moedas digitais em dólares.‎

‎O Sr. Anderson estava navegando em sites de ofertas imobiliários quando descobriu uma grande oportunidade em seu bairro de São Francisco. Depois que sua oferta foi aceita, ele entrou em um aplicativo vinculado ao Maker Protocol. Ofereceu uma parte de suas criptomoedas em garantia em troca de um empréstimo a uma taxa de 0,5%.‎

‎O empréstimo entrou na carteira dele quase imediatamente. Foi denominado em Dai, uma stablecoin cujo valor é atrelado ao dólar americano. Ele usou uma bolsa para trocar o Dai por uma stablecoin chamada USD Coin, em seguida, usou a Coinbase para transformar a USD Coin em dólares. Da Coinbase, ele enviou o dinheiro para sua conta bancária. Levou vários dias para os fundos serem depositados. Foi a parte mais lenta da transação, disse o Sr. Anderson.‎

‎O Sr. Anderson recusou-se a dar o tamanho do seu empréstimo. O preço médio da casa na área de São Francisco é de pouco mais de US $ 1,5 milhão, de acordo com a ‎‎Redfin‎‎ ‎‎ Corp.‎‎ Ele disse que deixou em garantia um valor em criptomoedas equivalente a duas vezes e meia o valor do empréstimo para diminuir as chances de uma chamada de margem.‎

‎O Sr. Bickley, um engenheiro eletricista de 45 anos e pai de três filhos, que investiu pela primeira vez em criptomoedas no início deste ano, usou a Anchor para criar uma série elaborada de depósitos, empréstimos e investimentos correlatos projetada para maximizar seu rendimento. Até agora, ele ganhou $1.500 sobre o custo do projeto de US$ 10.000.‎

‎Se o Sr. Bickley acorda no meio da noite, ele verifica os preços pelo telefone para ter certeza de que não vai ter que encarar uma chamada de margem. Quando ‎‎os preços das criptomoedas caíram‎‎ na terça-feira, ele passou parte do dia ajustando posições para evitar uma liquidação.‎

‎"E se eu estivesse de férias e não tivesse a menor ideia?", disse ele. "Isso não é coisa para cardíaco."

Pelo que se pode ver no artigo, existe um minissistema financeiro paralelo em atividade: depósitos remunerados em criptomoedas e empréstimos com garantia em criptomoedas.

Não vou nem considerar o risco de fraude, como você deixar sua cripto e o cara sumir, o que vimos acontecer em alguns casos, inclusive aqui no Brasil.

Em relação à pessoa que deixa seus recursos aplicados rendendo juros, com uma taxa boa a 8% a.a., qual a lógica para um ativo que oscila isso em uma semana, as vezes diariamente. Uma poupança? Não faz o menor sentido!

Já o outro que pega suas criptomoedas para comprar outro ativo: imobiliário, casa, ou mesmo mais cripto: se é que não informaram, isso se chama alavancagem. No caso do Anderson, que comprou uma bela casa por U$ 1,5 milhão, queria informar que o que ele fez é a forma clássica de quebrar um banco, que é ter um passivo de curto prazo — afinal, se as criptomoedas caírem de preço, vai precisar de mais margem, contra um ativo de longo prazo.

E por último: o intermediário que recebe depósito em criptomoedas e transforma em dólares para emprestar, corre risco de moedas ou da bolsa, pois terá que comprar futuro a cripto moeda para poder devolver.

Sem contar que a “moeda” — que não é moeda, não tem a menor estabilidade, gerando riscos entre os ativos e passivos de maneira geral que nem consigo imaginar. Não entendo como a SEC deixa isso acontecer.

Podem estar certos de que iremos ler inúmeras histórias tristes desse sistema financeiro paralelo.

No post sonho-(pesadelo)-x-realidade,fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ : Pode até ser que, a alta imaginada terminou pela proximidade do nível projetado 15.750 X máxima atingida 15.696. A partir de agora toda atenção será necessária” ... ...” para que os leitores possam entender os critérios que vou usar, delimitei uma área em verde no gráfico. Imagino duas possibilidades:

1)      Continuidade: Se a bolsa, ao invés do cenário básico, estiver num movimento de alta mais intenso, a correção deveria estar limitada a essa região, além de se configurar com um movimento em 3 ondas.

2)      Cenário base: Uma onda de vendas deve ocorrer de tal forma que ultrapasse a base do retângulo e principalmente em 5 ondas” ...



Na última semana não houve muita mudança, pois, a bolsa permaneceu dentro de um intervalo restrito com podem ver a seguir. Tudo indica que o cenário “continuidade” descrito acima pode estar ficando mais provável, mas ainda é cedo, para qualquer conclusão



Busquei acima identificar os possíveis limites onde essa correção poderia transitar, para cada cenário: No retângulo em verde é uma área que se contida poderá dar sustentação ao cenário Continuidade; em seguida área em azul – “terra de ninguém” tudo é possível, vai depender do que ocorrer nesse intervalo em termos de profundidade; e por último o nível de 14.773 onde o gato estará no telhado só não sabemos como ele vai descer.

É bastante difícil buscar simplificar o que pode ocorrer sem entrar nos detalhes técnicos. Sou obrigado a algumas simplificações e assunção do que pode ser o mais provável, mas somente com o andar da carruagem vou poder ser mais assertivo. Em todo caso, fica aqui essa tentativa, mas aconselho acompanhar o Mosca para as atualizações, por sinal, essa última frase é recorrente em análise técnica.



O SP500 fechou a 4.458, com queda de 0,77%; o USDBRL a R$ 5,2454, com alta de 0,43%; o EURUSD a 1,1814, sem variação; e o ouro a U$ 1.787, com queda de 0,41%.

Fique ligado!

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