A realidade irreal #USDBRL

 


O mês de setembro está terminando e, até a última sexta-feira, o SP500 subiu 1,5%. A não ser que no pregão de hoje ocorra uma queda forte, deve fechar no azul. No post 100%-de-acerto, fiz muitas provocações sobre a possibilidade de setembro ser ruim para a bolsa americana, já que, estatisticamente, esse mês costuma apresentar retorno negativo. Como isso não aconteceu, agora todas as publicações nesse sentido irão silenciar. Reitero minha opinião de que essa informação é sem valor.

O Fed deixou claro que, daqui em diante, e até segunda ordem, os dados de emprego passam a ser os mais relevantes. Na próxima sexta-feira serão divulgados os dados de setembro, e acredito que o mercado ficará muito atento a esses números. De modo geral, estimo que uma criação de 120 mil a 150 mil empregos, juntamente com uma taxa de desemprego estável — atualmente em 4,2% — será tranquilizadora, mantendo as apostas de juros nos níveis atuais. Uma queda de 75 pontos nos juros dos Fed funds, levando a taxa para 4% a.a., é esperada ainda para este ano. Se o número de empregos for muito superior, o ajuste pode ser de apenas 50 pontos; se for muito inferior, podemos ver uma queda de até 100 pontos.

 



Yasutaka Tamura publicou uma matéria na Bloomberg sobre um japonês, Shigeru Fujimoto, de 88 anos, que acumulou um patrimônio de US$ 18 milhões operando na bolsa japonesa por 69 anos — ele começou aos 19. Qual foi seu segredo?

Quando, em outubro do ano passado, um documento regulatório revelou que uma participação de mais de 5% havia sido adquirida na empresa japonesa de gestão de imóveis Storage-OH Co., as ações da empresa dispararam 17%.

O investidor que provocou essa resposta febril no mercado foi Shigeru Fujimoto, um ex-dono de pet shop de 88 anos, da cidade de Kobe.

Em um país onde a norma tem sido as pessoas manterem seus ativos em dinheiro e depósitos com quase nenhum rendimento, ele construiu uma pequena fortuna. Após quase sete décadas de negociações no mercado de ações, o octogenário acumulou cerca de ¥2 bilhões (US$ 14 milhões) de riqueza.

Ele também formou uma legião de fiéis investidores de varejo que acompanham de perto suas ações. Ele até escreveu um livro popular sobre sua estratégia de investimento.

Fujimoto se destaca no Japão não apenas por assumir riscos financeiros em uma cultura que tradicionalmente favorece a segurança, mas também por ter acumulado proativamente dinheiro para sustentar sua velhice, enquanto muitos idosos lutam para sobreviver com pensões públicas pequenas em meio ao aumento da inflação.

Nem mesmo o colapso das ações no mês passado, quando o mercado japonês sofreu sua maior queda desde 1987, o desanimou.

"Quando o preço da ação cai, é o momento de comprar", disse Fujimoto à Bloomberg News. "Mas a questão é se você tem dinheiro ou coragem para fazer isso."

Fujimoto acompanha cada negociação, anotando a data, a ação e o preço após a execução da ordem. Ele negocia empresas com aumento de receita, lucro e dividendos, além daquelas que estão implementando recompras de ações e benefícios aos acionistas. Ele também observa indicadores técnicos como o índice de força relativa (RSI) e a convergência/divergência de médias móveis (MACD).

Chamando seu investimento nas ações da Storage-OH de “a negociação mais bem-sucedida”, ele atualmente considera atrativas empresas como a fabricante de peças automotivas G-TEKT Corp. e a fabricante de máquinas de construção Takeuchi Manufacturing Co.


 Anos perdidos

Muitos japoneses, especialmente os mais velhos, têm se mostrado relutantes em investir no mercado de ações desde que a bolha de ativos do país estourou no início dos anos 1990, deixando cicatrizes no imaginário nacional.

As economias em dinheiro compõem mais da metade dos ativos das famílias no Japão — muito mais do que nos EUA ou na Europa, de acordo com um relatório do Banco do Japão divulgado neste mês.

O governo japonês está tentando aproveitar essa liquidez, incentivando as pessoas a transferirem parte do aproximadamente 1 quatrilhão de ienes mantido em contas bancárias para o mercado de ações, ampliando as contas de poupança para aposentadoria isentas de impostos, conhecidas como NISA.

A iniciativa parece ter tido algum sucesso. As famílias japonesas investiram mais de ¥10 trilhões em novos NISA durante os primeiros seis meses deste ano, quase quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado, segundo a Associação de Corretores de Valores do Japão.

Mas ainda há um longo caminho a percorrer — por exemplo, dois dos três principais candidatos à eleição de liderança do Japão, vencida na sexta-feira por Shigeru Ishiba, evitaram investir em ações.

Fujimoto, que não tem smartphone, carro ou sequer cartão de crédito, diz que é bom que os jovens japoneses estejam começando a investir em ações, o que ele descreve como “divertido”.

"É divertido quando você pensa muito, estuda muito, os bons resultados aparecem e você obtém lucro, não é?" ele disse. "É divertido estudar. Também é divertido ver os resultados."

Ele às vezes é questionado se aceita aprendizes, é mencionado nas redes sociais e é chamado de “Warren Buffett do Japão” pela mídia local.

Fujimoto, que usa um andador após machucar as costas no início do ano, disse à Bloomberg Originals que se sente humilde ao ser comparado a Buffett, mas afirma que as únicas coisas que eles têm em comum são a idade e o amor pelas ações.

"Ele é tão apaixonado por investir em ações quanto os investidores institucionais", disse Hiroshi Namioka, estrategista-chefe da T&D Asset Management Co. sobre Fujimoto. "Ele tem influência sobre o público e os investidores de varejo, e os fãs de Fujimoto o seguem em seus ângulos de investimento."

Ainda assim, Fujimoto é um exemplo extremo de investimento no Japão. Nos últimos 10 anos, ele se concentrou em operações de day trade, colocando-o entre apenas 3% dos investidores no país que mantêm ações por menos de um mês, de acordo com uma pesquisa de 2022 da Associação de Corretores de Valores do Japão.

Este tipo de investimento arriscado, no entanto, não é algo que ele recomendaria aos jovens investidores.

“É importante manter boas ações por longo prazo”, disse ele. “Não compre ou venda imediatamente como um day trader. Se você mantiver essas ações por um tempo, elas certamente darão frutos.”

 

Periquitos e Mahjong

Sua jornada no mercado de ações começou há quase 70 anos, aos 19 anos, quando conversou com um executivo de uma corretora local que frequentava a pet shop onde Fujimoto trabalhava. As primeiras ações que ele comprou foram de empresas que se tornaram a Sharp Corp. e a refinaria de petróleo Eneos Holdings Inc.

No início, ele não estava totalmente comprometido. Amante de periquitos, ele abriu sua própria loja de animais, vendendo-a mais tarde para abrir uma casa de Mahjong no estilo japonês, acreditando que ali estava a oportunidade de ganhar dinheiro na época.

Em 1986, ele arrecadou ¥65 milhões após vender seus salões e começou a investir em tempo integral no mercado financeiro. Ele se tornou day trader em 2015.

Fujimoto, que muitas vezes trabalha com seu periquito de estimação, Pi-Chan, sentado em sua cabeça, acorda às 2 da manhã para verificar os mercados dos EUA e assistir à CNBC. Ele também observa os recibos de depósito americanos de empresas japonesas para se preparar para as negociações no mercado local.

Fujimoto diz que negociar em seus 80 anos o ajuda a aproveitar a vida e “evita que eu fique senil”. Mas ele não está isento de arrependimentos, dizendo que está “cheio de insatisfação” com seus ¥2 bilhões acumulados.

“Eu não estou me esforçando o suficiente,” disse ele. “Preciso ter cuidado para não ser ganancioso demais, mas também buscar um retorno com as negociações. Nunca é bom ser ganancioso.”

Embora eu não acompanhe o mercado japonês, sabia que houve uma bolha nos anos 80, que estourou no final dessa década – entre 1980 e 1989. A queda de 75% ocorreu no período de 1989 a 2004; houve um período lateralizado de 2004 a 2012, e somente depois disso o mercado recuperou toda a perda do passado.

 




Pela matéria, não é possível saber onde se concentraram seus maiores ganhos, mas sem dúvida, somente um oriental pode suportar tantos anos de queda sem desistir. Ele é comparado a Warren Buffett, que também apresenta características exóticas como as dele. Dentre as três menções, o fato de não ter smartphone é realmente surpreendente, mesmo com sua idade avançada. Seria isso uma vantagem, ao afastá-lo do frisson do dia a dia? Mas, pela foto de seu ambiente de trabalho, ele utiliza ferramentas atuais para acompanhar os mercados.




Não se sabe quais são suas variáveis para a tomada de decisão; o artigo é muito genérico. No entanto, posso afirmar que seu valor é ainda maior que o de Buffett, que vivenciou um mercado de alta (Bull Market) praticamente ininterrupto no mesmo período. Embora Fujimoto acorde cedo para acompanhar a bolsa americana, isso me leva a questionar se a maior parte de seu ganho foi proveniente de incursões nesse mercado.

Podemos tirar alguma lição? É possível ser bem-sucedido no mercado de ações, desde que haja dedicação e uma mente aberta para aprender. Pela sua vida simples, Fujimoto é um modelo de quem não se deixou levar por luxos e extravagâncias, permanecendo focado em seu trabalho. Sofisticação e conhecimento não são (ou não foram, em seu caso) essenciais para o sucesso; perseverança e disciplina, sim. Tempo suficiente para aprender sobre o mercado também conta — ele atua há 69 anos, muito mais que eu!

Dá para replicar? Muito difícil no mundo atual. Ele realmente é um outlier, uma realidade irreal.

No post reprovado , fiz os seguintes comentários sobre o dólar: ... “Para confirmar a ruptura do triângulo, o dólar precisa ultrapassar ~R$ 5,70, embora já se possa observar 5 ondas numa janela menor de 1 hora. Está se aproximando o momento de sugerir um trade de compra de dólar – fiquem atentos, com objetivo entre R$ 6,40 e R$ 6,51, a ser mais bem calculado mais à frente”...

 


A possibilidade de um trade de compra foi abortada e agora se abre a possibilidade de venda do dólar. Antes que meu amigo me ataque com perguntas ou afirmações “venenosas”, não fico nem um pouco constrangido com mudanças radicais como essa. Afinal, o mercado é soberano, e ao Mosca só resta tentar interpretá-lo corretamente, sem viés. Como mostrado no gráfico, o dólar se encontra numa região crítica.




Destaco a possibilidade da formação cujo nome técnico é: ombro-cabeça-ombro, que se confirmará caso o dólar caia abaixo de R$ 5,3755. Enquanto isso não acontecer, a opção de alta continua válida, mas é importante que o dólar suba e ultrapasse os R$ 5,70. Enquanto estiver nesse intervalo, nada a fazer.

O SP500 fechou a 5.762, com alta de 0,42%; O USDBRL a R$ 5,4497, com alta de 0,27%; o EURUSD a € 1,1133, com queda de 0,27%; o ouro a U$ 2.631, com queda de 0,99%.

Fique ligado!

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