O Fed está tonto #IBOVESPA
Tudo isso se assemelha a uma mesa de Open Market “à moda
antiga”, onde os traders fechavam os negócios e preenchiam um papel simples
contendo o volume, taxa, compra ou venda e lastro. Jogavam esse papel para o
ponta de mesa, que ficava calculando o nível de caixa ainda existente. Não eram
poucas as vezes que o caixa ficava negativo ou mesmo a posição de papéis.
Powell está precisando de um ponta de mesa, pois Trump é o trader.
Hoje será anunciado o CPI do mês de janeiro e, em especial,
este mês tem uma importância relevante, conforme resumo que elaborei com essas
informações.
Inflação em Foco: O Dilema do Fed Entre Cortes de Juros e
Tarifas
A inflação voltou ao centro do debate econômico nos Estados
Unidos, com os dados de janeiro servindo como um teste crucial para a política
monetária do Federal Reserve. O histórico recente tem mostrado que o início do
ano é um período de reajustes significativos de preços, desafiando a trajetória
de desaceleração da inflação observada ao longo de 2024.
O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que a
instituição não está com pressa para reduzir os juros, apesar do consenso entre
seus membros de que a taxa básica de juros já está em território restritivo. A
principal preocupação é que os aumentos de preços sazonais do início do ano
possam criar uma nova onda inflacionária e comprometer a meta de 2% de
inflação.
Além disso, os mercados estão atentos ao impacto das novas tarifas impostas pelo governo Trump sobre as importações chinesas e sobre o aço e o alumínio. Embora tarifas anteriores tenham tido um efeito limitado nos índices de preços, o novo pacote de medidas é mais amplo e pode gerar repasses significativos aos consumidores.
A evolução dos preços ao consumidor (CPI) e dos preços ao
produtor (PPI) será fundamental para entender a dinâmica inflacionária. Com os
preços dos bens deflacionando há mais de um ano, qualquer aumento nas
importações pode rapidamente impulsionar a inflação geral. O Fed, por sua vez,
utilizará essas leituras para refinar sua decisão sobre o futuro da política
monetária.
O relatório de janeiro revelou que a inflação de bens e serviços se manteve resiliente. Isso ocorreu, em parte, porque os setores de energia e habitação continuaram a pressionar os preços. Embora os preços da energia tenham se estabilizado, a inflação de serviços tem sido teimosamente alta, o que reforça a cautela do Fed.
Outro fator que pode complicar o cenário inflacionário é o
mercado de crédito. A pesquisa SLOOS (Senior Loan Officer Opinion Survey)
mostrou que os bancos estão voltando a conceder crédito, inclusive para
empresas do setor industrial e de construção. Esse movimento sugere um
potencial aquecimento da atividade econômica, o que pode dificultar a queda dos
preços.
Diante desse cenário, as perspectivas para a política monetária do Fed permanecem incertas. Alguns economistas argumentam que os juros já atingiram um nível que restringe o crescimento, enquanto outros defendem que cortes prematuros podem reacender a inflação. Powell deixou claro que o Fed só reduzirá os juros quando houver confiança de que a inflação está, de fato, controlada.
O histórico mostra que o primeiro trimestre dos últimos anos
trouxe surpresas negativas para a inflação, levando o mercado a revisar suas
expectativas para os juros. No entanto, um dado positivo de janeiro pode
impulsionar tanto os mercados acionários quanto o de renda fixa, reforçando a
percepção de que o pior da inflação já passou.
Com as novas tarifas no radar, a incerteza econômica pode se
prolongar. Se os preços seguirem pressionados, o Fed pode adotar uma abordagem
mais cautelosa, postergando cortes nos juros. Por outro lado, caso a inflação
continue desacelerando, o banco central poderá começar a reduzir os juros ainda
este ano, consolidando a recuperação da economia.
Sobre tarifas, e como comentei hoje, o Deutsche Bank
preparou um relatório que relata como foi a evolução da globalização, algo que
pode servir como guia para um movimento contrário no futuro.
Enquanto as manchetes sobre comércio continuam a dominar os noticiários diariamente, a realidade é que as sementes do atual cenário foram plantadas no final dos anos 1970, com dois eventos em extremos opostos do mundo que moldariam a economia pelas próximas décadas.
Em 1978, Deng Xiaoping começou a abrir zonas econômicas
especiais para a manufatura na China, iniciando sua transição de uma economia
agrária para uma economia industrial e voltada para exportações. Nos Estados
Unidos, Paul Volcker começou a elevar as taxas de juros para patamares de dois
dígitos para combater a inflação. A inflação elevada havia sido dolorosa nos
EUA, e o custo para derrotá-la foi ainda maior.
À medida que a China desenvolveu sua infraestrutura
industrial, os EUA – que lidavam com alta inflação – se beneficiaram da
abundância crescente de bens baratos e comercializáveis, acolhendo a China de
braços abertos na OMC em 2001. Desde então, o índice de preços de bens nos EUA
permaneceu essencialmente estável até a pandemia de Covid. A participação da
manufatura no PIB e no emprego dos EUA diminuiu em troca de acesso a bens
baratos, inflação baixa e juros reduzidos.
Esse jogo pode estar chegando ao fim.
Nossos economistas nos EUA publicaram ontem um relatório
sugerindo que, se forem mantidas, as tarifas sobre aço e alumínio, combinadas
com tarifas recíprocas, podem aumentar o núcleo do índice PCE em 2025 entre 30
e 40 pontos-base, dependendo da transmissão desses custos para os preços ao
consumidor. Se as tarifas sobre Canadá e México forem implementadas, a inflação
em 2025 poderá ultrapassar 3,5%.
Uma tabela com a evolução dos países em termos de
participação na manufatura global revela dois pontos:
- A
China já domina mais de 26% da produção mundial desde 1995, enquanto os
EUA foram os maiores perdedores.
- O
Brasil, que já tinha uma participação pequena, ficou menor ainda. Do jeito
que o país está seguindo, daqui a pouco nem precisaremos nos preocupar,
pois estaremos fora dessa lista!
Análise Técnica
No post IA é só uma ferramenta cool, fiz os seguintes comentários sobre o IBOVESPA:“A onda B laranja pode não ter terminado, e uma alta é possível até 129,7 mil / 133,0 mil, conforme indicado na elipse. Em seguida, uma nova onda de queda deveria levar a bolsa para 116,2 mil ou, mais provavelmente, 109,8 mil.”
Sem uma formação clara, característica de correções, a bolsa brasileira permaneceu dentro de um intervalo restrito, o que não me permite acrescentar mais do que já havia comentado. Por enquanto, fico com a hipótese de uma mini alta, que levaria o IBOVESPA até 129,7 mil / 133,0 mil. Sendo assim, não tenho nada a oferecer como sugestão aos leitores – esqueçam temporariamente (definitivamente?) esse mercado.
A sabedoria de atuar nos mercados é “saber” quando se deve
ter posição e quando não, o que é sempre difícil, pois, no final do dia, fica a
sensação de que se poderia ter feito algo. Acontece que, como mencionei, as
correções dominam 70% do tempo, enquanto os movimentos direcionais ocupam
apenas 30%.
E ainda é pior quando o movimento de longo prazo também é
uma correção – como no caso da bolsa brasileira.
O S&P500 estava as 17h30 6.052, com queda de 0,25%; o USDBRL a R$ 5,7596, sem variação; o EURUSD a € 1,0394, com alta de 0,33%; e o ouro a U$ 2.900, sem variação.
Fique ligado!
Pode acontecer o que quiser( como os dados de inflação de dezembro e Janeiro), no final EUA vai subir até a hora que o dinheiro acabar. A bolha está forte!
ResponderExcluirveja comentários de hoje
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