Espero que seja Wishful Thinking #S&P500

 


Na minha jornada diária, me deparo com centenas de artigos das mais diversas fontes. Encontro de tudo nessa pesquisa. Existem matérias sem valor, outras interessantes e algumas chocantes. É sobre uma dessas que vou comentar hoje.

Primeiro, preciso qualificar Jim Bianco, que, em sua última reunião com clientes — conforme publicado na Bloomberg —, lançou uma ideia que, para mim, não tem pé nem cabeça (e assim espero!). Mesmo assim, vou compartilhar seus conteúdos.

Ele é o presidente e fundador da Bianco Research, LLC, uma empresa que fornece análises independentes sobre a economia global e os mercados financeiros. Desde 1990, seus comentários oferecem perspectivas únicas, desafiando o pensamento consensual de Wall Street. Bianco é frequentemente convidado em programas da CNBC, Bloomberg e Fox Business, e suas análises são destaque em publicações como The Wall Street Journal e Bloomberg News. Seus principais clientes são hedge funds, gestores de ativos, fundos de pensão e instituições financeiras.

Com essa qualificação, não podemos dizer que ele seja um franco-atirador. Ele tem prestígio. Veja a seguir suas ideias sobre um "totó" na dívida americana – essa seria minha classificação.

O "Acordo de Mar-a-Lago": Trump pode reescrever as regras do jogo?

Imagine um cenário onde os Estados Unidos, em um golpe ousado, obrigam seus credores estrangeiros a converterem seus títulos do Tesouro em bônus ultralongos. Parece absurdo? Pois é exatamente essa a especulação que está tomando conta de Wall Street — e ninguém menos que Jim Bianco reuniu seus clientes para discutir essa possibilidade.

O burburinho sobre um "Acordo de Mar-a-Lago" ecoa os grandes eventos que remodelaram o sistema financeiro global, como o Acordo do Plaza de 1985 e Bretton Woods de 1944. O plano? Derrubar a ordem econômica atual e reescrever as regras do jogo.

Trump, segundo Bianco, tem uma missão clara:
Desvalorizar o dólar para dar vantagem competitiva às indústrias americanas;
Reestruturar a dívida nacional de uma forma nunca antes vista;
Criar um fundo soberano e pressionar aliados a bancarem mais os gastos com segurança.

A proposta, supostamente articulada nos bastidores, passa por uma mudança drástica no mercado de dívida. Países que detêm trilhões de dólares em Treasuries seriam forçados a trocá-los por títulos de 100 anos, sem juros e sem possibilidade de venda. Ou seja: dinheiro preso na economia americana, com liquidez controlada pelo Federal Reserve.

💬 Comentário meu: Plano Collor?

Os mercados estão céticos? Por enquanto, sim. Os investidores de títulos não demonstraram grandes reações. Mas o simples fato de Wall Street estar discutindo essa hipótese já mostra que a administração Trump pode estar disposta a chacoalhar as fundações do sistema financeiro global.

"Não tomem isso ao pé da letra, mas levem a sério", alerta Bianco. E faz sentido: se Trump já ameaçou implodir a OTAN, por que ele hesitaria em redesenhar a arquitetura financeira do mundo?

A questão não é se algo desse tipo acontecerá, mas como os mercados e as grandes potências reagiriam caso Trump realmente puxasse esse gatilho. O "Acordo de Mar-a-Lago" pode nunca sair do papel, mas uma coisa é certa: o jogo está mudando — e rápido.

Trump e sua relação com a falência

Donald Trump, como empresário, já quebrou diversas vezes. Entre os principais casos, podemos destacar:

  • Início dos anos 1990: Trump enfrentou dificuldades financeiras significativas devidas a investimentos excessivos em cassinos e imóveis. Para evitar a falência pessoal, entrou com pedidos de proteção sob o Capítulo 11 (equivalente à concordata no Brasil) para vários de seus negócios, permitindo a reestruturação das dívidas enquanto mantinha as operações. Nesse período, seis de suas empresas declararam falência entre 1991 e 2009.
  • 1992: O Plaza Hotel, adquirido por Trump em 1988, entrou com pedido de proteção contra falência. Um plano de reorganização foi aprovado, resultando na transferência do controle do hotel para os credores, enquanto Trump permaneceu envolvido na gestão.
  • 1995: Trump deixou de pagar mais de US$ 3 bilhões em empréstimos bancários. Como resultado, os credores assumiram o controle do Plaza Hotel e de outras propriedades em uma ampla reestruturação, permitindo que ele evitasse a falência pessoal.

Experiência no assunto ele tem. Teria a coragem de infligir uma perda de proporções enormes ao mercado mundial?

O total da dívida americana é de US$ 36,2 trilhões, dos quais US$ 8,7 trilhões são detidos por países estrangeiros — ou seja, aproximadamente 25%. Seria muita ingenuidade acreditar que o restante não seria afetado.

Nem consigo imaginar qual seria a queda do dólar. Essa sim seria uma situação em que o ouro e o Bitcoin subiriam.

Espero que seja Wishful Thinking!


Análise Técnica

No post a-ia-pode-salvar-os-eua, fiz os seguintes comentários sobre o S&P 500: "A bolsa americana está a milímetros de ultrapassar a máxima histórica – ATH – de 6.128. Na última sexta-feira, beliscou essa marca. Tudo indica que isso ocorrerá muito em breve."




Eu dei uma olhada nos três cenários comentados no post “ressureição-digital”. Todos eles continuam válidos, porém, a decisão se encontra próxima.

A bolsa americana está a milímetros de ultrapassar a máxima histórica – ATH – de 6.128. Na última sexta-feira, beliscou essa marca. Tudo indica que isso ocorrerá muito em breve.

Não vou complicar a vida dos leitores postando novamente essas possibilidades, então vou continuar usando o Cenário ADOTADO.

Todos os cenários têm algo em comum: a contenção no nível de 5.773. Mesmo assim, a probabilidade de cada um se altera conforme esse nível se aproxima.

Com tanta dúvida, não tem a menor chance de se posicionar agora. Prefiro pagar mais caro.




Seguramente, a divulgação dos resultados da "Queridinha", que será publicada amanhã após o fechamento do pregão, será importante para o mercado.

O Deutsche Bank publicou em seu informe diário uma estatística sobre o retorno do S&P 500 nos diversos dias da semana, analisando tanto o que está ocorrendo em 2025 quanto uma janela muito mais ampla, desde 1928. O gráfico se encontra a seguir.

Segundo esse critério, há duas certezas: segunda-feira é ruim, e o restante da semana é positivo, com exceção da sexta-feira.




Para que serve esse dado? Para nada! Ninguém vai investir seguindo essa regra. Acho que não tinham o que escrever.

Hoje deu ruim!

o S&P500 fechou a 5.955, com queda de 0,47%; o USDBRL a R$ 5.7436, com queda de 0,59%; o EURUSD a € 1,0514, com alta de 0,46%; e o ouro a U$ 2.916, com queda de 1,19%.

Fique ligado!

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