Um mundo sem consenso #USDBRL

 


Uma democracia só funciona se contar com um apoio expressivo da população. Caso contrário, o mais provável é que fique inativa ou penda para um dos lados: direita ou esquerda. Se essas facções, a esquerda e a direita, não fossem tão radicais, poderíamos ter um governo que buscasse as melhores opções para a maioria dos seus habitantes.

Existem também as falsas democracias, como a brasileira, da qual o presidente Lula se vangloria, embora suas próprias ações (ou inações) sejam enviesadas. Posso citar um exemplo recente: não houve nenhum pronunciamento sobre o assassinato dos bebês israelenses pelo grupo Hamas. Nenhuma palavra! E por que agiu assim? Porque isso feriria seus acordos com países extremistas como o Irã e companhia. Esse tipo de atitude se multiplica durante seu governo, e não é por acaso que sua aceitação despencou. Lula, mentira tem perna curta!

Neste final de semana, na Alemanha — o país mais poderoso da Europa do ponto de vista econômico — o partido de centro conquistou a maioria dos votos. No entanto, o que pode parecer positivo deve ser analisado com cautela, considerando as coalizões que terá que formar. Preparei um resumo do que pode acontecer.

A vitória de Friedrich Merz e do CDU/CSU nas eleições alemãs pode parecer uma reafirmação da centro-direita, mas, na prática, expõe um problema muito mais grave: a democracia alemã está encurralada entre extremos que crescem sem freios. Enquanto a centro-direita tenta se manter no comando, a extrema-direita da AfD e a extrema-esquerda do Die Linke avançam vorazmente, empurrando o país para uma polarização cada vez mais perigosa.

O grande derrotado da noite foi o governo de Olaf Scholz, que viu o SPD despencar para sua pior marca histórica. A mensagem das urnas foi clara: os alemães estão fartos da estagnação econômica, da crise migratória e da falta de liderança global do país. O problema? O CDU/CSU venceu, mas não tem força suficiente para governar sozinho. E, como Merz já descartou qualquer aliança com a AfD, agora precisa negociar com um SPD humilhado e sem rumo – um casamento forçado que promete ser um desastre.

A verdadeira estrela da eleição foi a AfD. O partido de extrema-direita praticamente dobrou sua votação e consolidou-se como a voz do descontentamento popular. Alimentada por frustrações com a imigração e a crise econômica, a legenda soube explorar o medo e a raiva do eleitorado como ninguém. Enquanto isso, a centro-direita tenta adotar um tom mais rígido para conter essa ascensão, mas sem coragem de dar o passo definitivo em direção a uma aliança – deixando os eleitores ainda mais desconfiados.

O maior risco agora é que a tentativa de coalizão entre CDU/CSU e SPD resulte apenas em mais um governo insosso, sem capacidade de tomar decisões ousadas. Isso abriria ainda mais espaço para que os extremos avancem, preparando o terreno para uma próxima eleição em que a AfD ou a extrema-esquerda possam, de fato, tomar o poder. A Alemanha, que por décadas foi um bastião da estabilidade europeia, agora parece flertar com um destino muito mais caótico.

O mais incrível dessa eleição é que o partido AfD, que é de extrema direita, obteve a maioria dos seus votos na Alemanha Oriental que originalmente era comunista.




A Europa observa com preocupação. A vitória de Merz pode parecer um alívio à primeira vista, mas a realidade é bem mais incômoda: a Alemanha está mais dividida do que nunca. A União Europeia já sofre com a fragmentação política em países como França e Itália, e agora vê sua maior economia caminhar para o mesmo abismo. Pior ainda, os EUA, sob um novo governo Trump, podem pressionar Berlim a adotar posturas que intensificam essa crise interna.

O cenário econômico também não ajuda. A Alemanha está há anos patinando no crescimento, e Merz quer adotar uma agenda de desregulamentação e estímulo industrial. Mas, com um parlamento dividido e uma coalizão frágil, qualquer tentativa de reforma corre o risco de ser diluída, o que só alimentará ainda mais a frustração popular. O que acontece quando um povo já irritado vê seus problemas persistirem? Exatamente: os radicais ganham mais espaço.

A verdade crua é que essa eleição não resolveu nada – pelo contrário, deixou a política alemã ainda mais instável. Se Merz não conseguir se firmar como um líder forte e eficaz, a Alemanha corre o sério risco de ser engolida pelos extremos. Hoje, o país ainda tem uma chance de segurar as rédeas da democracia. Mas, se essa coalizão falhar, em poucos anos poderemos estar falando da Alemanha como o novo grande foco da crise política europeia.

Sem uma Alemanha forte, a Europa está destinada a continuar como nos últimos anos, deslizando ladeira abaixo. E pior: agora arrumou um novo “inimigo”, o presidente Trump, que quer jogar os custos de órgãos multilaterais para o continente, onde, além da Alemanha, há uma França que está se despedaçando.




Vocês podem estar achando que o gráfico acima é de alguma ação de tecnologia, mas não é. Trata-se da evolução do preço do ovo nos EUA. No Brasil, também estamos sentindo essa alta de preços. O que aconteceu? Especulação? Mais uma bolha? Nada disso, é uma simples questão de oferta.

O preço dos ovos disparou nos últimos anos, registrando um aumento de 15,5% nos últimos cinco anos, bem acima da inflação geral de 4,1% nos EUA. A principal causa foi um surto de gripe aviária que eliminou mais de 100 milhões de galinhas desde 2022, reduzindo drasticamente a oferta. Esse choque levou a medidas extremas, como limite de compras em supermercados e até taxas extras em restaurantes. A reação dos consumidores tem sido intensa, com o tema ganhando destaque nas redes sociais e na mídia. Esse impacto foi sentido no índice de inflação de janeiro, como comentei no post “o-culpado-foi-o-chuchu-ou-o-ovo”.

 

Análise Técnica


No post “é-possível-confiar”, fiz os seguintes comentários sobre o dólar: “Como ficamos com esses dois cenários expostos no post acima? Existe um stop loss importante localizado muito perto do limite mínimo de R$ 5,5143 para a estratégia mostrada abaixo. Caso seja ultrapassado, vou ter que usar inicialmente a alternativa apontada” ... “meu cenário alternativo apresentado a seguir, onde o dólar atingiria R$ 5,41 num movimento tortuoso de idas e vindas até próximo do final de 2025.”




O dólar ficou estagnado em uma faixa restrita durante a semana passada, indeciso. Não resta outra orientação senão repetir a mesma posição acima. É verdade que o vendido se sente mais confortável, e o mais provável é que ocorram ainda quedas. A dúvida é saber se o movimento será imediato ou se teremos que adotar o cenário alternativo.




O S&P500 fechou a 5.983, com queda de 0,49%; o USDBRL a R$ 5.7755, com alta de 0,76%; o EURUSD a € 1,0462, sem alteração; e o ouro a U$ 2.950, com alta de 0,50%.

Fique ligado!

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