Dúvida cruel

Minha dúvida crucial nestes últimos tempos e se vamos entrar num período inflacionário ou deflacionário, recentemente parece que tem pendido mais para este último. A razão são os últimos movimentos do BOJ, a possibilidade de o FED ter que aumentar seu programa, caso o desemprego não mostre melhoras tanto numéricas como qualitativas e a chance, cada vez maior, do ECB no mínimo baixar os juros.

Venho escrevendo bastante sobre estes temas e confesso que o gráfico a seguir me intrigou.

Na parte superior está a evolução da base monetária nestes países e na inferior a medida de inflação. Se com toda esta injeção de liquidez dos BC´s com o intuito de gerar um "pouquinho" de inflação tem sido frustrada, obrigando a que de tempos em tempos, mais helicópteros sejam lançados, o que aconteceria se resolvessem parar, ou o mundo tivesse algum choque exógeno? 

Na última reunião de conjuntura, eu levantei estas angústias e nenhum dos brilhantes economistas conseguiu me dar uma explicação confortante, a única resposta que ouvi é que, por enquanto não aconteceu nenhum desastre e que só precisaria esperar mais um pouco para que as economias ganhem mais robustez. Só para não esquecer, já estamos há cinco anos e nada de muito animador aconteceu.

Tem um trabalho interessante que busca analisar se o mundo está ou não em recessão, este trabalho leva em consideração a publicação dos PIB's trimestrais. O mais recente é relativo ao 4º trimestre de 2012.

Na tabela acima pode-se ver que a Europa (25% do PIB mundial) e o G7 (54% do PIB) estão numa recessão leve (só um trimestre com taxa negativa), enquanto que pela teoria se considera um país em recessão quando fica dois trimestres seguidos negativos, o que atualmente só se enquadra 9% da Europa. A grande questão atualmente recai sobre os USA (25% do PIB) que teve um crescimento inicial de -0,1% , e foi revisado para 0,4%. Com estes dados e mais algumas estimativas para o próximo trimestre a probabilidade de entrar numa recessão é de 24%. 

Talvez eu tenha tido um espasmo e daqui a pouco, conforme expectativa dos economistas, as economias peguem no tranco, mas por enquanto o único indicador que está animado, são as altas das bolsas, os indicadores econômicos não espelham toda esta euforia.

Bingo! hoje o ouro rompeu um suporte muitíssimo forte localizada a US$ 1.525 (é-melhor-algum-juro-do-que-nenhum) fechando na mínima do dia a US$ 1.487, a queda de hoje foi a bagatela de US$ 72! Não vou me estender muito no assunto pois pretendo analisar com mais calma no final de semana, mas neste meio tempo vamos atualizar nosso stoploss para US$ 1.550. 

   O SP500 fechou a 1.588, com queda de 0,28%; o real a R$ 1,9660 com queda de 0,38%; o euro a 1,3103, sem variação, e o ouro a US$ 1.487 com uma queda expressiva de 4,93% revivendo sua fama de popstar, mas só que desta vez na queda! Podem esperar, amanhã vai ser manchete dos jornais. 

Fique ligado!