Explicações, explicações

Não fosse o atentado ocorrido ontem em Boston, onde 3 pessoas morreram, as manchetes de jornais hoje seriam da expressiva queda do ouro. Como sempre são necessárias explicações, pois como já dizia Nietzsche, "é melhor alguma explicação que nenhuma". Vou usar esta situação para ilustrar o emocional dos mercados, pois será útil em algum outro momento, veja alguns dos argumentos separados por comprados e vendidos.

Grupo I

  • "Otimismo que a recuperação americana vai reduzir a necessidade de estímulo".
  • "A perspectiva que os membros da eurozona terão que se desfazer de seus estoques para levantar parte de seus financiamentos".
  • "A Ruptura foi relacionada a níveis técnicos e melhoria do apetite global por risco".
  • "Diminuição do crescimento da China de 7,9% para 7,7%.
  • " Às vezes ouro é dinheiro e as vezes não é, neste momento não é".
Grupo II
  • "Não devemos nos preocupar com a pressão temporária, existe ainda uma enorme demanda por ouro".
  • "O mercado de "papel em ouro" (derivativos) não é um mercado real, em algum momento estes detentores vão perceber que estes papéis não valem nada".
  • " Forçar o mercado para o fundo do poço, visava provocar uma avalanche de venda, provando uma mentira".
Estas são apenas algumas das explicações. E aí já conseguiram identificar quem são os comprados e os vendidos?

- David, moleza o Grupo I são os vendidos e o II os comprados! Mas qual é a sua opinião?
Eu não acredito em nenhuma explicação mágica, o economista Robert Shiller, em seu livro Irrational Exuberance fez um trabalho interessante sobre situações como esta, é chegou a conclusão que não tem relação os argumentos com os fatos, bom livro, vale a pena. No caso em questão poderia ressaltar os seguintes pontos:
  • A análise técnica funcionou muito bem, e quando não funciona o analista pode rever suas premissas, sem ficar estancado numa posição perdedora.
  • Os BC's, através do uso incrível de helicópteros distorcem os preços, como consequência, quando  ás premissas não acontecem, as reações são violentas.
  • Em relação aos argumentos acima, todos são anteriores ao acontecimento, é a mesma situação quando um pai diz a seu filho: "leva uma malha que vai esfriar", até que um dia pega um resfriado, e o pai cutuca: "não falei!?". 
Veja o gráfico a seguir, diz tudo, o ouro se "separou" do SP500, já faz algum tempo, a pergunta é se vão se encontrar de novo.

Voltando as nossas posições, hoje o ouro depois de atingir uma mínima de US$ 1.321, reagiu e chegou próximo à US$ 1.400, uma alta no dia próxima de 6%, vamos manter nossa estrategia sobre a posição remanescente, pois acredito que ainda teremos a oportunidade de comprar a US$ 1.300.

Mudando de assunto, a última vez que comentei sobre o euro foi no post jorrando-dinheiro, naquele momento tinha uma expectativa de alta, que não era muito convicta, razão pela qual oriente os leitores a comprar se o euro atingisse 1,2665/1,2675 , somente para quem acompanha mais de perto sugeri a compra naquele nível. Desde então, o euro vem subindo e hoje está ao redor de 1,3175.

Para quem resolveu comprar naquela data, o dedo no gatilho ainda é valido, pois é possível uma queda para aquele nível sugerido (1,2665), mas parece que o mais provável é uma continuidade desta alta. Use 1,29 como ponto para realização de resultado, se resolver cair. Lembre-se que estamos numa correção onde tudo é possível.

O SP500 fechou a 1.574, com alta de 1,43%; o real a R$ 1,9895, com queda de 0,53%; o euro a 1,3176, com alta de 1,10% e o ouro a US$ 1.366, com alta de 1,02%.
Fique ligado!

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