Esta Deflação, é da boa ou da ruim?

Eu externei há alguns dias o receio de que estaríamos entrando numa deflação, onde os preços  dos produtos caem. O motivo principal é o fato da inflação nos USA e Europa estarem em queda, e no Japão continuar negativa. Estamos presenciando também esforços por parte dos BC´s para evitar este cenário econômico,  pois nesta situação, a política monetária, perde totalmente sua eficácia, pois juros menor que zero, só colocando um imposto sobre os depósitos à vista, atitude muito impopular para um mundo com pouca tolerância.

Existem dois tipos de deflação, a boa quando os preços caem, porque a produtividade é  elevada, mas o PIB é positivo, e a má, quando os preços caem porque as pessoas param de consumir e o PIB é negativo. Estas duas situações já aconteceram no passado, a primeira durante a Revolução Industrial no século XIX iniciada na Inglaterra onde a máquina foi superando o trabalho humano, houve stress durante o caminho, mas o mundo evoluiu, e a má depois do Crash de 1929, onde o desemprego se elevou a níveis superiores a 20%, e a economia mergulhou numa depressão.

Esta introdução serve para nortear meus temores, se acontecer, quais das duas seria a mais provável? Aparentemente, parece que é a boa, pois a inflação está caindo mas não é negativa, o mundo cresce devagar, mas cresce, novas tecnologias estão tornando a produção mais eficiente, e o lucro das empresas estão crescendo.

-David, então por que você não relaxa e aposta na alta?
O que mais me preocupa é o elevado grau de endividamento sem um crescimento mais robusto. Aqui não basta um crescimento qualquer, no mínimo tem que ser maior que os juros da dívida.


O gráfico que mais me intriga nos últimos tempos é a comparação do SP500 contra a bolsa Chinesa, que estava tendo uma performance boa, até meados de março, e a partir dai voltou a cair. Inclui também o nosso Bovespa que teve uma performance semelhante à da China.
Mas será que podemos colocar o Brasil e a China no mesmo saco? Não parece que seria correto, pois comparar "PIBinhos" com " PIBãos" não faz muito sentido.



A explicação que encontramos na imprensa é a queda nos preços das commodities, que sugerem que o mundo não está crescendo tanto, e que isto afetaria os países emergentes. Será? Mais parece a dúvida de quem veio antes o ovo ou a galinha, é as commodities que caem porque o crescimento está diminuindo, ou ao contrário? 

Este gráfico publicado na revista Economist é muito interessante, e tem uma visão de longo prazo.


O parâmetro é o PIB per capta segregado pelos países avançados (vermelho), os com renda media (verde) e os com renda baixa ( azul). É nítido que o PIB per capta vem crescendo mais significativamente desde os anos 80, nos de renda baixa. Agora se estas bolsas estão querendo nos dar um recado, que estes países não vão continuar tão bem, quem vai puxar o crescimento? Confuso, no mínimo vou deixar vocês com estas questões, pois também não tenho respostas!

No post a-alemanha-está-perdendo-força defini uma estratégia para o ouro e desde então, ele vem subindo e se aproximando de nosso stopgain.

Após atingir a mínima de US$ 1.321, o ouro recuperou-se rapidamente até US$ 1.484, muito próximo de nosso limite, uma alta superior a 12%, costuma-se dizer no mercado "efeito mola", caiu e voltou rapidamente. Este movimento foi diferente do que eu havia imaginado, mas ainda não dá par descartar que não vá buscar novas mínimas, embora minha convicção diminuiu. Não vou alterar o stop, pois não devemos esquecer que o metal está numa correção, e vocês já sabem, não é? Hahahahah.....

O SP500 fechou a 1.593, com alta de 0,72%; o real a R$ 2,0065, com alta de 0,36%; o euro a 1,3096, com alta de 0,52% e o ouro a US$ 1.473, com alta de 0,77%.
Fique ligado!

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