A culpa foi dos rôbos
A queda das bolsas ao redor do mundo dominou o noticiário
hoje. Para quem acompanha os mercados pode presenciar durante a tarde de ontem,
num determinado momento, as cotações pareciam estar em queda livre, muito
diferente do que ocorria alguns dias antes. E isso tem um grande impacto no emocional
nas pessoas envolvidas nestes mercados.
Novamente Nietzsche entra em cena, quem foi o culpado por
tamanha mudança de humor? Os fundamentalistas tentam de todas as formas
justificar. Os principais argumentos que notei foram: medo de alta da inflação,
bolsa muito cara em termos de Valuation,
e outros mais. Porém, para esse grupo aprece em seguida um dilema, como pode as
bolsas cairem num cenário tão positivo para as economias? E mais, os lucros
estão batendo recordes.
Cada um busca o argumento que lhe dá mais conforto e pensa “
Ah bom, se aconteceu ------ então é logico que a bolsa teria que cair”. Outros
se baseiam em argumentos técnicos e ficam mais conformados com esse tipo de
reação, afinal, por esse ponto de vista, uma correção poderia acontecer a
qualquer momento.
Mas quem apertou o botão que desencadeou essa reação? Os
robôs! Existem vários fundos que são geridos por modelos matemáticos, e quando
determinados parâmetros são atingidos, os mesmos lançam ordens de execução sem
a interferência humana. Esse processo se alto alimenta, colocando outros tipos
de estratégia em ação na mesma direção. Assim o estrago foi feito.
O que faltou na outra ponta foram os investidores que estão otimistas,
mas não achavam esses preços convidativos. No post a-exuberância-das-bolsas-e-racional-ou..., postado no final de janeiro já alertava para esse tipo de risco ...” Mas conforme o preço sobe diminui o
número de compradores e aumenta o número de vendedores (ou potencias). Com os
preços baixos intempéries podem ser melhor suportadas do que quando os preços
sobem de forma abrupta” ....
O Mosca não
poderia saber quando um movimento desse tipo ocorreria, mas sabia que estava
ficando perigoso, razão pela qual apertei o stoploss ...” Por esses motivos, vou navegar daqui em diante com rédeas bem
curtas, subindo o stoploss com frequência, até que em algum dia seremos
stopados. Isso não vai implicar que a alta terminou, mas prefiro acompanhar
esse desenrolar sem posições. Estou alterando o stoploss para 2.800. Um
detalhe, dado a forma parabólica da alta, é que o stoploss não segue
estritamente os parâmetros técnicos, isso poderá ter implicação mais à frente.
Mas vamos deixar esse assunto para o futuro” ...
Só para colocar em contexto, vejam a seguir a alta da
volatilidade comparada ao seu histórico.
Agora não é só o bitcoin que sofre quedas abruptas. Abaixo o
gráfico das cotações de um fundo que aposta na volatilidade baixa das ações.
Esse fundo é alavancado, ou seja, uma baixa ou alta da volatilidade tem o seu
efeito multiplicado. Como podem observar, sua cota foi praticamente para
0. E como é possível isso? Quando
existem situações anormais como a de ontem, o gestor desse fundo vai liquidando
as posições de forma alavancada também, para evitar que a cota fique negativa.
O bitcoin é fichinha quando comparado a esse fundo.
Falando no dito cujo, no post a-bolha-estourou, fiz os
seguintes comentários sobre o bitcoin: ...”
O gráfico abaixo aponta 2 níveis importantes nesse sentido: primeiro ao redor
de U$ 8.000, depois U$ 5.800, somente abaixo do último, uma afirmação nesse
sentido poderia ser feita” ...
As cotações já ultrapassaram a primeira barreira apontada
acima de U$ 8.000 e se encontram próximas da segunda. Espero não encontrar
nenhum analista culpando a queda da bolsa americana pelo mal desempenho do
bitcoin. Seria uma grande apelação!
Grifei uma frase muito importante acima, e o sentido de seu
conteúdo é percebido em momentos com esse. Imagina se não tivéssemos stoploss
e, por conseguinte, ainda comprados na bolsa americana. Como deveria orientar
meus leitores? Caiu muito vamos esperar? Vai cair mais vamos vender? A verdade
é que não existe resposta. Quando o irracional toma conta das pessoas tudo pode
acontecer, pelo menos até que essas posições sejam eliminadas. Se me colocassem
na parede, acho que mais pressão deve vir a frente, isso sem considerar que
impulsos de otimismo empurrem as ações para cima. Acredito que, em algum momento
vamos arriscar uma venda, mas aguardem instruções, por enquanto só observando.
No post 3-x-0-lula-perdeu-de-goleada, fiz os seguintes
comentários sobre o euro: ...” Posso
afirmar que a cotação de € 1,03 foi a mínima e não será tocada pelo menos nos próximos
7 – 10 anos! Daqui em diante seremos vendedor estrutural de dólar, e comprador
oportunisticamente” ... ...” apresento a nova perspectiva para o euro nos
próximos anos. Quero enfatizar que a análise técnica ajudou a não embarcar na
crença de tempos atrás, onde o euro era tido como uma moeda que só poderia
cair” ...
Tudo isso é muito bonito, mas não ajuda no dia a dia nas
posições. Então vamos a análise de mais curto prazo. Primeiro queria enfatizar
o que estou buscando. O gráfico semanal dá uma visão neste sentido.
Cálculo que o euro ainda deveria atingir a cotação entre €
1,26 a €
1,28, nas próximas semanas. O gráfico a seguir traça as coordenadas no curto
prazo. Sugiro uma compra de euro a € 1,23 com um stoploss a €
1,215, para buscar os níveis apontados acima. É um trade de curto prazo
acreditando nessa última alta antes que uma correção mais extensa ocorra.
Navegar nos momentos atuais é mais perigoso, uma onda de
vendas ou compras pode te tirar do mercado facilmente. Mas temos que arriscar,
pois nesses momentos podem surgir boas oportunidades. Vamos acompanhar os
próximos e verificar como os mercados se comportam.
O SP500 fechou a 2.695, com alta de 1,74%; o USDBRL a R$
3,2347, com queda de 0,85%; o EURUSD a € 1,2376, sem variação; e o ouro a U$
1.324, com queda de 0,97%.
Fique ligado!
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