Índice de Miséria



O economista Arthur Melvin, criou uma forma de medir o nível de miséria de uma país de uma forma bastante simples. Esse índice indica como um cidadão médio está se saindo economicamente, ao adicionar a taxa de desemprego ajustada sazonalmente a inflação anual.

Naturalmente não foi feito para medir países com inflação muito elevada. Vocês observarão a seguir o resultado da Venezuela, onde não existe inflação, mas sim, hiperinflação. Nesses casos, o índice é de pouca valia, pois ao se comparar dois países nesta situação, não se pode dizer que um está pior que o outro. Ambos estão um desastre!

A elevação de preços é mais uma ameaça para a economia global este ano do que o desemprego, de acordo com o Misery Index da Bloomberg, que resume as perspectivas de inflação e desemprego para 66 economias.

A Venezuela marca seu quarto ano como a economia mais miserável do mundo, com uma pontuação que é mais do que três vezes o que era em 2017. A Tailândia novamente reivindicou o status de "menos miserável", embora a maneira única de calcular o desemprego do país desqualifica injustamente Cingapura, a segunda colocada. Em outros lugares, o México procura dar grandes passos neste ano, já que a inflação se torna mais gerenciável, enquanto a Romênia absorve mais miséria pelo motivo oposto.



O Misery Index baseia-se no conceito antigo de que a baixa inflação e o desemprego geralmente ilustram a forma como os residentes da economia devem sentir. Às vezes, é claro, uma contagem baixa pode ser enganosa em qualquer categoria: preços baixos persistentes podem ser um sinal de demanda fraca, e o desemprego muito baixo garante trabalhadores que desejam mudar para melhores empregos, por exemplo.

Os resultados indicam em grande parte uma perspectiva econômica global que permanece globalmente clara: os economistas estão estimando um crescimento anual de 3,7 % no mundo em 2018, combinando o ritmo do ano passado, o melhor desde 2011, de acordo com a medição da pesquisa Bloomberg.

A Romênia também está indo na direção errada. Os economistas veem uma taxa de inflação de 3,3 % em 2018 após um crescimento de preços muito mais moderado no ano passado, levando o seu índice de miséria a baixar 16 pontos, para o nível de 34. O Banco Nacional da Romênia está perseguindo a inflação com aumentos nas taxas de juros, visando manter-se à frente de qualquer superaquecimento enquanto o crescimento aumenta os gastos globais com o governo.



Algumas outras menções notáveis:

A Argentina, classificada em terceiro lugar, desmente um terceiro ano de melhora em sua pontuação geral, que é a mais baixa desde pelo menos 2013, ano em que o FMI censurou o país para cobrir uma alta inflação e quando Bloomberg começou a calcular os dados.

O EUA tem sua pontuação de miséria melhor saindo de 6,5 em 2017 para 6,2 este ano.

A China, a segunda maior economia do mundo, viu seu índice de miséria subir para 6,3 este ano ante 5,5 em 2017. Os preços no consumidor são estimados em 2,3% este ano, em comparação com 1,6% em 2017.

As economias asiáticas têm a sorte de escapar dos 10 mais miseráveis ​​deste ano, que de outra forma são geograficamente diversos, com a Europa, a América Latina e a África, quase igualmente representados.

O Brasil apresenta melhora marginal de 16.3 para 15.8, mais em função da queda da inflação que da diminuição do desemprego.

Eu encaro esse indicador com algumas ressalvas pelos motivos expostos acima. Talvez melhor seria classificar em intervalos. Veja minha sugestão a seguir:

 De 1 a 6 – Neste intervalo estariam os países saudáveis com inflação menor que 2% a.a. e desemprego menor que 4%.
De 6 a 12 – Já mereceria atenção pois só se justificaria estar nesse intervalo países em situação temporária, por não estar em equilíbrio.
12.1 e acima – Situação crítica.

A classificação me parece sem muito significado, pois dizer que um país está em vigésimo lugar com um índice de 6,2, não quer dizer muita coisa. Assim como, um país com um nível de 20 não é muito melhor que um outro pais com um nível de 30.
Uma outra mediada de riqueza de um país pode ser medida pelo PIB per capta. Onde se divide o total de riqueza pelo número de habitantes. O gráfico a seguir mostra a evolução desse indicador nos últimos 100 anos. O que chama a atenção é o aumento exponencial da Coreia do Sul – parece as cotações do bitcoin, e a diminuição da diferença entre o Brasil e a Argentina.


Agora o que nenhum desses índices consegue apontar é a diferença entre os mais ricos e os mais pobres. Em função das estatísticas mais recentes é fácil supor que o resultado não seria nada interessante, uma concentração elevada de riqueza em parcela diminuta da população.

Desde a última atualização do SP500 muita coisa aconteceu. No post a-exuberância-das-bolsas-e-racional-ou, fiz os seguintes comentários: ...” vou navegar daqui em diante com rédeas bem curtas, subindo o stoploss com frequência, até que em algum dia seremos stopados. Isso não vai implicar que a alta terminou, mas prefiro acompanhar esse desenrolar sem posições” ...


E ocorreu o que frisei acima, fomos estopados no dia 02/02, antes da queda mais expressiva da bolsa. Foi intuição? Talvez, mas certamente a forma parabólica da alta me incomodava.

E agora, o que fazer? Meus leitores assíduos sabem da dúvida que tenho sobre o que acontecerá com a bolsa. Por um lado, venho dizendo que em algum momento a bolsa teria que ter uma correção importante, que demandaria um certo tempo. Por outro lado, podemos estar numa correção média e dentro em breve volta a subir.

Esta talvez seja a razão que tenho aguardado para dar alguma sugestão. Mas chegou a hora de revelar quais são os dois cenários que considero mais prováveis. Para fazer isso, vou usar gráficos com um horizonte de curtíssimo prazo.

Cenário 1 – uma nova queda vem por aí:  A seguir, veja qual a trajetória que imagino para o SP500 nos próximos dias.


Nessa situação um primeiro objetivo seria 2.460 e um próximo 2.350. Uma queda de 11% no primeiro caso e 16% no segundo, nada desprezível. Esse é o de maior chance.

Cenário 2 – triangulo: Nesse cenário antevejo a formação de um triangulo, que depois de algum tempo, o SP 500 romperia caminhando para o rompimento da máxima de 2872, atingida em janeiro.


Antes que meu amigo pergunte porque eu não proponho um trade, vou responder. Mesmo que eu considere a opção 1 mais provável, ela pode passar a ser menos provável nos próximos dias. Isso depende de como os preços evoluam.

Parece que uma venda seria a sugestão mais adequada, porem a evolução de preços não permite uma operação com mais firmeza, não teria outro lugar para colocar o stoploss que não 2.870, e não estou disposto a arriscar tanto.

Muitos outros cenários existem, mas acredito que não seja de interesse dos leitores nesse momento, já está difícil com esses dois, imagina se coloco outros?

Para terminar, não posso descartar a possibilidade de o índice estar caminhando para ultrapassar a máxima de 2.870 sem que haja um retorno mais expressivo nos preços. Não me parece muito provável, mas ....

Assim, o melhor é aguardar e esperar o mercado nos dar dicas do que fazer.

O SP500 fechou a 2.716, com queda de 0,58%; o USDBRL a R$ 3,2554, com alta de 0,66%; o EURUSD a 1,2336, com queda de 0,58%; e o ouro a U$ 1.329, com queda de 0,97%.

Fique ligado!

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