Não faça o que eu digo



Hoje é feriado em Nova York, nesses dias os mercados ficam fechados, e os com execução eletrônica permanecem em banho Maria.

Num mundo tão informatizado e robotizado, uma entrevista com um corretor da bolsa americana, pelo jornal Washington Post chamou a minha atenção.

O corretor de 60 anos é talvez o rosto mais emblemático da Bolsa de Valores de Nova York - e dos mercados de ações dos EUA. Com o olhar parecido ao do Einstein- é tido como um indicador de sentimento em tempo real - seja ele de angústia, antecipação, desespero ou triunfo.

Tuchman é sem dúvida a pessoa mais fotografada na NYSE.

"O recinto da NYSE é o maior escritório na Terra. Tem energia, pessoas. Estes são pisos sagrados. Tem 120 anos, e todo presidente, cada chefe de estado, celebridades andaram neste andar. O que acontece neste andar afetará as finanças mundiais em uma base diária. E eu estou no meio disso. Eu adoro isso. E uma vez que meu rosto se tornou o que se tornou, também adoro essa parte ".

O que Tuchman faz?

"Eu sou os olhos e os ouvidos e o canal para negociação, o ponto de distribuição de compras e vendas de ações, para os clientes.

Somos corretores, seres humanos, “market makers”, a rede de segurança humana existe para proteger contra a volatilidade indisciplinada, a inteligência artificial. As pessoas nos veem aqui e eles sabem que um ser humano está cuidando do seu dinheiro e das suas ações. É isso que faz a diferença. É por isso que ainda estou aqui. "

No entanto, uma pergunta aparentemente inocente, um pouco mais tarde na entrevista, deixou o jornalista perplexo.

“Você possui ações? ”

“Eu nunca tive um centavo investido em ações na minha vida. Não como a minha própria comida. Se eu me preocupasse com meus próprios lucros e perdas, ficaria menos concentrado no bem-estar dos meus clientes. Eu também tenho dois filhos na faculdade, dessa forma, não tenho dinheiro para comprar ações”.

Finalmente, Tuchman deu um conselho: "Nunca se deixe levar pela emoção como os traders. É por isso que eu não compro ações".

Esse artigo aparentemente sem muita importância me fez refletir sobre as sugestões de trade dadas pelo Mosca. Deveria eu, ter ou não posições? É inegável que existe um fator emocional quando um trade é proposto. Se é ganhador cria uma sensação de onipotência “sou muito bom”. Se perde, um raciocínio de escusa tenta confortar. E durante o trade, ao se perceber que o mercado não vai em sua direção, o analista busca “encontrar” argumentos para justificar. 

Por outro lado, sem “accountability” tem a vantagem de uma opinião mais isenta, mas por outro lado, uma responsabilidade muito menor.

Pesando esses argumentos ainda fico com a ideia que é melhor continuar do jeito que está. Um acerto afeta meu bolso assim como um erro. O emocional tem que ser controlado e evitar que se faça besteira. Mas como todo ser humano cometo erros, aí existe o stoploss para que se possa corrigir e continuar no jogo.

No post subprodutos-do-crescimento, fiz os seguintes comentários sobre o Ibovespa: ...” A bolsa chegou a atingir a máxima de 86.800 e recuou, função da queda observada no exterior, iniciando assim uma correção. Neste momento não saberia dizer qual foi ou será sua extensão. Como sempre digo, pode ser uma correção pequena, média ou grande. Pelo sim, pelo não, apontei 80.000 como stoploss, que se atingido, não significa que a direção de longo prazo mudou” ...


Desde a última atualização, o índice beirou nosso stoploss, porém se recuperou, estando perto da máxima atingida recentemente de 86.200. A recuperação da bolsa brasileira está sendo mais efetiva que a da bolsa americana. Enquanto essa última passou por uma queda entre a mínima e a máxima de 13%, a nossa ficou em 8,3%.


Em ultrapassando o nível de 86.200, o próximo objetivo seria ao redor de 91.000/92.000. Nesse momento, se acontecer, vamos retirar nossas fichas da mesa, ou parte delas.

Caso haja uma reversão nesse intervalo, se pode esperar um período de correção por alguns meses levando as cotações de volta para 83.000 ou 78.000. Pensou em eleições? Ou será algum vento contra do exterior? Para nós tanto faz, o que importa é agir quando um nível de preço se torna convidativo, tanto para entrar como para sair do mercado.

O USDBRL fechou a R$ 3,2309, sem variação; o EURUSD a 1,2407, sem variação; e o ouro a U$ 1.342, com queda de 0,27%.

Fique ligado!

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