O cagueta #nasdaq100

 

Vocês devem lembrar, no tempo de escola sempre tinha aquele “mui amigo” que entregava ao professor as traquinagens que o grupo fazia. Hoje, fazendo uma análise mais singela sobre o assunto, o cagueta é a pessoa que detém alguma informação da qual discorda e, para se livrar de alguma punição, prefere se separar da opinião do grupo, ou seja, não merece confiança.

Não estou sustentando que você é obrigado a aderir a um consenso sobre uma decisão com a qual não concorda, mas que é, sim, obrigado a defender a opinião majoritária e a coesão do grupo. Se você não quer desempenhar esse papel porque não está de acordo, peça demissão — é o mais altivo.

O diretor do Fed de St. Louis, James Bullard deu uma entrevista chutando o pau da barraca, como descrito por Steve Matthews na Bloomberg, apoiando o aumento das taxas de juros em um ponto percentual completo até o início de julho — incluindo o primeiro aumento de meio ponto — em resposta à inflação mais alta em quatro décadas.

"Eu gostaria de ver 100 pontos-base garantidos até 1º de julho", disse Bullard, um votante sobre política monetária este ano, em entrevista à Bloomberg News na quinta-feira. "Eu já estava mais hawkish, mas dei uma bela puxada no que eu acho que o comitê deve fazer."‎

O plano de Bullard envolve a dispersão dos aumentos em três reuniões, a redução do balanço do Fed a partir do segundo trimestre e, em seguida, a decisão sobre a evolução das taxas no segundo semestre com base em dados atualizados. Ele disse que estava indeciso sobre se a reunião de março deveria começar com 50 pontos-base, e deixaria o presidente do Fed Jerome Powell liderar a discussão. Powell, em uma conferência de imprensa em janeiro, ‎não descartou a ideia‎ de tal movimento.

‎Bullard falou após o relatório do índice de preços ao consumidor de janeiro mostrar um aumento anual de 7,5%, o maior desde 1982. Os ganhos foram de base ampla, estendendo-se além de alimentos e energia para categorias incluindo móveis domésticos e seguros de saúde. ‎

Os rendimentos dos Títulos do Tesouro de dois anos, que haviam subido após a impressão do CPI, subiram ainda mais após os comentários de Bullard para atingir cerca de 1,58%, o máximo desde janeiro de 2020, enquanto os rendimentos de 10 anos subiram para cerca de 2,04%, o maior desde agosto de 2019. ‎Os swaps do Fed‎ agora mostram um ponto completo de aperto para as próximas três reuniões.

Relatório 'preocupante'

‎O relatório "mostra a pressão inflacionária contínua nos EUA" e "é preocupante para mim e para o Fed", disse Bullard. "Você tem a inflação mais alta em 40 anos e acho que teremos que ser muito mais ágeis e muito mais reativos aos dados."‎

‎O chefe do Fed de St. Louis levantou a possibilidade de o Fed em algum momento considerar um movimento entre as reuniões agendadas. Por enquanto, ele destacou que os formuladores de políticas estão focados na reunião de 15 a 16 de março, e se comprometeram a terminar as compras de ativos antes de iniciar o aumento das taxas.‎

‎"Houve um tempo em que o comitê teria reagido a algo assim com uma reunião agora (destaque meu) e fazer 25 pontos base agora", disse Bullard. "Eu acho que devemos ser ágeis e considerar esse tipo de coisa."‎

‎Os investidores aumentaram as apostas sobre o ritmo de elevação das taxas desde a reunião de janeiro do Comitê Federal de Mercado Aberto, mudando para cerca de seis este ano contra os três que os funcionários preveem em dezembro. Na esteira do relatório do CPI, os mercados estão divididos igualmente sobre a possibilidade de um aumento de 50 pontos base em março.‎

Outros funcionários do Fed expressaram apoio geral para um movimento gradual e o próprio Bullard fez um discurso há uma década no qual disse que uma abordagem de "choque e temor" raramente era justificada. Mas na quinta-feira, ele disse que os dados de inflação surpreendentemente altos de outubro a janeiro exigem uma resposta.

‎"Não acho que seja choque e temor", disse Bullard, observando que os mercados já estão precificando movimentos significativos. "Acho que é uma resposta sensata a um choque inflacionário surpresa que tivemos durante 2021 e não esperávamos." ‎

‎O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse que, embora esteja "conceitualmente" aberto a um aumento de 50 pontos base agora, não é o momento para tal movimento. ‎

‎"Haverá momentos em que vamos precisar fazer isso. Houve momentos no passado em que fizemos isso. Se acho que há uma necessidade gritante de fazê-lo agora? Eu teria que estar convencido disso", disse em uma discussão virtual organizada pelo Stanford Institute for Economic Policy Research na quinta-feira. ‎

‎Ele disse ser favorável à normalização da política, mas que o tempo e o escopo dos aumentos seriam dependentes de dados. ‎

‎A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, que é a favor do aumento das taxas em março, prefere não enviar um sinal forte com um aumento de 50 pontos base no próximo mês, porque os mercados já precificaram a retirada da acomodação, disse ao Market News International na quinta-feira. ‎

Vendas de ativos

‎O Fed está atualmente programado para encerrar seu programa de compra de ativos no início de março, antes da reunião de política. Powell disse que as discussões sobre o encolhimento do balanço serão realizadas nas próximas reuniões.‎

‎Bullard disse que favoreceria reduções significativas em relação ao ritmo que o Fed estava adicionando aos seus títulos. Antes de sua mudança para afunilamento no final do ano passado, o Fed estava adicionando um acumulado de US $ 120 bilhões por mês em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas.‎

‎"Como princípio geral, não vejo razão para que você não possa remover a acomodação tão rápido quanto adicionou a acomodação, especialmente em um ambiente onde você tem a inflação mais alta em 40 anos", disse Bullard.‎

‎Embora o programa provavelmente comece simplesmente deixando vencer os títulos, Bullard disse que seria a favor de uma segunda fase para o programa caso necessário. ‎

‎"Essa segunda parte pode envolver vendas de ativos", disse ele. "Gostaria muito que o comitê considerasse isso como uma possibilidade, para que possamos fazer isso se precisarmos — porque a inflação não está desacelerando como esperávamos."

Os CPI publicado ontem não apresentou uma variação muito diferente do que era esperado; o que talvez tenha assustado os analistas foi a disseminação dos aumentos. Mas alguém esperava uma queda significativa agora? Ninguém! Dessa forma, acredito que foi mais uma reação emocional do que algo muito diferente do esperado, como quando se perde a paciência.

Por outro lado, não estou dizendo que não seja delicado. O que está errado, e aí sim o Fed demorou a agir, é o nível dos juros, pois da mesma forma que a economia reagiu em V depois da pandemia, o Fed deveria ter feito o mesmo. Ficou receoso com a volta da pandemia e a quantidade de pessoas desempregadas naquele momento. Em relação ao primeiro fator, ok, entendo, mas a taxa zero era exagerada; quanto ao segundo, não tinha como saber que boa parte desses desempregados desistiu de trabalhar, ou mudou para negócio próprio.

A taxa do juro de 10 anos atingiu 2% a.a. Isso é um absurdo? De jeito nenhum. Os leitores sabem da minha indignação com o nível que perdurou nos últimos meses.

Agora, a atitude do Bullard é injustificável. Não que não possa externar sua opinião, mas da maneira como se expressou colocou o comitê do Fed como um bando de “bundões”. Acredito que deve tê-los alertado durante as reuniões, mas foi voto vencido. Deu uma de cagueta!

No post roleta-russa, fiz os seguintes comentários sobre a nasdaq100: ... “ Hoje vou apresentar uma possibilidade de alta para o nasdaq100, embora ainda não vá sugerir um trade. No gráfico abaixo de janela de 1 hora, podemos notar a formação de 5 ondas. Essa visão tem uma suposição que poderá inviabilizar essa ideia, a observação da quinta onda como truncada marcada no gráfico ...”

Durante a semana o índice ameaçou rumar a novas altas para que ontem devolvesse boa parte do ganho, mas ainda não dá para afirmar nem que a correção terminou nem que a alta começou. Por sinal, toda as dúvidas que reinam no momento podem ser vistas na indefinição desde novembro do ano passado.

Bem, com ficamos? Vocês sabem que estou esperando o momento para entrar na bolsa, e por enquanto a decisão foi correta de aguardar. Qual o plano no curto prazo? No gráfico acima delimitei áreas de interesse. Minha ideia é que a onda ii em verde estaria na iminência de terminar, se este for o caso, aguardem a entrada a qualquer momento. Caso isso não aconteça, entre 14.352 e 14.141 é possível que essa onda ii ainda visite, agora se adentrar na área abaixo aumenta a chance de a correção ter ainda uma queda abaixo de 13.858.

Hoje fomos estopados da nossa incursão no SP500 feito na quarta-feira. Ontem o mercado já havia fechado ruim com a publicação do índice de inflação e hoje com os rumores de invasão eminente da Rússia jogou um balde de pessimismo e risco no mercado.

Mas independente desses acontecimentos eu fiz uma incursão sem que houvesse terminado 5 ondas claramente, razão do meu stoploss ter sido curto. Não deu certo, mais uma vez fica evidenciado a necessidade de se aguardar sem achar que se vai perder a oportunidade!

O SP500 fechou a 4.418, com queda de 1,90%; o USDBRL a R$ 5,2477, sem alteração; o EURUSD a 1,1345, com queda de 0,74%; e o ouro a U$ 1.861, com alta de 1,89%.

Fique ligado!

Comentários

  1. EUA com inflação em níveis latinos e o FED ainda comprando ativos. Eu não acredito que essas membros do FED terão capacidade de lidar com a inflação. Penso que o Powell não deveria ter sido indicado para um novo mandato, pois ele tem compromisso com os anos de leniência do FED e já mostraram uma postura inadequada no aumento de juros de 2018.

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    1. Seu comentário me fez lembrar a época em que eu era o tesoureiro do BFB. Como banco estrangeiro vivia entulhado de caixa, assim meus operadores tinham a manha para operar nessa condição. Um certo dia acordamos com o caixa bem negativo, foi um horror, ao invés de diminuir aumentaram o negativo pois abriam o spread de forma enviesada. Depois consertou. No caso do Fed todos os membros estão acostumados com inflação baixa que perdurou por décadas, vamos ver como se saem agora.

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